Capítulo 14

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- Com licença senhor Meyer, eu vim conversar com o senhor. - Anne foi dizendo assim que entrou.

- Anne? Senhor Meyer? ...

- Eu já deveria ter vindo a muito tempo. Eu estou aqui como a mãe postiça do Yuri, eu ajudei a cria-lo, foi meu leite que ele mamou quando a mãe dele morreu... e eu quero que o senhor me explique direitinho quais suas intenções. O senhor só está matando seu desejo com um garoto que, por deus, sabe ser provocante como o diabo ou o senhor gosta dele?

- Anne.. eu amo o Yuri.

- Então eu quero que o senhor o respeite!

- O que? Mas eu...

- Não respeita. Os dois vivem se esfregando, como animais no cio, todos veem. O senhor é um homem adulto que deveria saber controlar o que tem aí no meio das pernas. Ele sempre foi tratado como um objeto, por ser tão sexy. O que o senhor acha que estão falando dele agora?

- Você mesma disse o quanto ele é provocante e sexy... eu juro que me esforço pra me controlar Anne e eu consigo, na maior parte do tempo, você não faz ideia como é difícil quando ele resolve me provocar...

- Você é o adulto, ele tem dezoito anos.

- Eu sei. Você também me acha velho demais pra ele, não é?

- Não. Eu acho apenas que, como você tem mais experiência na vida do que ele, deveria ensiná-lo, controla-lo...

- Controlar o Yuri? Anne, você está falando dele mesmo? É impossível controla-lo e eu não quero fazer isso. Eu o amo exatamente como ele é, eu não quero muda-lo, controla-lo, transformá-lo em alguém que ele não é.

- Ouvir isso me agradar, mas se você o ama e o respeita precisa mudar as coisas. Eu não gosto de ouvir os comentários sobre vocês, em como você está se satisfazendo com ele...

- Eu me esqueci do falatório do povo. Me perdoe por isso, mas eu quero me casar com ele, isso calará a boca dessa gente.

- Você está certo que não está motivado apenas pelo desejo?

- Eu nunca tive tanta certeza em minha vida. Eu não tinha pensado em vocês, Você e Jack, como a família dele, me perdoe por não ter falado com vocês, eu falei apenas com a Dona Esther, fui um idiota, mais uma vez. Anne, eu vou pedi-lo em casamento, eu havia planejado tudo, mas agora eu quero tranquiliza-la.

- E como você pretende fazer isso?

- Que tal uma festa na praça da vila? Tenho certeza que se eu contar para o senhor Lancaster ele também ajudará e, nessa festa, eu farei como manda o figurino, pedirei a mão dele para Você, Jack e Dona Esther, todos verão que não estou só matando meu desejo, acho que tenho que pedir a mão dele pro senhor Lancaster também.

- Principalmente para o senhor Lancaster, ele adora o Yuri.

- Isso quer dizer que você concorda?

- Sim, mas qual será a desculpa para a festa?

- O amor já não é o suficiente?

- É, mas assim não vamos enganá-lo.

- O patrão comprou uma nova fazenda, ele sabe disso, me ajudou a inventariar as coisas. Podemos dizer que o senhor Lancaster está comemorando a compra.

- Uma ótima ideia, ele não vai desconfiar.

- Anne, me desculpe por ter deixado que falassem dele ou que você pensasse que eu não o amo de verdade e por ter esquecido que vocês são a família dele...

- Eu deveria ter falado antes, mas estou mais tranquila agora.

- Obrigado Anne. Ele sabe que você veio falar comigo?

Lolito - Literatura LGBTOnde histórias criam vida. Descubra agora