Capítulo 55

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10000 minutos.

168 horas.

7 dias:

--Eles estão aqui!!--disse Kamira do outro lado da porta

Não era tempo suficiente e ele sabia disso:

--Malron! Abre a porta! Você está acordado!?

Ia ter que servir:

--Quantos são...--disse ele saindo da cama e se vestindo

--Pelo que viram, seis mil.

Ele parou por onde estava, digeriu a informação com cuidado e então conseguiu:

--...O pessoal da Lin já está com tudo pronto?--disse ele colocando a última peça do seu EVA

--Vou avisar eles pelo rádio...mas...

A porta se abriu revelando uma criatura de pele escura porém pálida, rosto injuriado, careca, vestindo um EVA cinza como concreto velho:

--Mas o que?

--...Nós...Nós nos preparamos para três ou quatro mil, não fizemos...

Ele colocou sua mão no ombro dela:

--Eu sei. Me dê esse rádio. Vá se preparar.

Calmamente, ela seguiu a ordem e partiu para sua estação de combate  enquanto ele seguia pelos corredores da subseção Maria:

--Lin? O que você pode me dizer?--disse ele apertando o botão de tradução do rádio

--"Pb mwj cv fb pb hwv lb lwb, tb ss pb tsws twj ym npj tw b lb tns ..."--ele soltou o botão e o rádio prosseguiu--"...Estamos com as bombas nos carrinhos, mas só conseguimos preparar duas toneladas..".

--...Vai ter que servir...

A Terra e o Sol reluziam no meio do céu, um mar de estrelas permeando a abóboda celeste ao redor despejando sua luz sobre as dunas cinzas abaixo. 

De um lado, as paredes da cratera de Arago se erguiam como enormes montanhas quase que na vertical, o ferro negro do portão da cidade contrastando com a rocha cinza esbranquiçada ao seu redor. Uma pequena barricada havia sido erguida ao redor da mesma, vinte ou trinta soldados se erguiam na mesma, morteiros preparados, metralhadoras carregadas, suor frio correndo por seus rostos:

--Eles estão se aproximando!--gritaram pelo rádio

--Eu não tinha percebido...--respondeu sarcásticamente Haram ponderando pela sétima vez se não devia ter fugido com Lairk e Moit.

Do outro, duzentos carros numa linha quase reta avançavam sobre o cenário enquanto  dois grupos de vinte tanques guardavam os flancos. Na retaguarda seguiam pouco mais de cem carros de guerra azuis, a placa das hipátias hasteadas de suas traseiras, no centro da formação, seguiam lançadores de mísseis, peças de artilharia anti-aérea, veículos de transportes de tropas, caminhões de suprimentos e no centro de tudo, um tanque, uma torre negra. Suas esteiras esmagando as dunas abaixo. Sua estrutura monolítica se erguendo sobre a paisagem como um objeto de outro mundo, porém seu interior, lembrava mais um quartel, agentes de inteligência trocando informações pelos rádios, estrategistas olhando mapas, seguranças em cada porta e no centro, sentado de cócoras num tapete vermelho no centro de tudo...

--Qual a distância?

--Dez quilômetros Líder Supremo.--respondeu Ông

--Parem a frota, enviem os drones, quero visual na minha tela o mais cedo possível.

Um Mundo em CaosWhere stories live. Discover now