Capítulo 19

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[Dia da festa]⁣
Victor & Arthur.

Após deixarem Babi em seu prédio, os dois seguiram em silêncio até a casa do maior. Arthur estacionou o carro no quintal e não ousou destravar a porta quando Victor fez menção de abri-la.

Victor: Arthur...? -A garota grunhiu enquanto puxava a maçaneta.

Arthur: Até quando você vai ficar fugindo de mim, Victor? A gente precisa conversar! -Desistiu da porta e virou na direção do Ex, enquanto cruzava os braços e o encarava com as sobrancelhas erguidas.

Victor: Tudo bem, vamos conversar. -Disse cinicamente.

Arthur: Olha, eu estou feliz que você resolveu não desistir de adotar o bebê... Mas não pode me excluir das coisas. É o NOSSO filho. -Victor prendeu a respiração e desviou o olhar.- Você nem tem noção né? -Soltou um riso escárnio enquanto olhava para o outro lado

Victor: Noção do que?

Arthur: Do quanto está me machucando... -O homem sentiu seus olhos marejarem quando voltou o olhar para o menino ao seu lado - Eu nunca sei de nada... Eu nem sei mesmo por que a gente terminou sendo que tudo estava indo tão bem... Por que você fica me afastando? Isso está me corroendo, está me machucando tanto... Não faz isso comigo, por favor... -Arthur já tinha desistido de segurar a lágrimas. E do outro lado, Victor dava tudo de si para não desabar na frente dele.

Victor: Eu... Eu tenho tanto medo.

Arthur: Medo do que...? -Franziu as sobrancelhas, observando a garota com os olhos vermelhos e a respiração acelerada.

Victor: De você me deixar... De descobrir que eu não sou perfeito. De me fazer criar esperanças e depois ir embora e jogar tudo no lixo... Tenho medo de me machucar, Arthur. -Piscou, deixando as lágrimas escorrerem livremente pelas suas bochechas enquanto Arthur enrijecia a coluna com as declarações do outro.

Arthur: Eu já passei essa impressão pra você? -Limpou as lágrimas e Victor fez o mesmo

Victor: Eu não sei... Eu sou tão inseguro. Você é todo badboy e anda com os meninos para tudo o que é festa. Eu sempre tive uma dúvida se você era capaz de me trair... Eu não quero me machucar de novo.

Arthur: De novo? -Franziu a sobrancelhas, esperando uma explicação do menino. Victor endireitou a coluna e ficou alguns segundos em silêncio, processando toda aquela história.

Victor: O meu pai abandonou a minha mãe quando ela estava grávida, mas ela me teve mesmo assim. E eu sempre admirei tanto isso nela, sabe? A forma que ela cuidava de mim com todo amor e carinho do mundo... Até que no meu aniversário de 15 anos, o meu pai apareceu. Disse que estava arrependido e que queria consertar as coisas, que queria reconstruir nossa família. A minha mãe tinha um coração tão bom, ela sempre acreditou nas pessoas, ela tinha esperança nele e então aceitou recomeçar. Nos primeiros meses era como um sonho, sabe? Ele nos levava para passear, comíamos em um restaurante na praia todos os domingos. Ele era um pai perfeito. Mas era perfeito demais pra ser de verdade.... Depois de algum tempo, ele começou a sumir durante os dias. Depois manhãs... Noites inteiras. Eu vi a minha mãe definhar lentamente com aquilo. Vi a minha mãe perder a base, perder as forças... Ela foi demitida dó trabalho e tudo o que entrava naquela casa, era sacolas e sacolas de bebidas. Ela emagreceu tanto... E até hoje de vez em quando eu sinto o cheiro do cigarro impregnado naquelas paredes... Eu perdi a mulher que eu tanto admirava por causa daquele filho da puta que nos fez criar esperanças para depois estraçalhar e nos deixar em pedaços... Não quero acabar como a minha mãe. Não quero destruir a minha vida, Arthur. Ela não aceitou minha ajuda. Ela se recusa a tudo o que eu tento fazer para ajudá-la. Eu tenho que viver vendo a minha mãe morrer aos pouquinhos, você sabe como isso dói?

DYNASTY - BabitanWhere stories live. Discover now