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Meu nome é s/n e tenho 17 anos. 

Você pode me dizer: "Nossa! Na flor da idade, essa irá ser a melhor época da sua vida", mas você está errado (a).   Minha vida mudou completamente nesse verão, meus pais se separaram. Mas para mim não foi algo triste, foi uma libertação!
Meu pai toda noite chegava bêbado em casa, falava que estava cansado do emprego, minha mãe sabia que nem emprego mais o mesmo tinha e então eles discutiam, às vezes, até na minha frente. Mas essa não é a pior parte, ele batia em minha mãe todas as noites. E foi assim por todos os anos da minha vida, até eu completar dezessete anos nessas férias.
Minha mãe conheceu um homem chamado Matthew, e com isso, ela quis recomeçar a vida com ele. Porém, a mesma esqueceu de um pequeno detalhe, eu não quero recomeçar a minha vida. Fui obrigada a me mudar para essa cidade cafona. Agora sem amigos, sem nada!
Essas foram as minhas férias.

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Entrego minha redação para o Sr. David e volto para a minha carteira, aguardando o sinal bater.
Hoje é meu primeiro dia de aula, e começou péssimo, com aula de literatura.  Não é que eu não goste, vou bem na matéria, mas sabe quando você não quer saber de mais nada e não tem mais nenhum motivo para continuar viva? É como se eu estivesse morta por dentro, mas meu corpo continuando aqui.
Minha vida era perfeita, ou pelo menos parecia. No colégio antigo eu sempre fui a perfeita, que anda com os populares, a mais desejada, exemplo de aluna, tem a casa perfeita, ou pelo menos tinha. Mas agora, minha vida virou de ponta cabeça, nem ao menos tenho meus amigos, se é que eu posso chamar eles assim.   Algumas meninas só andavam comigo pelo fato de eu ser popular e poderiam ficar mais perto dos meninos. Mas agora tudo acabou.
Coloco meus braços em cima da mesa logo apoiando minha cabeça por cima deles. Começo à chorar, sem motivo. Estou esgotada, só quero sumir, sem sentir dor e sem sentir nada.
O sinal toca. Todos os alunos vão para fora da sala, limpo as lágrimas em meu rosto enquanto pego minha bolsa, e vou em direção a porta.

- Senhorita S/n? - o professor David me chama até a mesa.

- Sim? - Vou até sua mesa com desanimo. 

- Eu li sua redação - o mesmo dá um sorriso de lado.

- Ah, sim - falo indo em direção a porta novamente sem dar atenção ao professor.

- Sinto muito por todo o ocorrido - David diz me fazendo olhar para ele.

- Você não tem culpa - meus olhos se arregalam. Você não irá chorar aqui s/n!

- Essa cidade cafona pode fazer você descobrir coisas incríveis - ele abre um sorriso sem mostrar os dentes - se você se permitir, irá achar pessoas que mudaram sua vida.

murmuro um ''duvido''.

- Alunos de todas as classes se reúnam no auditório - uma mulher loira que aparenta ter cinquenta anos grita pelo corredor.

- Eu tenho que ir - falo acenando com a cabeça para a direção da porta - tchau - falo, saindo da sala.

Vejo o banheiro feminino e vou até ele. Sei que eu deveria estar no auditório, mas é rapidinho.
Entro em uma das cabines sanitárias, e começo a fazer as minhas necessidades. Duas meninas entram no banheiro conversando.

- Você quer passar esse batom? - Uma das meninas fala com a outra.

- Quero - a outra responde.

- Amiga, você viu o menino que chegou hoje? Gatinho é pouco para aquele gostoso - ela fala e as duas logo riem - ele também é novo na cidade, carne nova dura pouco com as piranhas. 

- Eu não vi, mas já me falaram sobre ele. E no caso, nós somos as piranha né Susan. -  A garota debocha.

- Toda a cidade está falando sobre ele, não é difícil você não ouvir. 

Don't let me go - Aidan Gallagher Where stories live. Discover now