Melissa

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Eu não conseguia ficar meio minuto sem sorrir. Quem diria que um dia nessa vida meu patrão rabugento, que me demitiu no meu primeiro dia, só por que eu fiz o filho dele sorrir, iria ser meu namorado?

Eu estava tão feliz, mas não só por isso, acho que por tudo, sabe? Era como se a muito tempo a minha vida estava dando certo. E pra alegrar mais ainda meu dia, Pedro me mandou uma mensagem dizendo que estava pegando o avião de volta pra cá.

Ele não ia ficar no apartamento com a gente, como ele sempre fica, algo com a namorada não ir muito com a nossa cara, o que eu acho uma palhaçada, já que ela nem conhece eu e Vanessa pra querer dizer alguma coisa.

Ele iria ficar na casa da namorada até alugar um apartamento, mas ia pra nossa casa no sábado pra nos ver, ele já estava sabendo que eu voltava pra casa só no final de semana, acho que por isso escolheu esse dia.

Apesar de que agora só em pensar em ficar longe do meu pequenino já me aperta o peito.

Acho que estou me apegando demais...

E isso porque ainda nem comecei a amamentá-lo, imagine quando isso acontecer então? As vezes tenho um pouco de medo, não suportaria o perder.

Mas agora, com as coisas indo bem entre mim e Felipe e com o nosso relacionamento realmente oficializado, eu me sinto um pouco melhor.

Meu namorado e um bom motivo pra mim não querer ficar longe também... ai, acho que estou muito babona por esses dois viu.

-Beni, o que você e seu papai estão fazendo com o meu coraçãozinho, ein? – perguntei pra ele.

Estávamos brincando no jardim, agora, como ele estava um pouco mais firminho, gostava muito de brincar deitadinho. Então eu levei uma manta e cobri a grama o deitando ali. Ele estava adorando, ria sapequinha toda hora.

-Ah, mas você é muito lindo, né, meu amor, e muito fofo... – comecei a enchê-lo de beijinhos e ele gargalhou alto agarrando meus cabelos. – Ai, Beni... já entendi que você me ama também, bebê. – ri tentando soltar suas mãozinhas do meu cabelo.

Brincamos mais um pouco e ele começou a sentir sono, lhe dei um banho para que ele ficasse cheirosinho e fresquinho e depois lhe dei a mamadeira. Eu não via a hora de poder o amamentar... Acho que nunca senti vontade de fazer uma coisa como estou sentindo de fazer isso.

Beijei sua testa depois de deitá-lo no berço e então sai de fininho do quarto. Agora que eu já estava bem mais adaptada com tudo por aqui, as coisas tinham ficado mais fáceis, eu não tinha muito o que fazer, meu serviço era basicamente cuidar do pequeno e das coisinhas dele, que se resumia em deixar seu quarto limpo e organizado, assim como suas roupinhas e brinquedos.

Beni não era bagunceiro, nem tem idade pra ser ainda... Suas roupinhas eu cuido delas duas vezes na semana e o quarto eu também não faço bagunça. Então a maior parte do meu dia em que ele está dormindo eu fico sem nada pra fazer.

-Re, quer ajuda? – perguntei quando a vi arrumando a sala.

-Não precisa, Mel. – ela disse com um sorriso forçado.

Eu sabia que mesmo que ela negasse minha ajuda ela precisava, dava pra ver que ela já estava cansada.

-Eu posso te ajudar, dá aqui, eu termino pra você. – peguei a vassoura de suas mãos e beijei sua bochecha, ela sorriu em agradecimento e saiu para o andar de cima.

Cuidar de uma casa gigante como esta, sozinha, não deveria ser nada fácil... E eu não me importo em ajudá-la.

Limpamos tudo antes de Beni acordar, em duas o trabalho era bem mais rápido. Aproveitei que meu garotinho ainda dormia e fui tomar um banho. Quando estava saindo do meu quarto, já de banho tomado, o ouvi chorar.

Muito mais que uma BabáWhere stories live. Discover now