De metamorfos a leituras de pensamentos

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Receber aquela mensagem foi no mínimo esquisito, até porque eu não sabia quem havia enviado a mesma e o porquê de querer que eu saísse de casa. Ainda mais estranho é o fato de o pastor alemão ter evaporado de uma hora para a outra como se fosse fumaça. Abri a porta do meu quarto vagarosamente e não havia nada no corredor principal, todas as outras portas se encontravam fechadas então para onde o cão poderia ter ido?

Assim que comecei a descer as escadas ouvi as vozes baixas que provinham da cozinha, minha mãe e o tal Dongyul pareciam estar tendo uma conversa séria e eu não tinha a intenção de ouvir nada mais foi inevitável, ainda mais quando sei que se trata de mim por algum motivo.

- É melhor que ela saia daqui, eu não quero que ela corra risco de vida. - Minha parecia estar angustiada e embora eu tenha notado que ela estava estranha, não pensei que pudesse ter algo haver comigo.

- Solji, ela irá estranhar tudo isso.

- Você sabe o porquê eu quis a trazer para cá mas então todas essas coisas voltaram do nada e agora estão atrás da minha filha, o que quer que eu faça? - A leve exaltação em seu tom de voz me fez perceber que ela estava preocupada e tudo soou mais estranho após aquilo pois se for associar a todas as coisas que têm acontecido desde que cheguei a Bar Harbor, acreditar em alcatéia, cães estranhos que somem do nada e uma sombra em meio a escuridão que aparece no fundo do nosso quintal, parece fazer muito sentido agora.

- A lua quis que as coisas fossem dessa forma. - A fala de Dongyul me deixou totalmente confusa e ao mesmo tempo curiosa para saber o que de fato era a pauta da conversa.

- Você disse que Doyoung irá para New York após o ensino médio, eu penso que deveria mandá-la para lá com a desculpa de que irá estudar apenas para que ela não corra perigo. - Minha falou rapidamente atropelando sua própria fala e eu gostaria de entender o porquê de eu estar em perigo e se ela já havia notado as coisas estranhas que vem acontecendo desde que cheguei a Bar Harbor.

- Se você preferir desta forma, mas saiba que há metamorfos em todo lugar. - E após essa fala, ouvimos a campainha tocar e eu paralisei ao pé da escadaria e ouvi minha mãe se levantando da cadeira pois a mesma fez um som ao ser arrastada sobre o piso da cozinha.

Silenciosamente, subi os degraus de escadas praticamente correndo e aos tropeços, por sorte consegui chegar ao meu quarto antes que minha mãe percebesse que eu por algum acaso estava ouvindo sua conversa. Ouvi vozes no andar de baixo e minha mãe parecia estar conversando com alguém até que ouvi a mesma chamar pelo meu nome e eu apenas me limitei a sair do recinto e ir até o andar inferior como se nada tivesse acontecido e como se a adrenalina não estivesse correndo por minhas veias mas tudo só piorou quando vi quem estava na porta ao descer as escadas era ninguém mais ninguém menos que Nakamoto Yuta, este possuía um sorriso nos lábios, daqueles que conquistam qualquer pessoa, menos a mim.

- Não sabia que já tinha tantos amigos, assim! - Minha mãe comentou estando perto da porta de entrada e eu apenas me limitei a ir até onde ela estava.

- Ele não é meu amigo. - Talvez tenha soado grosseira pois minha mãe apenas se limitou a franzir o cenho em seguida olhar para o rapaz que estava parado em na nossa porta agora com uma expressão envergonhada. - Vamos conversar lá fora. - Falei ao japonês que apenas assentiu em silêncio e minha mãe acabou por entrar novamente assim que saí e fechei a porta atrás de mim.

- Deve estar se perguntando do porquê de eu estar aqui. - Ele comentou com sua usual expressão séria.

- É exatamente isso que estou me perguntando.

- Sei que esteve na biblioteca hoje cedo, por mais que não tenha lhe visto lá, pude sentir seu cheiro. - Ele explicou e eu franzi o cenho, era impossível ele ter reconhecido o meu perfume. - Pode parecer loucura mais não é.

Figure Eight - Jung JaehyunWhere stories live. Discover now