Eu sempre tive duas certezas na vida.
A primeira era que eu odiava com todo o meu ser qualquer matéria de exatas. Não por falta de estudo, eu só nunca conseguiria entender todos aqueles números, fórmulas e equações.
A segunda era que nunca, na minha vida todinha, eu iria amar alguém como eu amava Leonardo Brito.
Talvez isso soe um pouco intenso, mas deixe-me explicar o porquê de Leonardo Brito ser o homem da minha vida.
Cabelo loiro, olhos azuis, covinhas adoráveis que apareciam sempre que ele sorria, uma personalidade gentil e bondosa; algo difícil de se encontrar em homens com mais de 10 anos. Talvez ele seja um pouco padrão aos olhos dos outros, mas se você não está convencido ainda eu posso continuar.
Voluntário no asilo da cidade, não só porque sua avó ficou hospedada nesse mesmo asilo, mas porque ele tem um carinho especial por todos os idosos de lá. Também é um ótimo aluno, e sempre me ajuda a passar nas provas de exatas; quem me dera eu o tivesse conhecido no sexto ano.
E, além de tudo, ele também um ótimo amigo e ouvinte.
Sim, amigo. Sem relações amorosas ou sequer um colorido ao lado.
— O que vão querer? — a voz da atendente me tirou de meus pensamentos, fazendo com que eu desviasse o olhar de Léo para ela.
— Um chocolate quente, por favor. — eu sorri, observando-a anotar meu pedido no caderninho que trazia.
Seu olhar desviou para Léo e o sorriso que ela abriu para ele fez meu sangue esquentar, mas eu apenas respirei fundo, mantendo-me no controle.
— E você, lindo? — ela perguntou.
— O mesmo que ela. — ele respondeu, piscando para a garota.
Tinha que me lembrar constantemente do status de melhor amiga que eu tinha. Porém eu continuava me encontrando constantemente em situações como àquela: tendo que fingir estar bem enquanto ele flertava com outras garotas na minha frente.
A garçonete riu, afetada com uma simples piscadela, e eu quis me afundar em desgosto e ciúmes. Quando ela saiu de perto, eu pude finalmente acalmar meus ânimos.
— Você não ta com frio? — ele perguntou, e eu desviei meus olhos da mesa até os dele.
Se olhos são as janelas da alma, aquelas piscinas azuis na minha frente eram a entrada do paraíso.
— Miranda? Você tá bem? — ele voltou a perguntar, tirando-me do transe que seus olhos me causaram.
— Oi, desculpa, tô bem sim. — respondi, mesmo que eu não tivesse escutado uma palavra do que ele tinha dito. — O que você estava falando mesmo?
Ele riu, alcançando minha mão por cima da mesa. Eu prendi a respiração por um segundo, nervosa com a repentina demonstração de afeto. Não que ele fosse distante durante o resto do tempo, muito pelo contrário; talvez fossemos mais grudados que o recomendado para a minha sanidade mental.
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COMO CONQUISTAR UM CARA
Short StoryMiranda Amorim não sabe mais o que fazer para conquistar o melhor amigo, depois de dois anos de paixão platônica por Leonardo Brito, ela está realmente desesperada. Rafael Gouveia nunca se considerou altruísta quando se tratava de estranhos, mas dep...