capítulo único

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James Potter estava a ponto de explodir. Não literalmente. Explodir de cansaço e irritação e Deus, quem tinha sido o idiota que quebrara o corrimão da escada. Estava calor, não chovia há semanas, o trânsito estava péssimo e sua camisa branca potencialmente arruinada de suor e poeira. Era sexta-feira à noite, Sirius provavelmente estava com Remus (James não entendia muito bem porque ele e Six continuavam dividindo apartamento se o homem passava mais tempo na casa do namorado do que no próprio prédio, mas enfim) e ele estava estressado e sem nada pra fazer- o que talvez fosse pior ainda.

A porta do apartamento 201 bateu atrás dele, suas roupas deixando uma trilha até o banheiro. "Um bom banho gelado e uma cerveja com macarrão caseiro" James pensou, suas costas parecendo finalmente começar a relaxar, "é tudo o que eu preciso".

A tranquilidade que ele pretendia sentir não durou muito, no entanto. Dez minutos e uma roupa mais confortável depois ele soltou um suspiro exasperado para a geladeira que tinha estragado três dias atrás e estava, claro, vazia (ele não sabia como tinha esquecido, disso e de ligar para o técnico. Tinha como esse dia piorar?). James repassou sua manhã mentalmente, tentando lembrar o que o melhor amigo tinha dito que tinha feito com as cervejas antes deles saírem para trabalhar- "Levei tudo pra casa do Moony. As sobras de comida tão na Lily- ou de volta a origem delas, como ela disse hoje de manhã. Ela reclama e reclama mas ela adora que a gente coma lá, fala sério". Sirius tinha razão, claro. Lily gostava mesmo quando eles (e Remus) apareciam no apartamento 202 e ela sempre cozinhava o melhor... Oh. Lily. Sua melhor amiga e vizinha e como ele não tinha pensado nisso antes? sua cura para esses momentos. Em movimentos rápidos James saiu do seu apartamento, cruzando o silencioso corredor em somente um passo para apertar duas vezes a campainha da frente, impaciente.

No que para ele foi um século depois, a porta do apartamento 202 se abriu, revelando uma Lily sorridente e que também parecia ter acabado de sair do banho.

-Oi James! O que-

Mas então James estava entrando, fechando a porta num movimento brusco e a encostando na parede, sua boca grudada com força na de Lily em menos de um segundo. Os braços finos dela o puxaram para mais perto e ela gemeu, ainda que sem saber exatamente se pela surpresa, pelo calor que emanava dos lábios dele- que agora desciam rapidamente pelo seu pescoço- ou pela sensação da ereção de James pressionando seu abdômen. O que quer que fosse não a embriagou por muito tempo: logo era ela que estava no controle, os dedos enroscados no cabelo castanho guiando o beijo enquanto deixava ele brigar com o fecho do shorts.

-Não esperava te ver hoje -ela conseguiu dizer no mísero segundo que eles pararam para respirar, os dois corpos se movendo com sincronia e agilidade em direção ao quarto dela, um caminho feito antes tantas vezes.

-Não tinha planejado vir mas... -ele respondeu uns minutos depois, quando ela soltou seus lábios para deixar um chupão no pescoço moreno. Lily levantou o olhar para encontrar o dele e James sabia que ela tinha entendido exatamente tudo que se passava na sua cabeça. E, James desconfiava, era por isso que tornar a amizade colorida tinha sido uma das melhores decisões que eles tinham tomado, dois meses atrás. A ideia tinha vindo de uma das várias noites que eles passavam jogados no tapete, conversando até tarde. Lily tinha chegado do terceiro encontro fracassado do mês e James estava reclamando da dificuldade de conseguir dar uns beijos sem compromisso. De alguma forma (eles não tinham nem sequer bebido, Lily culparia a pizza) eles acabaram na cama da ruiva e, para dois amigos que jamais tinham sequer se considerado de forma sexual, eles eram obrigados a admitir que eram muito bons naquilo.

Eles tinham aprendido rapidamente do que o outro gostava e a maneira como eles se moviam parecia quase um espetáculo de dança: a sincronia e os movimentos eram mais do que certeiros. Por isso Lily nem piscou quando ele apertou sua cintura, o ponto exato que pedia para ela enroscar sua perna na cintura dele (mas os gemidos ainda se desenrolaram pela sua língua: por mais em sintonia que eles tivessem o prazer nunca deixava de inebria-la completamente).

Quando a vontade baterOnde histórias criam vida. Descubra agora