Jeon Jeongguk é um escritor anônimo renomado de contos de terror que precisa de um artista para desenhar os fins dos capítulos de sua nova obra. Decidido a dar um toque pessoal aos desenhos, Jeongguk abre a própria casa, uma cabana grande e aconcheg...
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Quando você olha para o abismo,
O abismo também olha para você.
—Friedrich Nietzschie
O RATO, O HUMANO E UMA LUA SANGRENTA
trecho retirado de um conto de fantasma
Quando a lua caiu temerosa sobre a cabeça daquele velho marinheiro, o rato chamuscava os fétidos pelos em seu convés nada convencional, mas era tarde demais quando ele pareceu perceber.
Naquela noite sedenta por sangue, havia um rato e um velho humano.
O rato caminhava sorrateiramente por entre as entranhas quentes. Com as longas unhas, ele afundava o máximo que conseguia, rasgando o que via pela frente.
O rato grunhiu, o sangue espirrou pelo focinho e adentrou os pulmões.
O humano morreu ali, soterrado no próprio pus.
Há quem diga que foi apenas delírio de um homem cansado, e há quem diga que o rato foi enviado pelo próprio diabo.
O velho sofreu, foi encontrado aos pedaços. Uma simples ilusão causaria algo dessa magnitude? O diabo se atreveria a cometer tal atrocidade?
O que aconteceu, então, naquela fatídica noite, não passa de um longo mistério. Em minha concepção, Dong-Yul não era maluco, o diabo não seria tão corajoso e o rato não agiria sozinho, mas a lua beberia daquela tragédia.
Eu digo, então, que a lua é uma oportunista. Uma verdadeira assassina. O sol alegra, mas a lua tira tudo de você, te deixa aos pedaços.
Ela tirou tudo de Dong-Yul quando o viu chegar sozinho naquele cais imundo, ela enviou o grotesco roedor como um sussurro balançando ao vento.
O diabo sofreria as consequências, o pobre rato também.
