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Mais um dia de trabalho estava indo. Ai que dia cheio, meu Deus. Trabalhar em uma creche não era nada fácil, era muito difícil na verdade. As crianças geralmente choravam muito sentindo a falta de seus pais, algumas choravam por não quererem parar de brincar com seus brinquedinhos na hora do lanchinho.

"Vamos, meu amor. O titio Jimin promete deixar você brincar com super-man o quanto quiser, mas só depois de comer". 

Era sempre essa mesma frase, eu já sabia decorado o que devia falar para cada criança. Prometer sorvete era minha maior tática, obvio. Mas as vezes não funcionava, não com a pequena Minjiny.

Jeon Minjiny era uma das minhas crianças, a mais quietinha delas. Nunca fazia birra ou chorava, as vezes nem mesmo falava. Eu tentava usar o sorvete para faze-la interagir, nunca deu certo. 

Eu sempre achei que o motivo de sua quietude fosse por nunca ter a atenção dos pais, nenhum deles nunca vieram a buscar pessoalmente na Sunshine, mas quando a questionei sua resposta foi: "Meu pai é o melhor pai do mundo, Tio Park. Ele só não pode vir agora". E ela corria de volta para a sua mesinha onde pintava. 

Hoje não havia sido diferente, Minjiny novamente não havia interagido com os coleguinhas, mas haviamos tido um avanço: ela brincou comigo de boneca. Estavamos agora sentados em duas cadeiras na porta da salinha da creche, esperando a babá que sempre vinha busca-la. 

- Está demorando né, Min? - falei somente para quebrar o silêncio que reinava entre nós. 

- Está sim, Tio Park, mas papai não demora a chegar. - ela falava baixinho, sem olhar para mim. Brincava com os cabelos de sua bonequinha. 

- Papai? Então seu pai vem hoje? - perguntei animado, seria a primeira vez que eu veria um responsável pela criança. Ela apenas confirmou com a cabecinha, sem falar mais nada. 

Alguns minutos se passaram e eu estava para dormir sentado naquela cadeira. Esse cara não chega nunca!! Tá vindo de jegue? Eu ehm. 

Bufei baixinho, olhando para Minjiny sentadinha como se fosse a melhor cadeira do mundo. Eu preciso de uma distração, de preferencia uma que me leve para ver estrelas, por favor. 

- Tem certeza que seu pai vem mesmo? Nós podemos ligar para que outro responsável venha lhe buscar ou eu posso...

- Minjiny? - sou interrompido por uma voz que me fez arrepiar dos pés a cabeça. Eita porra. 

- Papai!! - ela exclama dando um sorrisinho fraco, sem mostrar os dentes. Eu nunca tinha visto ela tão feliz, nossa. Ela corre em direção do homem e o abraça.

Minhas pernas estavam bambas, tenho certeza que se me levantasse da cadeira eu caíria. Olhei e ele me olhava com intensidade, oh Deus.

Esse homem é um deus grego, olha isso!! Seus cabelos pretinhos, seu terno também preto marcando suas coxas. Eu quero um pai desses!

- Olá, tudo bem? - ele fala colocando Minjiny no chão. - Jeon Jungkook, pai de Minjiny. - ele se apresenta me estendendo a mão.

- O-oi... - me levanto da cadeira. Que merda, se recomponha Park Jimin.

Respiro fundo indo em direção a sua mão para aperta-la.

- Park Jimin, sou o professor responsável pela salinha da sua filha. - Salinha? Viver com criança realmente causa mudanças na nossa fala. Pelo menos eu não gaguejei...

- Muito Prazer, Park. - ele me olha dos pés a cabeça, ainda segurando minha mão e dá um sorrisinho de lado. Meu Deus, eu não tô bem. - Eu geralmente não posso vir buscar Minjiny pessoalmente, mas a partir de hoje eu mesmo virei.

The father of Minjiny •Jjk+Pjm Donde viven las historias. Descúbrelo ahora