Prólogo

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O meu mundo era sempre colorido, sempre tive tudo ao meu alcance e minha família perfeita proporcionava uma vida que sempre sonhei.

Cantar me fazia se sentir bem, dançar me deixava tranquila e esses eram os sentimentos que tinha quase sempre.

Até ele chegar....


- NÃO ITACHI, POR FAVOR... - Sakura estava ajoelhada ao chão com a cabeça de Itachi em seu colo - Fique comigo...

Ouvia o moreno ao chão tossir se engasgando com o próprio sangue. O terno sempre impecável agora estava banhado em vermelho vivo. As lágrimas escorriam frenéticas molhando as bochechas do homem em seu colo.

- Não pode me deixar... Não agora! - Sentiu a ponta dos dedos sujos de sangue tocarem as bochechas avermelhadas.

- Eu te amo...



Alguns meses antes...

Então, quando eu estiver pronta para ser mais confiante

E meus cortes se tiverem curado com o tempo

O conforto se pousará sobre o meu ombro

E enterrarei o meu futuro para trás

Vou sempre manter você comigo

Você estará sempre na minha mente

Mas há um brilho nas sombras

Nunca saberei a menos que eu tente
(Gabrielle Aplin-Home)

Os passos nada decorados se emitiam no corpo de forma natural e livre. Dançava sobre a grama verde por horas incontáveis de seu dia, era seu único passa tempo, era a única coisa que seu pai permitia que fizesse. O canto saia de forma espontânea do fundo de sua garganta, possuía uma voz doce e forte aponto de poder adquirir uma carreira mas nunca seria possível devido a possessão de seu pai. Ela sabia que ele a amava e Sakura amava seu pai de todas as formas possíveis, mas não entendia o motivo de tantas preocupações.

- Não se cansa nunca? - ouviu Ino, uma das poucas amigas que podia ter a chamar. Sakura cessou os movimentos e a voz respirando fundo - Está dançando a horas, adoro o som da sua voz mas parece que não se cansa nunca!

- É a única coisa que posso fazer trancada aqui dentro... Meu pai foi viajar de novo!

- E para onde dessa vez? Seu pai já viajou por toda a Itália por que se instala aqui em Sicília?

- Disse que era uma reunião da empresa,mas em compensação ele deixou seus duzentos seguranças pela casa! - Sakura sorriu pegando sua garrafinha de água e chamando Ino para subir as escadarias que dariam em  seu quarto.

- Eu ainda não sei qual a necessidade de tanto seguranças... Ele vai cumprir a promessa sobre a sua festa de aniversário?

- Ino, irei fazer vinte anos será no máximo uma confraternização e eu não tenho muitos amigos para ter uma "festa"!

- Mesmo assim, quero te ver cantar e dançar na frente do público logo!

- E eu queria conhecer gente nova!

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- Onde você estava Itachi, sabe que horas são ? -  Madara praticamente gritava ao ver Itachi entrar a sala de reuniões de forma tranquila.

- Me atrasei, sinto muito! - Viu Madara se levantar dando as costas para si e pegando o celular.

- Nem tudo é no seu tempo, garoto! - A voz agora já se encontrava calma, conhecia o irmão, Madara era um homem profissional e não deixava suas emoções falarem mais alto que a razão - Já informei o restante do pessoal sobre a terceira levada de cocaína, você  cuidará dos Haruno!

- Por que eu tenho que cuidar daquele velho?

- Está com medo? - Madara o olhou dando um meio sorriso, vendo o rosto inexpressivo de Itachi. - É uma perda de tempo continuar cobrando aquela família, está na hora de outra abordagem...

- E o que tem em mente?

- A filha dele!

- Quer me eu mate a filha dele? - Madara desligou o celular numa ligação que não havia sido entendida.

- Não, quero que a sequestre. Esconda, torture faça como quiser, a use como garantia. Daqui uma semana será o aniversário da garota, é uma boa oportunidade para você se infiltrar...

Recebeu todas as informações possíveis da garota. Conhecia os Haruno, um grupo de aspirantes a terrorista que praticavam atos que a máfia desprezava, mas não interferia. Há alguns meses Kizashi Haruno havia emprestado muito dinheiro da família Uchiha, uma pequena máfia que dominava a Itália. Agora Madara os via como um problema, ou ele pagava ou perdia a filha.

Estava em um dos prédios de fachada da família, o andar alto e os vidros negros permitia que tivesse a visão privilegiada de toda Sicília. Com seu cigarro em mãos a última frase que Madara havia comentado rodava sua mente.

" Depois que estiver com o dinheiro, o execute!"

Gostava dos negócios da família, gostava de estar no poder. Há seis anos estava nessa posição e nunca havia se sentido melhor consigo mesmo. As mulheres, o dinheiro e até mesmo as armas eram algo que Itachi venerava. Em seus vinte e cinco anos já havia vivido de tudo, aos dezenove havia matado pela primeira vez, a sensação não lhe agradou, na realidade, não havia sentido nada.

Olhava para o céu limpo e já arquitetava as formas variadas nos desejos obscuros que faria com a garota, já tinha um plano perfeito de como iria sequestra-la...

Sakura Haruno...



Meu gangster  Where stories live. Discover now