Entre Video Game e Saiko

Capítulo Único

— Ai que saco. — Ycaro exclamou enquanto bufava irritado, quase jogando o controle do vídeo game no chão.
— Deixa isso pra lá, doido. — Saiko murmurou abraçando a cintura do garoto que estava sentado no meio de suas pernas. — Tu não vai conseguir passar essa fase.
O loiro revirou os olhos, ignorando o namorado e se concentrando novamente no jogo. Fazia quase uma hora que ele estava preso naquele chefe, e não conseguia derrotá-lo de nenhuma maneira. Estava tão irritado que apertava os botões com tanta força que poderia quebrá-los a qualquer momento. Alguns minutos depois, as letras "game over" apareceram na tela da televisão e Ycaro soltou um grito frustrado, derrubando o controle no chão e esfregando o rosto com as mãos.
— Okay, chega de jogo pra você. — O moreno falou puxando o fio da tomada ao lado da cama, deitando-se na mesma abraçado ao menor. Seus óculos já haviam sido colocados na pequena cômoda há muito tempo.
— Saiko, por que tu fez isso? — Ycaro perguntou indignado, colocando as mãos no peito do moreno, tentando afastá-lo. — Me larga.
— Vamos dormir, Ycaro. Tu já passou tempo demais nessa coisa. — Resmungou com a voz rouca, os olhos fechados e os braços ainda envolta do parceiro.
O loiro murmurou algumas coisas, mas Rodrigo nem deu importância, afinal, o mesmo só queria dormir um pouco depois do dia cansativo que teve. Quando o moreno achou que finalmente o outro havia desistido da ideia de continuar jogando, sentiu o pequeno se movimentando.
— Caralho Ycaro. Deixa essa bosta pra lá. — Exclamou irritado, virando o garoto no colchão e ficando por cima do mesmo.
O menor abriu a boca em surpresa, prendendo a respiração por alguns segundos. Seus pulsos estavam presos pelas mãos firmes de Rodrigo, e o mesmo acabou corando um pouco devido o jeito em que se encontravam.
— S-saiko... — Murmurou virando o rosto para o lado, não queria encarar os olhos do outro. — Pode me soltar?
Ycaro não viu, mas o moreno sorriu travesso e se aproximou um pouco mais do namorado. — Eu posso ser a sua última fase. — Sussurrou com a voz aveludada, soprando a orelha do loiro, que se arrepiou com tal ato.
O maior olhou para o pescoço pálido do mais novo e começou a mordiscar o local, deliciando-se com a textura da pele entre os seus dentes. Ycaro arfou quando o joelho do outro encostou em sua intimidade, fechando os olhos em êxtase.
Era bom ter Saiko ali, o rapaz sempre lhe causava diversas reações - na maioria das vezes, boas. Rodrigo espalhou mordidinhas até chegar perto da boca do outro, enquanto suas mãos deixaram os pulsos do mesmo apenas para segurar o seu rosto e beijá-lo com vontade. As mãos anciosas de Ycaro pousaram sobre os ombros do rapaz, se entregando totalmente aquela boca tão gostosa que estava contra a sua.
Saiko se sentou no colo do namorado, rebolando de maneira provocativa sobre o membro do loiro, fazendo o mesmo gemer. O ar logo se fez necessário e eles se afastaram, aproveitando para tirar as roupas que estavam sendo muito incômodas naquele momento. Os olhos castanhos de Ycaro se fixaram nas orbes negras do outro, e ambos puderam ver o desejo crescente que sentiam.
(...)
Os fios de cabelos loiros estavam espalhados na cama, alguns grudados na testa de Ycaro, demonstrando a bagunça em que o menor se encontrava. Seus gemidos eram como uma bela canção para Saiko, que se arrematava com força em seu interior. O moreno estava deitado logo atrás do parceiro, abraçando a sua cintura enquanto segurava a sua coxa com a outra mão.
De ladinho. Era a posição em que se encontravam, e era uma das preferidas de Ycaro. Ele gostava tanto quando Saiko o apertava com as mãos firmes, enquanto distribuía mordidas e chupões no seu pescoço e o tomava da maneira que somente ele sabia fazer. Ah, o loiro se derretia com todos aqueles toques do namorado.
— Está gostoso, Ycaro? — Perguntou mordendo o lóbulo da orelha do outro, estocando-o com vigor.
— Sim... Não para, Saiko. — Ofegou apertando os olhos, soltando lufadas de ar por conta do prazer que sentia.
O maior sorriu e aumentou o ritmo da penetração, deliciando-se com o interior quente e apertado do outro. Alguns instantes depois, Ycaro gozou, sentindo espasmos por todo o corpo.
Saiko estocou mais algumas vezes e quando estava prestes a se desfazer, saiu de dentro do loiro, derramando a sua semente sobre o corpo do mesmo.
Deitou-se de barriga para cima, recompondo as energias perdidas durante o ato. Sentiu um movimento na cama, e logo Ycaro deitou a cabeça no peito do mais velho.
Rodrigo começou a fazer um cafuné nos cabelos loiros do garoto, que quase adormeceu ali mesmo, mas não faria isso, ele precisava de um banho. E foi o que pediu para o moreno.
— Me leva no colo? — Sorriu fofo para Saiko, e logicamente teve o seu pedido aceito. Ycaro sabia que ele não iria recusar, ainda mais depois do que acabaram de fazer.
— Você é muito folgado, vala meu Deus. — Brincou, mas logo tratou de pegar o menor nos braços, deixando um selinho nos lábios macios do mesmo. Ycaro se aconchegou contra o outro, envolvendo o pescoço de Rodrigo com os braços, aproveitando o calor que emanava do corpo dele. Em seguida, Saiko se pôs a andar rumo ao banheiro, para enfim tomarem o banho.

(...)
— Saiko, foi tu que passou de fase? — Ycaro perguntou com o semblante confuso, entrando na cozinha onde o moreno estava de costas para si.
— Uhum. — Murmurou, concentrado em bater a massa de bolo em suas mãos.
— Eu não acredito. Como tu conseguiu? — O loiro estava indignado, afinal, se esforçara muito e nem assim havia conseguido. Se aproximou do namorado, ficando bem ao lado dele, queria saber onde havia errado.
— Foi fácil, eu só bati aleatoriamente e usei um poder especial. — Disse ajeitando os óculos no rosto, todo convencido.
Ycaro o encarou com os olhos semicerrados, murmurando um "Filho da mãe" para o rapaz, que voltou com os seus afazeres anteriores. Mas no fundo, o loiro estava agradecido, pelo menos poderia continuar jogando sem mais se preocupar com aquele chefe, afinal, o boss mais forte estava ali ao seu lado. E sempre iria ajudá-lo quando precisasse.