Capítulo 4

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Allie

Foram duas longas horas escutando minha mãe falar sobre os alertas da faculdade. Sobre as tais criaturas, que ela insistiu em falar ao lembrar-se da cena mais cedo no alojamento. Ela me fez prometer que jamais iria sair com nenhum deles, que iria manter distancia e me dedicar ao que sempre quis. Depois de tudo isso dito ela enfim resolveu ir embora. Foi uma despedida demorada, um longo abraço seguido de mais dois ou três e alguns beijos pelo rosto.
Meu pai ria baixinho cada vez que ela me afastava e me puxava para mais um abraço.

- Se sobrar um tempinho, também gostaria de me despedir. – disse ele coçando a garganta.

Mamãe limpou as lágrimas e se afastou, dando espaço para meu pai que me envolveu em seu abraço reconfortante e disse.

- Vou sentir sua falta, a cada instante, querida.

- Irei ligar todos os dias. – digo.

Quando enfim, fiquei sozinha em meu quarto, começo desfazer minhas malas e em pouco tempo, metade das minhas roupas estão dobradas e guardadas na cômoda. Depois arrumo o pequeno espaço que irei chamar de lar por um tempo e quando vejo que está tudo limpo e cheirando bem sinto o cansaço do dia começar me bater, me deito na cama. O sentimento de solidão vai se instalando em mim. O silêncio toma conta do lugar e o fato de estar sozinha não ajuda muito. Percebo que Zara ficara mais fora do quarto com seus amigos do que me fazendo companhia. Poderia ter pelo menos uma companheira que fosse mais caseira, mas...

Confiro meus horários e grades de aulas deixando tudo organizado para não me atrasar na segunda feira. Organizo livros e agenda para anotação.
Vou até o quarto de Zara dar uma espiada e vejo o quanto o quarto é bagunçado. Alguns pedaços de roupas estão espalhados pela cama e saltos altos pelo chão. Em cima da cômoda uma embalagem de camisinha aberta e isso me dá arrepios. Fecho a porta rapidamente e digo á mim mesma que tudo dará certo. Amanhã será melhor do que hoje.
Me jogo na cama pegando minha agenda de anotações. Precisava conhecer a cidade e fazer anotações sobre lugares que precisava conhecer. Assim com a mente agitada peguei no sono.

Na manhã seguinte me levanto e vou até a cozinha, tudo é um silêncio e percebo que Zara ainda não chegou. Até queria conhece-la melhor, mas ela não é muito de ficar em casa. Pego minha nécessaire e vou para o banheiro. O ruim de tudo é que preciso descer até o andar A para dividir o banheiro com todas do alojamento, mas tudo bem espero que não seja tão ruim.
Quando paro em frente ao banheiro a porta se abre e um garoto de cabelos ondulados sai com a toalha enrolada na cintura. Engulo em seco ao passar por ele, pois, sim tudo está ficando péssimo. Além de o banheiro ser divido é misto, que maravilha. No final do banheiro vejo um chuveiro livre e vou correndo em meio às garotas que estão de somente de lingerie enquanto garotos de cuecas. Fecho a cortina revisando cada canto para ninguém olhar para dentro e ligo o chuveiro. Fico apreensiva ao pensar na hipótese de alguém abrir a cortina e se deparar com meu corpo nu. Tudo está saindo dos conformes.

Lavo-me rapidamente com os olhos bem abertos, para ninguém abrir a cortina, cuido para não deixar minhas roupas molhar e tento enxergar o lado bom de tudo aquilo.
Visto um vestido de malha que trouxe para o banho e subo as escadas para o meu alojamento. Abro a porta e respiro profundamente até olhar para o lado e ver o garoto mal- educado, parado na cozinha sem camiseta. Meus olhos pousam em meu peito bronzeado e definido e sinto a sensação de cada parte do meu corpo se desfazer.

Meu Querido Darwin - Parte IWhere stories live. Discover now