Epílogo

128 16 4
                                    

Lily terminou de tocar a última estrofe, indicando o fim da canção. Não ousou abrir os olhos enquanto não cessassem as palmas, as quais durou mais do que pensou que duraria. Algumas lágrimas que não conseguiu segurar nos olhos escorreram e ela não se deu o trabalho de limpá-las.

Como havia dito para a amiga, aquelas músicas diziam muito dela e de seus sentimentos mais preciosos e confusos, principalmente aquela música.

Lily abriu os olhos e viu a multidão de pessoas que aguardavam por seu pronunciamento. Procurou novamente pelo par de olhos avelãs que lhe entregaste suporte no início, mas não o encontrou.

- An... eu... eu q... que... queria agr... – Tentou falar, mas o nervosismo estava tomando conta dela.

Ela não conseguiria. Procurou desesperadamente a amiga ou qualquer um que pudesse socorrê-la, mas não encontrou. Talvez o nervosismo além de roubar sua fala, estava impedindo-a de enxergar. Pensou em largar tudo ali e sair correndo sem agradecer ninguém, o que acabaria com a imagem dela, mas antes que pudesse mandar suas pernas correr, sentiu um toque em seu ombro e mesmo sem olhar para ver quem era, ela sentiu-se segura novamente. Colocou sua mão sobre a dele e pronunciou as seguintes palavras:

- Obrigada por terem escutado essa música que é muito importante para mim. Antes de me despedir quero dar um conselho para vocês. Ame. Ame as pessoas que estão a sua volta e que torcem por vocês. Ame quem está aí e não percam tempo. A vida passa muito rápido e em um piscar de olhos, nada mais é como antes. Não deixem para amar e valorizar as pessoas depois, porque o depois pode ser tarde demais. Não é sempre que a vida nos dá uma segunda chance. É isso, obrigada – Ela curvou o corpo, agradecendo a plateia.

As pessoas aplaudiram novamente e o Dj soltou uma música indicando para os convidados que a balada estava começando e logo eles se dispersaram pela pista de dança.

Lily permaneceu alguns minutos imóvel antes de ser trazida de volta a si pela mão que ainda a segurava.

- Oi Lírio.

A garota virou-se. Não estava surpresa com a presença, e sim grata.

- Oi Jay – sorriu - Muito obrigada por isso.

- Sua música é perfeita.

- Uma música perfeita para um dia perfeito.

- Eu acho justo.

Eles sorriram um para o outro e se aproximaram em um beijo que foi tão perfeito como se lembravam. Antes que pudessem matar as saudades, Lily ouviu Marlene gritar incrédula e sem afastar-se do garoto, mostrou-lhe o dedo do meio para a amiga que riu.

- Você está maravilhosa – James disse afastando-se do beijo.

- Sempre encantador, né Potter? – ela sorriu para ele e selou seus lábios – você também está lindo.

- Está a fim de ir para um outro ambiente mais reservado que não seja em cima do palco do aniversario da Marlene? Acho que temos muito que conversar.

A garota riu.

- Eu concordo. São quatro anos de histórias para se atualizar.

Elesriram e de mãos dadas se afastaram do palco. 

RELICÁRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora