O amor brinca de insuspeito pássaro azul
nas penumbras da primavera
salpica seu mavioso chilrear de ave néscia
na tez pálida e raquítica dos órgãos hibernais
e suscita uma tenra chama aventureira
em terras perfumadas pela desesperança.
A falta de fé é um orifício nas pupilas
nos semblantes há pele e peleja selvagem
de quem imolou sua vida no fio cego de uma faca
na ruptura dos amanhãs clandestinos que o destino forjou
a crença subalterna de que a liberdade existe
em tons derradeiros, a utopia dilatada.
Quem proclamou a razão como mediadora
teve sua face esfacelada, seu espelho trincado
viu em seus supersticiosos sete anos de azar
a eternidade meditando sobre seus ossos
o horizonte dissipando perante seus olhos
e debruçados sobre o chão uma profusão de sensações
onde a inocência com seus pudores
guardava um caminho sutil à nave subterrânea.
Quem inventou a inocência moldou a felicidade
quisera eu reinventá-la em jardins de cerâmica
remoldá-la em trajes de banho
mas sou desengonçado com pétalas e amo as geladeiras.
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Byfurcado
PoetryCom a tensão política estabelecida entre os polos, às vésperas do pleito eleitoral mais importante da história democrática do país, nasce BYFURCADO. Neste ambiente enrudecido pela polarização e hostil ao tato artístico, a poesia se dilui para infilt...