A despedida de solteiro

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Aquilo era uma péssima ideia. Akaashi não tinha tempo e tão pouco precisava de uma despedida de solteiro. Não quando ele estava frustrado sexualmente e tinha homens maravilhosos fazendo loucuras no pole dance.

— Eu vou pra casa — disse Keiji, girando nos tornozelos para partir. Mas Oikawa e Sugawara estavam logo atrás dele, o segurando pelos ombros e o virando na direção da entrada novamente.

— Vamos, você precisa se divertir — disse Tooru.

— Você merece uma despedida de solteiro. Vai te desestressar.

— Isso é uma perda de tempo — Akaashi revirou os olhos. — E sei que vocês só estão me usando como uma desculpa pra passar uma noite em uma boate.

— Exatamente — respondeu Sugawara. — Agora cala a boca e entra logo.

Keiji se deixou ser arrastado para dentro da boate. Ao abrirem a porta, ele foi atingido no rosto por luz, muita luz colorida e barulho. Ele odiava aquele tipo de lugar. Conseguia resumir o final daquela noite em três palavras: dor de cabeça.

Koushi e Tooru o arrastavam até as escadas, o levando para cima. Eles subiram vários degraus, até pararem de frente para uma sala. Keiji arqueou uma sobrancelha.

— Achei que tivéssemos descartado a ideia de um ménage. — Ele disse.

— A gente sabe como você odeia lugares cheio e barulhentos, então nossa festinha vai ser ai dentro — disse Sugawara, abrindo a porta, revelando o local. Era uma sala pequena, com dois sofás e uma mesa de centro enorme, onde acomodava os mais variados tipos de bebidas e petiscos. Em um dos sofás estavam Kenma e Hinata. Kozume gravando tudo, enquanto Hinata vibrava ao vê-los entrar.

O ruivo estava todo caracterizado para a ocasião. Com óculos colorido de festa e soprando uma ‘’língua de sogra’’ sem parar. Akaashi estava tentando entender o que ele estava vestindo. Era um tipo de gargantilha cor de rosa, e um short com suspensórios, da mesma cor, curto demais. Estava praticamente de roupa íntima.  

— Vocês vestiram o Hinata de gogo boy? — Akaashi perguntou.

— Não, ele se vestiu sozinho — disse Kenma.

— A fantasia tava lá dando sopa, então eu peguei — Hinata se levantou fazendo pose. — Mas eu fiquei bem sexy, num fiquei?

Kenma sorriu, colocando a mão sobre o peitoral desnudo de Shouyou.

— Eu tenho meu próprio vai vai menino — diz ele. — Lembre de levar essa fantasia pra casa.

— Pode deixar, mozão.

Pela milésima vez naquela noite, Keiji foi empurrado, dessa vez para que se sentasse no sofá. Mesmo com a sala fechada, ainda podia-se ouvir o barulho da música alta vindo do lado de fora da porta. Akaashi se perguntou como os tímpanos daquelas pessoas aguentavam.

Entretanto, ele não teve muito tempo para pensar naquilo. Oikawa foi até o aparelho de som, com caixas enormes, no canto da sala, enquanto Hinata e Sugawara abria as bebidas. Iniciando a festinha particular.

Kenma se levantou, ficando de pé em cima do sofá, retomando sua gravação.

— Por que diabos você tá gravando? — Akaashi perguntou.

— Isso vai ser meu presente de casamento para vocês. — Respondeu ele. — Agora vira esse chicletinho que quero ver você doidão.

Keiji deu de ombros, desistindo de resistir. Ele precisava se divertir. Estrassavar. Parar de pensar que em menos de uma semana ele estaria caminhando até o altar, entregando sua vida a Koutarou.

Apesar da certeza de que não havia ninguém no mundo para ele além de Bokuto, ele ainda estava nervoso. Queria que tudo fosse perfeito. Era o momento que ele mais se lembraria nos dias de sua velhice. Onde estaria sentado em sua cadeira de balanço — porque todo velho tinha uma cadeira de balanço — com o álbum de fotos sobre seu colo, rindo com Koutarou sobre como agora ambos tinham cabelos brancos.

Depois da terceira garrafa de bebida colorida, que com certeza deixaria suas fezes cor de rosa, ele não conseguia pensar em mais nada. Suspeitava que não conseguia nem mesmo se lembrar de seu sobrenome.

Ele cantou, dançou, bebeu e bebeu. E em algum momento daquela noite, eles saíram daquela sala e foram festejar na boate barulhenta e causadora de ataques epiléticos.

Akaashi só teve conhecimento do real estrago que eles causaram quando acordou no outro dia, em um quarto de hotel barato, onde Kenma o deixou bisbilhotar uma amostra grátis do que ele havia gravado a noite inteira.

— Quanto você quer pra apagar isso e fingir que nunca aconteceu?

— Nem tente — Kenma respondeu, balançando a câmera —, eu vou editar isso e vender pra Netflix.

Say I DoOnde histórias criam vida. Descubra agora