Capítulo XX - Revelações

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Os meus olhos não enganavam, aquela mensagem não podiam ser um engano, eu estava totalmente perdido, não sabia como agir. Como é que tu agiria-as na minha situação? Muitos ficariam furiosos e perderiam a cabeça, outros seriam frios e directos, alguns ficariam tristes ou ainda decepcionados, mas eu não sabia qual dessas posturas adotar.

Isabel finalmente voltou, eu já estava de pé pronto para interroga-la, mas por algum motivo não o fiz. Entreguei para ela as suas coisas, o telefone por último. A minha ideia era que ela notasse por si só a borrada que havia feito, mas não olhou para o telefone se quer.

Saímos e começamos a caminhar, ainda não havia dito nada sobre o ocorrido, alias, não tinha dito nenhuma palavra desde que ela havia voltado do Quarto de Banho.

- Estás muito calado, está tudo bem? – Perguntou notando o meu silêncio.

- Sim, está. – Disse de forma curta e objectiva.

Foi suficiente para ela passar a ignorar o meu silêncio, continuou a falar como se eu estivesse a responder de forma entusiasmada, apesar de eu apenas responder com sim e não tudo que ela falava, ainda assim ela não ligava o meu estado de humor.

Paramos para esperar um táxi, eu estava farto de fingir que não aconteceu nada, então decidi tirar tudo para fora.

- Isabel, quem é o Vitão? – Era o nome do indivíduo que mandou a mensagem.

- Vitão? - Perguntou ela.

- Sim, isso mesmo. Quando tu estavas no quarto de banho um tal de Vitão mandou uma mensagem para ti.

- Calma aí, tu invadiste o meu telefone e foste até as mensagens?

- Não te faças de vítima Isabel, eu nem se quer sei qual é a palavra-passe do teu telefone. O telefone estava na minha mão e a mensagem estava no ecrã bloqueado. – Isabel começou a notar o sarilho em que se havia metido.

- Eu quero que tu vás até a mensagem e lê-as em voz alta o que está lá escrito. – Ela desbloqueou o telefone e foi até a mensagem, mas não foi capaz de lê-la em voz alta.

- Como é que explicas isso? – Perguntei irritado.

- Não é o que parece. – Era o que qualquer traidor diria naquela situação.

- Como assim não é o que parece? Obviamente ele é o teu ex e tu tens pedido para voltar enquanto ele te dá migalhas.

- Eu posso explicar. – Disse ela já com lagrimas a surgirem nos seus olhos.

- Eu confesso que cheguei a pedir para voltarmos, mas já faz mais de uma semana. Não sei porquê, mas ele só respondeu agora. Eu seria incapaz de fazer isso agora que estamos a namorar, eu estou nisso de cabeça. – As lagrimas estavam cada vez mais perto de cair.

- Mas há uma semana nós já havíamos começado o nosso envolvimento e ainda assim foste capaz de pedir para voltar com ele. – Eu estava completamente desapontado.

- Eu sei que errei, mas na altura eu não sabia o que queria, agora eu sei, eu sei que quero você Daniel. – Essas palavras mexeram comigo, mas ainda assim manti-me firme.

- Olha Isabel, eu estou de cabeça quente e não estou em condições de ter essa conversa agora, por isso vai para casa e falamos noutro dia. – Disse enquanto parava um taxi para ela.

Ela entrou e foi embora, eu voltei para casa também e fiquei a pensar naquilo o resto do dia, a história de Isabel parecia ser real, ela havia me convencido, mas eu não queria aceitar isso. Também não tinha que tomar nenhuma posição imediata, ficaríamos pelo menos uma semana sem nos vermos, por causa da provas finais, então tinha todo aquele tempo para pensar.

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