4. Care about

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Any Gabrielly • POV

- Você é surdo, porra? - Noah praticamente rosnou de ódio, sua raiva era notória e o seu tom frio me fazia estremecer. - Eu mandei você soltar ela! - disse firme.

Eu tremia de medo, temia o que podia acontecer comigo e até mesmo o que poderia acontecer com o babaca do Noah por ele estar me defendendo. E se o homem tentasse alguma coisa contra ele? Eu me sentiria culpada demais por ele se ferrar por minha causa.

O homem deu uma breve risada como se não levasse Noah a sério, isso pareceu alimentar sua raiva e eu conseguia ver isso no seu olhar.

- E por que eu faria isso? - O homem desafiou, suas mãos me apertaram com mais força ainda, me fazendo gemer de dor. - Se manda daqui, playboy, antes que isso fique feio pro seu lado.

E essa foi a gota d'água para todo o autocontrole dele.

Em movimentos rápidos Noah se aproximou com ódio e antes que minha mente pudesse processar qualquer informação ele puxou o cara para longe de mim pelo colarinho da camisa, me livrando do seu aperto.

O cara não teve nem tempo de analisar a situação e Noah já tinha acertado um soco em cheio em seu rosto. Sem tempo para se recuperar, Noah já estava acertando mais um soco, dessa vez eu consegui ouvir o som de ossos se quebrando e um grunhido de dor, e então o cara pareceu tonto. Essa foi a deixa para Noah golpeá-lo mais uma vez, dessa vez fazendo-o cair no chão meio desnorteado.

Achei que isso fosse o suficiente, mas me enganei ao ver Noah continuar desferindo golpes contra o cara, que já sujava o chão de sangue. Me encolhi na parede, soluçando. Noah parecia fora de si e a cena me enojava.

- NOAH! - gritei com a voz trêmula, só querendo que aquilo parasse. - NOAH! CHEGA! - minha garganta doeu por estar forçando minha voz ali.

Meus gritos não o pararam, mas quando ele ouviu meu soluço causado pelo choro mais alto ele pareceu cair em si. Noah saiu de cima do cara desmaiado e virou seus olhos para mim, ele pareceu se acalmar quando viu o meu estado e respirou fundo como se estivesse se controlando. Seus olhos então analisaram os nós de seus dedos sujos de sangue e negou com a cabeça para si mesmo.

- Vamos, - sua voz saiu baixa. - Vou te levar em casa.

Em um ato inesperado ele tirou sua jaqueta e jogou ela para mim, peguei por reflexo. Noah gesticulou com a cabeça para o caminho, como se dissesse que era para eu ir com ele, então eu o segui enquanto colocava sua jaqueta em meu corpo. Enquanto andávamos para o estacionamento do lugar eu consegui parar de chorar, mas ainda estava tremendo um pouco.

Dentro do carro de Noah eu observava a forma como suas mãos seguravam o volante com força demais, o sangue seco ainda estava ali sujando seus dedos, ele estava com os olhos presos no caminho a frente com a mandíbula contraída. O silêncio permanecia entre nós, nada foi dito desde a boate, e eu no fundo agradecia por ele não ter tentado falar sobre o que aconteceu.

Mas mesmo com o silêncio minha mente parecia barulhenta demais. Eu não conseguia deixar de pensar em tudo o que aconteceu, não conseguia deixar de pensar em como Noah me salvou. E isso era confuso demais para mim. Uma hora ele agia como se ele mesmo pudesse me matar com as próprias mãos e outra hora ele está impedindo que alguém me mate e até mesmo parecendo que se importava um pouquinho. Noah Urrea é uma confusão ambulante.

- Quando você vai aprender que é rude você encarar as pessoas com essa cara de bocó? - sua voz me tirou dos meus pensamentos e eu senti minhas bochechas aquecerem de vergonha por ter sido pega.

- Eu só... Eu tava... Ãh... Desculpe. - murmurei ao virar meu olhar para a janela.

E nada mais foi dito até o carro parar no estacionamento do prédio.

ULTRAVIOLENCE | NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora