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KENDALL

"Minha namorada terminou comigo." Eu escuto uma voz masculina dizer ao meu lado, me fazendo encara-lo em completa confusão.

E o que eu tenho a ver?

Sinto uma vontade absurda de responder algo totalmente e extremamente negativo. Porque estou cansada demais para ser legal com alguém.

Meus últimos dias não tem sido nada fáceis. Eu penso na minha vida de antes e tudo fica em completa desordem. Eu vejo caos.

"Que pena."

Mas é tudo que sai da minha boca.

Palavras mentirosas.

Eu não estou com pena desse cara ao meu lado. Provavelmente fez alguma merda com a namorada. Todos os caras acabam fazendo.

Ultimamente, o que eu mais faço é mentir para as pessoas. Me tornei uma mentirosa patológica. Pesquisei no google se isso era normal e mitomania era tudo que eu poderia ler em minha frente. Estava um pouco assustada.

"Kendall, você tá' bem com isso tudo que aconteceu?"

"Kendall, o que você achou dessa roupa?"

"Kendall, você gosta de fulano? Podemos chamar ele?"

Respostas que eu não queria dizer a verdade e nem conseguia. 

Eu estava com medo de falar? Não poderia dizer se era isso o meu problema.

Era tão simples inventar algo e pronto. As pessoas acreditavam, em tudo que eu falava.

Era tão prático.

Merda, e agora eu estava encarando o cara ao meu lado. Num bar sujo. Num bairro que eu morava, mas nunca tinha visto. Numa cidade que eu mal conheço direito.

Eu vim morar na Califórnia tem poucos meses e ainda estava me adaptando com as coisas ao meu redor.

Sai de um trabalho exaustivo num restaurante tailandês e vim andando até o meu apartamento novo para relaxar e conhecer mais a minha nova vida por um tempo. Vi um bar animado, com música alta e pensei "Por que não?"

Então eu considero uma péssima ideia.

Eu o observo um pouco mais e concluo o que eu já pensei assim que o olhei.

É um homem bonito.

Dependendo de qual gosto em homens tem as pessoas que se relacionou com ele teria.

Alguns poderiam achá-lo feio.

Outros poderiam achar bonito até demais.

Não era uma beleza extraordinária, eu acho. Ele era bom de se olhar e pronto.

Ele era um cara bonito. Seus cabelos eram um pouco grandes, de uma cor castanha e levemente cacheado, tinha olhos verdes e uma barba bem rala pelo seu rosto. Aparentemente era bastante alto e tinha um porte físico ok.

Se alguém falasse que ele era algo extraordinário, estaria mentindo em sua frente.

Algo que eu provavelmente faria um dia, se fossemos íntimos ou conhecidos.

Sinto uma vontade de rir de uma maneira louca. Eu estava analisando um homem ao meu lado pensando no quanto ele poderia ser afetado criticamente pela sua aparência num bar que eu nunca tinha ido antes.

Como eu me tornei essa pessoa tão patética?

Eu sabia muito bem a resposta.

Fiquei em silêncio e suspirei fundo. Eu poderia beber e ignorar ele a noite toda ou eu poderia voltar pro meu apartamento e ficar sozinha a noite toda.

"Três anos..."

Ele voltou a dizer pegando logo em seguida um copo de tequila e bebendo em menos de um minuto.

Uau, isso foi bem rápido.

Qual deveria ser o motivo do término?

Me pego pensando nisso automaticamente.

Porque ele estava literalmente se sentindo como uma merda nesse instante.

Ele foi trocado pela ex-namorada?

Eles não entraram em algum acordo sobre determinada coisa e não paravam de brigar?

As famílias de ambos se odeiam?

Ele me encarava, seus olhos verdes estavam opacos e seu cabelo estava um pouco desgrenhado agora. Ele parecia uma pessoa triste demais que o único jeito que encontrou de esquecer foi bebendo tequila até passar mal.

Nós éramos iguais naquele momento.

Eu me sentia assim todos os segundos, todos os minutos, todas as horas desde a minha nova descoberta. Uma mistura de fracasso, tristeza e solidão.

Pedi um copo de tequila para mim. Porque era o jeito mais fácil de esquecer todos os problemas, de acordo com meu novo amigo triste ao lado. Ficar bêbada. Era praticamente infalível. Beber até esquecer de tudo, de memórias vazias e doloridas.

E foi ali, depois de alguns goles de tequila com o estranho reclamando do término de seu namoro de três anos, que eu me senti bem depois de um longo tempo. Era estranho pensar dessa maneira.

Ele era divertido, no final das contas. Me fez rir de piadas sem graças e contou momentos que passou vergonha na faculdade. Dizia que havia sido o rei da faculdade com seu jeito e carisma e eu acreditei fielmente.

Tão divertido que quando ele me convidou para ir ao seu apartamento para fazer sexo alucinante e bêbado, que era a cinco quarteirões do bar, eu aceitei rapidamente. E com um sorriso grande demais no rosto.

Porque soou como uma boa e maravilhosa ideia.

Mal eu sabia que três semanas depois, um teste de gravidez daria positivo.

Mal eu sabia que o pai do meu bebê só tinha um nome que eu achava que sabia mas mesmo assim eu não lembrava se era Henry ou Harry.

Merda.

Eu estava literalmente ferrada.

E grávida de um cara do bar.


caramba!!! eu não paro nunca??

a ideia dessa fanfic é de um tempinho.... eu tava louca para postar, mas fiquei com medo, receio de não gostarem do plot e coisas assim. enfim, eu decidi postar e conto com vocês para embarcarem em outra loucura comigo rsrsrsrs

votem e comentem MUITO!!!!!! vai me ajudar bastante nesse processo de início.

se cuidem amores!!! beijos e até o próximo ❤️

tangled • hendallWhere stories live. Discover now