founding love - jikook abo

𝟙

Jimin POV

Faz um mês desde que meu mal estar é frequente. Sintomas como fraqueza, sensibilidade emocional, desejos inusitados e principalmente carência são parte do meu dia a dia.
Meu namorado Woojin sabe de tudo que eu estou sentindo, mas ao contrário do que eu esperaria, ele não me levou para o hospital, não me deu remédios ou qualquer coisa do tipo.
Já faz um ano desde que eu me relaciono com ele, e nesse tempo, tudo perdeu a graça. Os primeiros três meses eram incríveis, eu namorava um cara seis anos mais velho, aparentemente tinha um futuro promissor e olhando pelo meu lado, seria o meu príncipe no cavalo branco.
Errado.
Meu primeiro cio com ele chegou, ele passou a ser mais frio e grosso. O cara que eu tinha conhecido em uma clínica veterinária quando eu fui acompanhar um amigo meu e seu bichinho pra uma consulta, o mesmo homem que me tratava como um rei, era carinhoso, e mostrava ser único, morreu.
Eu amava ele, passei a gostar muito dele, depois perdi todo o encanto no meu último cio, há umas duas ou três semanas atrás, quando mais uma vez, ele se negou a me marcar, e no dia seguinte chegou com o cheiro de outro em nossa casa, que ele implorou pra que morassemos juntos já que seriamos uma família, grande engano.
Nesse último cio, ele piorou, passou a me xingar, me ignorar e até mesmo me bater, eu sempre, sempre o chantageava e dizia que eu iria embora se isso voltasse a acontecer. Ele sempre me manipulava...
Então hoje, sem nem mesmo avisar ele, eu resolvi ir a uma farmácia e ir comprar um teste de gravidez.
Meus amigos na faculdade, Taehyung que era ômega, Hoseok que era um alfa e Jin que também era um ômega passaram a me alertar sobre uma possível gravidez, e que eu deveria sim, separar de Kim Woojin.
Foi pensando pelo menos uma vez em mim que eu resolvi pegar três testes pra ter total certeza e ir em direção ao caixa, pagando tudo no cartão dele sem nem mesmo ter permissão pra isso. Depois de pagar eu fui pro banheiro da farmácia e me tranquei ali, fazendo xixi nos copinhos e colocando os palitinhos dentro, me preparando pra esperar os cinco minutos mais longos da minha vida. Depois de ficar olhando pro cronômetro por um bom tempo, vi a marca do chegar aos cinco minutos e assim eu direcionei o meu olhar até os testes de diferentes marcas.
Todos deram positivo.
Eu não pensei no quão bom poderia ser ter um pedacinho meu no mundo, o meu primeiro sentimento não foi alegria, foi medo.
Medo de saber que ao chegar em casa, terei que contar ao pai da criança que em breve teremos um bebê pela casa.
Medo de saber que nem se eu quisesse eu poderia esconder essa gravidez, já que eu vou começar a inalar outro cheiro, outro ser estará dentro de mim e se ele ao menos cogitar a ideia de outro alfa comigo, ele vai surtar e eu que sofrerei com as consequências.
Me resta a dúvida:
"O que caralhos eu vou fazer?"

Jungkook POV

Fazem dois anos que minha irmã e melhor amiga morreu, ela era uma ômega linda, qualquer um se apaixonaria pelo jeito único que ela tinha, até que ela começou a gostar de um cara mais velho que ela, tudo começou a mudar, ela se afastou mas sempre me falava do quão incrível ele era.
Eu nunca fui com a cara dele...
Kim Woojin tinha vinte e um anos quando conheceu minha garotinha de apenas dezessete, e quanto ela completou dezoito, ele a pediu em namoro, tudo ficou mais estranho ainda, ela que antes era extrovertida e corajosa, agora havia ficado tímida e receosa com tudo. Eu via sim, marcas vermelhas pelo seu corpo durante esse um ano que eles ficaram juntos, mas ela afirmava que era causa das aulas de balé que ela fazia, mesmo que antes ela nunca tinha aparecido com uma...
Eu sentia falta da minha irmãzinha, ela vinha todos os dias falar comigo mesmo que fosse pelo celular, já que nem comigo ela morava e nossos pais moravam em outro país. E isso mudou, ela ficou incomunicável e preocupado, eu fui visitar ela, como um lúpus puro, ouvi a gritaria, os pedidos de socorro de fora da casa e então um silêncio. Resolvi agir em desespero, então eu entrei na casa,minha menininha estava lá, machucada e sangrando...
Ao abrir a porta vi ele com uma faca na mão e ela no chão, quase desacordada com um corte em seu estômago e um em seu pescoço, ao lado dela uma caixa branca aberta e um macacão de bebê amarelo em cima, intacto.
Ela havia engravidado desse verme, e ele como o desgraçado que ele era, em seus ataques de raiva, a machucou. Me lembro de fazer uso das aulas de luta corporal e desarmamento de um agressor que eu fazia quando mais novo, e assim consegui prender ele em uma cadeira. Corri até minha irmã, vendo que sim, a minha garotinha estava mal, muito mal...
Liguei pra polícia e pra uma ambulância, chorando como eu nunca chorei na minha vida. Tentando a todo custo fazer ela ficar acordada, pedindo que ela me olhasse e mantesse seu olhar antes lindo e iluminado, agora fosco e opaco.
A ambulância chegou quando ainda em meus braços ela começou a convulsionar e eu ouvia o desgraçado rir e fazer piadas sobre o que ele havia feito, eu queria o matar, céus como eu estava me controlando pra não matar ele naquele momento!
Mas eu não faria isso, não com a minha irmãzinha naquele estado e muito menos em sua frente.
Ainda na ambulância eu contei o que tinha acontecido e mesmo não sendo um exemplo de cristão, eu orei ali, pedindo com todas as minhas forças pra que Deus não levasse minha menininha...
Infelizmente ela veio a falecer na sua oitava convulsão ainda na ambulância, e eu tive que tomar calmantes por causa do pânico em que eu estava.
Uma semana depois que ela veio a óbito, foi o julgamento do verme que fez isso com ela, que eu jurei que se encontrasse ele um dia, o faria sentir mais dor do que ele já havia feito qualquer um nesse mundo sentir.
Seu decreto foi de um ano de prisão, eu fiquei indignado com o julgamento, afinal, ele merecia muito mais que trezentos e sessenta e cinco dias em uma prisão. Aí eu descubri que ele vinha de um berço de ouro, e que foi tudo comprado...
Eu tenho sim muito mais dinheiro que ele, mas ele conhecia muito mais gente que eu, afinal eu havia me mudado a pouco mais de três anos, e ele era nascido nesse país, não tinha chances...
Nesse momento, faz um ano e meio que ele saiu da prisão, e eu jurei pra mim mesmo que eu o mataria se o encontrasse.

Continua...