Traga-me de volta

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4 meses depois - Outubro de 1998

Lucius não queria admitir, mas estava perdendo as esperanças de conseguir trazer Sirius de volta daquele véu. Todas as tentativas tinham sido falhas até aquele momento e ele não sabia se conseguiria aguentar muito mais.

- Já disse que Aritmancia seria o melhor jeito de conseguirmos calcular o momento exato de fazer o feitiço, mas você é mais empacado do que uma porta. – a voz feminina estava deixando ele irritado. Não que não agradecia Raquel por ajudar e estar em cada etapa com ele, até mentindo para seus superiores sobre uma investigação para ajudá-lo. Mas ela era irritante quando queria provar que estava certa.

- E eu já disse que não entendo de Aritmancia... E, pelo que me lembro, você também não estava muito propensa a trabalhar com números, ou estudá-los.

Ela cruzou os braços, parecendo bem contrariada, o que fez Lucius se sentir satisfeito.

- Bom, eu tenho uma amiga que é muito boa com números, mas... Não sei se ela vai querer te ajudar, sabe... Ela é nascida trouxa e não gosta nem um pouco de você. Mas posso convencê-la que está fazendo isso por uma boa causa. – Raquel encolheu os ombros e abriu o livro que segurava.

- Então o que está esperando?

- Acha mesmo que tudo é de graça? Eu posso estar feliz em te ajudar, Malfoy, mas não me confunda com... Como vocês dizem? Ah, claro, não me confunda com uma lufana.

Era só o que faltava. Ela ia começar a cobrar pela ajuda agora? Lucius não sabia se sua paciência aguentaria tanto.

- E quanto você quer? – A voz soou fria, mas a moça não se deixou abalar, limpando os óculos enquanto parecia pensar em algo. – Sabe que sou rico e posso te dar quanto quiser, mas faça isso de uma vez.

- Não quero o seu dinheiro, Malfoy. Quero o seu prestígio. – ela sorriu, vendo que o outro estava confuso. – Sei que agora você não tem mais prestígio e poder, mas também sei o quão fácil o povo perde a memória quando tem o que querem, então logo você terá tudo de volta. – ela arrancou uma página do livro e fez uma careta, como se aquilo doesse nela mesma. – Assim que você voltar para sua posição de poder, quero que você exalte o quanto a escola de Salem é maravilhosa e que os bruxos formados lá merecem reconhecimento na Europa, como qualquer outra escola daqui.

Lucius achava um bom preço a ser pago, mas ainda estava confuso, já que Raquel havia se formado no Castelo Bruxo e não em Salem.

- Castelo Bruxo pode ter me dado o diploma, mas Salem me deu conhecimento e um lar, já que apenas lá eu pude compreender o que via e ser treinada adequadamente. Se não fosse por Salem, não estaríamos aqui.

Era verdade que se atrelar ao nome de uma escola americana poderia sujar ainda mais sua imagem junto aos bruxos ingleses, principalmente Salem, já que era uma escola sem prestígio e conhecida por formar bruxos extremamente charlatões e dotado apenas da capacidade de enganar os outros. Porém, Lucius não podia negar que a bruxa estava certa. Sem a ajuda de Salem, ele não estaria ali, com a chance de trazer Sirius de volta à vida. Ele devia e era seu dever cumprir com duas dívidas.

- Tudo bem, se eu conseguir Sirius de volta, Salem terá a propaganda mais forte que você já viu. E você ainda ganhará todos os créditos pelas descobertas que nós fizemos sobre esse véu.

Raquel sorriu, entregando a folha rasgada para Lucius e diminuindo o livro com um feitiço para guardá-lo no bolso.

- Então eu viajarei hoje mesmo para falar com a minha amiga. Enquanto isso prepare essas duas poções e espere uma carta minha. Quando eu voltar, traremos Sirius Black de volta.

O Tempo Pode Apagar?Where stories live. Discover now