Epílogo

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Assim que abro meus olhos noto que não estou mais na sala de parto

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Assim que abro meus olhos noto que não estou mais na sala de parto. Agora estou em um quarto, me sento com dificuldade, e assim que faço isso vejo James sentado na poltrona ao meu lado. Ele tem a cabeça para trás, e a boca esta escancarada enquanto ele dorme, suas calças parecem manchas de terra, como se ele tinha limpado a sujeira com magia que nunca faz o trabalho todo, deduzo então não devo ter apagado por muito tempo, se não ele já tinha dado um jeito de se trocar, porem também não foi pouco tempo, visto que ele tirou o casaco e lavou o rosto, pescoço e braços.

Tento me sentar, sendo atingida pelo um incomodo nas minhas partes intimas. Quando um machucado é curado com magia, ainda fica prestígios, assim como quando limpamos algo, o corto que lembro de terem feito durante o parto foi curado, mas ainda dói.

Não foco tanto nisso, não tento entender porque fizeram o corte, vou questionar para Lene depois. Pois assim que me sento observo outra coisa, minha barriga não está mais como antes. Não é como se ela tivesse magicamente ficado lisa e sem gorduras, não, o inchaço da gravidez ainda estava ali, só que tinha algo de diferente, algo estranho, a pele não estava mais esticada ao máximo pelo bebe. Logico eu sabia que isso ia acontecer, que vai levar meses para eu voltar para o meu corpo de antes, anos talvez, isso se eu sequer voltar, mas não é isso que me inculcou choca. O ponto é: o bebe não está mais dentro de mim.

É real agora, eu tenho um filho que depende de mim, depende de verdade. Quer dizer, até esse momento a única coisa que eu tinha que fazer era tomar cuidado para não cair, me alimentar direito e tomar as vitaminas. Agora precisa de mais que isso, bem mais que isso.

Quanto tempo passou? Minutos? Horas? Será que ele ficou com fome e eu estava aqui dormindo? Será que já fracassei na minha primeira missão como mãe?

- James. - tento chamar, noto que minha voz esta arrastada, rouca, provavelmente por causa dos gritos e grunhidos que dei durante o parto, ela também arde um pouco e eu sinto uma necessidade desesperadora de beber água. - James.

Embora o segundo chamado não tenha sido diferente do primeiro, James acorda imediatamente. Pula da poltrona em um rompante, a mão na varinha, os olhos correndo pelo quarto em busca de alguma ameaça.

Lembro pelo que ele acabou de passar, sua primeira missão, participou de uma missão em campo, se arriscando para salvar alguém.

Ele leva meio segundo para entender que não há perigo, apenas a mãe de seu filho acordada.

- Lily, querida. - ele caminha até a cama, primeiro faz menção de sentar, mas parece raciocinar olhando para roupas imundas, e opta por se ajoelhar ao meu lado, puxando minhas mãos para as suas. - Merlin, você me deu um susto e tanto, ruiva.

- Desculpa. - digo automaticamente, mesmo sabendo que a culpa não foi minha. - o que aconteceu? Onde está Harry?

Tento sair da cama, mas James me impede e acabo ficando sentada de frente com ele, suas mãos sutilmente sobre minhas coxas expostas pelo avental curto, por algum motivo isso faz nossos rostos corarem, e ele afasta a mão rapidamente.

- Não acho que você já pode levantar, perdeu bastante sangue. Você estava cuspindo a poção então foi preciso uma transfusão no estilo medicina trouxa. Você perdeu muito sangue, algo sobre um vaso rompido durante o parto, o medo era que o cérebro tinha ficado sem sangue oxigenado, mas você parece bem. - James levanta do chão, aparentemente mais calmo ao me ver normalmente, ele volta a sentar na poltrona. - Harry está bem, muito bem, forte e saudável, nem mesmo parece um bebê prematuro, todas as medibruxas acham que em breve vocês sairão daqui.

- Só me sinto cansada.

- E tem todo direito de se sentir assim, Harry é um bebê grande - ele diz sorrindo, antes mesmo que eu possa perguntar ele completa. - as enfermeiras o levaram pra fazer alguns testes padrões. Sai da sala chorando e deixei Sirius cuidar disso quando ele começou a gritar por terem furado o pezinho dele.

Parte de mim ri ao imaginar James chorando por um motivo assim, mas ao mesmo tempo entendo, não quero nem pensar no meu filho sentindo dor, mesmo que seja uma essencial para saber sobre sua saúde.

Antes que qualquer um de nós podemos falar mais algo a se abrir. Uma mulher arrastando uma espécie de berço com rodas.

- Ah, querida, você acordou. - ela diz entusiasmada para mim. - seu bebê deve acordar a qualquer momento querendo mamar, como primeiras vezes pode ser complicadas, mas estaremos todos prontos pra ajudar.

Logo atrás dela, entra Sirius, parece muito mais despreocupado do que quando estava no pré-parto ouvindo todos meus gritos e xingamentos.

- Meu querido, agora só o marido pode ficar aqui, o horário de visita começa em meia hora. - ela diz, Sirius começa a reclamar, mas ela o interrompe. - vou dá cinco minutos, apenas porque sei que você ficou na sala de parto também.

Ela sai logo depois disso, dando um sorriso para mim e para James, e um mais prolongado para Sirius.

- Jogou seu charme nela foi? - pergunto elevando uma sobrancelha.

- Não posso fazer nada se sou irresistível. - ele responde. - como você está, Lily?

- Querendo pegar meu filho no colo.

James não me deixa esperando, imediatamente pega o pacotinha do berço e entrega com cuidado, assim como falou o bebe é grande para um prematuro, e mesmo com o rostinho inchado e vermelho identifico imediatamente o motivo do sorriso presunçoso de James.

- Oh, céus, ele é a sua cara. - constato passando os dedos pelos cabelos negros.

- Espera só até ele abrir os olhos. - nem preciso olhar para James para saber que ele está sorrindo.

- Ele tem um cheiro ótimo, Lily. - diz Sirius parecendo empolgado. - Sente só.

Obedeço seu comendo, encostando meu nariz na sua cabecinha e puxando o ar vagarosamente. O cheiro é incrível, o melhor que já sentir. Encaro o bebe mais um pouco, absorvendo todo o peso da nova responsabilidade que seguro em meus braços. Agradeço por James e Sirius estarem ali comigo, as duas pessoas que participaram dessa gestação desde o início e os que mais me deram painéis para continuar mesmo com todos os empecilhos.

Cada um me apoiou do seu jeito dentro de sua posição: James como pai da criança e Sirius como um grande amigo, e agora talvez mais que isso.

- James, acho que está na hora de fazer aquele convite que conversamos antes. - digo sorrindo para ele.

James sorrir, e se ignorando o estado das roupas se senta ao meu lado na cama, tomando cuidado para não deixar suas calças sujas chegarem perto do bebê.

- Sirius, como você esteve ao nosso lado desde o início, nos apoiando e ajudando, nós queríamos saber se você aceitaria ser padrinho do Harry.

Pela primeira vez desde que o conheço, Sirius Black ficou sem palavras, chocado com o convite.

- Eu ... eu ... é claro. É claro que aceito. - ele consegue dizer depois de quase um minuto de silencio, com os olhos marejados e a voz embaçada. - me sinto muito honrado com essa consideração.

- Eu não confiaria meu filho a mais ninguém. - digo com total sinceridade.

Qualquer coisa que Sirius tente responder é interrompido pelo som mais maravilhoso e ao mesmo tempo assunto, o que ouvir até cansar por muito, muito tempo. Meu filho chorando.


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