rumores vêm e vão (mas por favor, fique)

capítulo único

"CRAZY IN LOVE: Lily Evans lança faixa sobre o quente relacionamento com o ator Amos Diggory antes de pausa"

"Lily Evans confirma rumores de affair com seu guitarrista em novo single: ouça Crazy In Love"

"Crazy In Love e o relacionamento de Evans e Fabian Prewett: o que sabemos até agora"

Marlene abriu mais um site de fofocas, encontrando uma matéria parecida com as dez que tinha visto até agora, todas prometendo "a verdade sobre a vida amorosa de Lily Evans". Ela olhou o celular, calculando que pelo horário a melhor amiga já deveria estar bem longe de Londres, voltando para casa. E embaixo do relógio, uma coleção de chamadas propositalmente ignoradas de Alvo Dumbledore, o dono da produtora com quem elas trabalhavam. A loira revirou os olhos, sem paciência para o homem que a encheria de perguntas e cobranças sem sentido sobre a cantora. Lily a convencera de que era melhor esperar o contrato deles acabar naturalmente, que isso deixaria 100% da carreira nas suas mãos, como elas queriam, mas de forma tranquila, sem grande alvoroço midiático. Marlene sabia que como agente da grande-cantora-pop-da-década esse deveria ser seu primeiro impulso. Mas além de um sucesso e a principal fonte de renda da Hogwarts Records, Lily Evans era sua melhor amiga- e quando pensava na garota carinhosa e forte que ela conhecera no primeiro ano da faculdade tinha que se segurar para não mexer seus pauzinhos e lhe dar uma carreira tranquila.

Era tudo o que elas queriam, afinal. Já se passavam quase 15 anos desde que o primeiro álbum de Lily fora lançado- e a ruiva engolida pelo turbilhão que fazia parte de ser uma diva pop. Elas eram muito gratas por tudo que tinham percorrido, uma no palco e a outra nos bastidores (sempre juntas, Lene pensou com carinho) mas era hora de descansar. Nada de mil entrevistas seguidas de tours mundiais recompensadoras mas exaustivas- principalmente para uma mãe de primeira viagem que não pretendia abrir mão assim da criação do filho.

Marlene pensou na foto do afilhado que guardava na carteira. O garoto que, só com dois anos e alguns dentes ainda por nascer, provavelmente estava brincando no parque da pequena Godric's Hollow sem sequer imaginar que sua mãe estava em todas as revistas de fofoca inglesas. Ou melhor, sem ao menos saber como eram as revistas de fofoca. Porque Lily, sendo a mulher extraordinária e teimosa que era, conseguira manter sua vida pessoal como deveria ser: privada. E ao pensar nela pegando o trem para ir para casa e deixando os tabloides pegando fogo em suposições para trás, Lene se deliciou nesse fato.

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Quando Lily desembarcou na estação de trem de Godric's Hollow, foi recebida pela sua voz favorita:

-Aparentemente você está me traindo com uns oito famosos diferentes. Devo me preocupar? -o sorriso de lado do homem não falhava em derreter Lily por completo, e ela não conseguiu não devolver o olhar divertido que eram tão deles.

-Só oito? Que decadência, já não se fazem mais tabloides sensacionalistas como antes...

Ele deu aquela risada gostosa que ela tanto amava, com as ruguinhas no canto dos olhos aparecendo e os cabelos se bagunçando ainda mais- e Lily não aguentou mais, se jogando nos braços do marido, que a apertou de volta, as duas bocas não tardando em se reencontrar.

-Pronta para ir pra casa? Minerva estava precisando de umas férias de mim e eu deixei Harry com ela na biblioteca mas os dois estão doidos para te ver. -Lily pensou na madrinha do marido (que era quase uma madrinha para ela também, sempre por perto e cuidando da sua família) e no seu filho, seu pequeno Harry, de quem ela mais sentia saudade nos dias que ficava fora. A ideia da senhora e do bebê sentados na biblioteca rodeados de livros fez seu coração esquentar e seus passos acelerarem.