Cap. 29

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Música Maps - Maroon 5 (Legendado)

— É MENTIRA!!! É MENTIRA!!!

Ando cambaleando até a sala de espera, caio no chão, sem forças. Me curvo diante do mesmo. Naquele momento eu só queria desaparecer. Esquecer que o que eu estou vivendo e passando é real.

— Miguel! — Eu reconhecia bem essa voz. Ela estava embargada, chorosa, mas ainda era a Maia.

Eu sentia braços se envolverem ao redor do meu corpo, mas não sabia de quem. E na verdade isso era o que menos me preocupava. O tempo inteiro pessoas conversavam comigo, mas eu nem raciocionava direito o que era. Eram tantas perguntas, tanta falação, mesmo que tentando me confortar, eu só conseguia bloquear meus pensamentos para o mundo externo e pensar no que perdi ali dentro daquela sala de emergência. O meu grande amor.

— Papai falou que já está no aeroporto, ele e a mamãe conseguiram passagens de última hora.

— Aaaaa!!!!! — Começo a socar o chão, o que fez Maia se distanciar, por medo. — Não, não é possível...

Corro para fora do hospital. Sem nem olhar ou falar com ninguém. Gritaram meu nome, várias e várias vezes, até que alto. Eu estava enxergando o mundo ao meu redor de todas as maneiras, menos como eu deveria. Sinto como se estivesse bêbado, drogado, sem os meus sentidos. Entro no carro, mesmo sabendo que não deveria, aliás, foi um desse que matou... meu grande amor. Meu Deus, como é difícil aceitar isso. Por quê??

Outros veículos buzinavam sem parar para mim, a essa altura do campeonato eu já nem sabia o que estava fazendo com o carro pelas ruas. Recebi diversas ligações, provavelmente eram todos querendo saber onde eu estava me metendo. Nem se quer eu sabia também. Talvez uma volta de carro espairecesse. Foi o que pensei.

A todo instante as imagens dos nossos momentos juntos passavam como um filme na cabeça. Começo a me questionar em que ponto eu errei e... em segundos passei a me questionar em que ponto eu acertei, pois a culpa era minha, de tudo isso. Somente minha.

Uma ligação me fez deslizar o botão verde e atender, a única ligação até agora que eu achava necessário corresponder.

Filho? Miguel, onde você está? Estamos aqui em São Paulo , pegamos o primeiro vôo disponível. Olha ... ouça o que estou falando, com atenção. Primeiramente, escosta o carro.

Pai... Pai, ela se foi... — choro.

Miguel, eu estou aqui no hospital. Me falaram sobre tudo o que aconteceu, estou totalmente em choque. Os pais dela estão aqui agora, eles estão muito mal. Assim como você. MINHA FILHA NÃO, MINHA FILHA NÃO — ouço uma voz feminina, a mãe da Nanda gritando  lá no hospital.

Me sinto mal por isso. É como se tudo pudesse ter sido evitado, mas não foi. Se eu não tivesse ligado para ela naquele instante, provavelmente ela estaria aqui conosco, agora. Estaríamos no apê, teríamos a mesma noite que tivemos, a melhor de todas, por sinal, mas... Ela estaria a salvo.

É tudo culpa minha, pai. Ela sofreu o acidente de carro conversando comigo na ligação!

Não, filho, nada disso é culpa sua. NADA! Está me ouvindo? Onde você está? Precisamos nos encontrar, eu prometo te ajudar, como sempre fiz. Sempre estive no seu lado nos momentos bons e ruins, não será diferente.

Para Sempre Desde SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora