Capítulo 10

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Henrique

Eu realmente estava tentando entender o que se passava na cabeça de Elisabete Medeiros. Decidimos pegar leve e nos tratar com cordialidade, mas agora ela parecia estar estranha e esquecido do nosso acordo.

A mulher estava linda no vestido vermelho que escolhi. Quando me pediu para escolher o vestido que usaria não pensei muito, odiava compras ou ter que esperar, mas quando toquei no tecido macio de cor vermelho eu sabia que era o escolhido.

Ela realmente estava linda. Nunca havia imaginado que ficaria admirado com a beleza de alguém, porém, Elisa estava me surpreendendo.

Não sou de demostrar o que penso ou sinto, mas senti o desejo de elogia-la, no entanto, a mulher não me deu bola, simplesmente me ignorou e entrou no carro.

Eu também estava tentando entender o porquê de ter que aceitar o convite de Amanda para comparecer ao seu noivado idiota, já que não tínhamos uma boa relação. A suportava enquanto estávamos no mesmo ambiente, mas nada além disso, e creio que ela já entendeu.

Agora eu estava preso ao lado de uma mulher carrancuda que mal notava a minha presença, e o mais insuportável era que eu queria que ela me notasse.

Ficava feliz em saber que só precisava aguenta-la mais algumas semanas até o fim do projeto, e depois disso poderíamos parar com essa brincadeira ridícula de fingir que nos gostávamos.

Tenho que admitir que ela é boa no trabalho. Focada, inteligente e criativa, mas como acompanhante era um verdadeiro desastre.

Ao chegarmos em frente ao local, fotógrafos já nos esperavam. Era óbvio que Amanda não perderia a oportunidade de se exibir. Talvez fosse pelo status que ela estava noivando de um empresário do ramo de hotelaria.

O homem era realmente importante, com hotéis e resorts por todo o Brasil e fora dele.

— Você não disse que teríamos que enfrentar fotógrafos, Henrique. — Reclamou Elisabete, me olhando assustada.

— Não se preocupe, eles parecem urubus, mas não comerão a sua carne. — Ironizei.

— Diferente da sua ex, exibida, odeio aparecer. — Reclamou mais uma vez.

— Fico feliz que sejam totalmente diferentes.

O olhar que a mulher me lançou foi quase assassino, no entanto, não liguei para isso já que ela estava sendo como sempre: irritante.

Desci do carro e abri a porta onde ela estava, tive que praticamente puxa-la para que a mulher saísse. A mantive perto de mim enquanto caminhávamos para dentro do local.

— Não sei fazer isso. — Ela sussurrou perto do meu ouvido.

Era natural que ela estivesse preocupada com a situação, já que Elisa não participava dos eventos em que eu tinha que comparecer, e o seu medo sobre se exibir dizia que ela era diferente e estava nervosa.

Eu estava acostumado a ter meu rosto estampados em sites de fofocas, porém, Elisa não, e acredito que devo ser mais compreensivo.

— Vai ficar tudo bem, eles irão esquecer logo, verá. — Falei tentando a acalmar.

— É, talvez tenha razão, eles nem ligarão para mim mesmo. Não sou ninguém notável. — Falou dando um meio sorriso.

— Eu não diria isso. — Falei desviando minha atenção para as pessoas que estavam no salão. — Vamos acabar logo com isso, pois odeio lugares como esse.

— Achei que estava acostumado. — Balbuciou.

— Compareço apenas porque preciso, mas odeio.

— Olha, Henrique, sei que quando nos encontramos, mais cedo, fui um pouco rude, mas é que essa situação não é muito confortável para mim. — Ela disse me fazendo prestar atenção apenas nela. — Acredito que você esteja tentando e não é minha função dificultar as coisas, por isso eu gostaria de pedir-lhe algo.

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora