O Trato.

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CAPITULO 11

Jennifer estava traumatizada, o policial fazia perguntas a ela e ela não conseguia responder nada, quando perguntaram a mim, tudo que respondi foi que fui procurar por ela e quando a achei, ela já estava paralisada em frente ao corpo, ou pelo meno...

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Jennifer estava traumatizada, o policial fazia perguntas a ela e ela não conseguia responder nada, quando perguntaram a mim, tudo que respondi foi que fui procurar por ela e quando a achei, ela já estava paralisada em frente ao corpo, ou pelo menos o que já fora um corpo, o policial agradeceu e nos dispensou. Todo o corredor próximo ao laboratório de anatomia foi fechado, as aulas foram suspensas e fomos mandados para casa, a mãe da Jen foi buscá-la, me ofereceu carona, mas eu disse que iria andando, apesar de insistir muito, eu recusei e sentei em um banco do lado de fora, onde escutava alguns comentários como:


"Esse homicídio já é o quarto na região, em duas semanas! Estou ficando com medo..." disse um garoto ao amigo; ou "Será que vão cancelar o baile por isso?" falou uma garota para o companheiro, que em negativa disse que o baile nem seria na escola e por isso não teria problemas.

É claro que fiquei intrigada, muitos sabiam que havia acontecido um homicídio na escola, e mesmo assim, tudo com que se preocupavam era com o baile, se ninguém se importava, eu sim; por isso dei a volta na escola e entrei pelos fundos, estava tudo vazio exceto o 2° andar, onde professores e polícias andavam de um lado a outro ocupados e entretidos com seus serviços, depoimentos e papeladas, ao lado da sala de anatomia tinha uma sala de aula comum, que três anos atrás tinha sido a minha sala de aula, e por esse motivo, eu sabia que tinha um buraco na parede entre as duas salas, no dia em que o buraco foi aberto, um garoto, Harry Jordan, tinha enfiado na cabeça que queria ser pedreiro como o tio, então levou uma marreta para a escola, o restante dos fatos já é de se imaginar, o buraco nunca foi consertado, apenas colocaram um relógio por cima, ele fica exatamente ao lado da lousa e tem o tamanho de uma bola de tênis, Jordan foi transferido e eu nunca mais soube dele, mas pelo menos me deixou um jeito de bisbilhotar antes de ir, tudo que eu precisava fazer era chegar até a sala.

Eu não poderia ficar por muito mais tempo encostada na esquina da escada, cedo ou tarde alguém subiria e me encontraria, a sala não estava muito longe, o problema eram todos que estavam por ali, mas eu teria que me arriscar, corri até o final do corredor e encostei na parede, muito devagar, fui deslizando com as costas na parede, mas claro que tínhamos que ter armários, ir na ponta dos pés até o espaço de um armário a outro era arriscado, mas o fiz, era o espaço exato para uma pessoa, já tinha um novo canto recluso, quando tomei coragem para sair de novo e continuar a aproximação furtiva, um policial veio chegando mais perto, ele me veria se desse mais 10 passos, então vi na janela oposta, alguns vasos de plantas, então me concentrei, fechei os olhos e mentalizei aquelas plantinhas crescendo, e... *paft!*, 5 vasinhos quebrados no chão, com plantas de folhas grandes e todos que estavam no corredor se mobilizaram para saber o que houve, essa era a minha chance, corri até a sala.
Fechei a porta com cautela e removi o relógio ao lado da lousa, e como o esperado, lá estava o buraco, mas do outro lado, na sala de anatomia, colaram um cartaz por cima, olhei rapidamente pela sala e tudo que achei foi um lápis no chão, apontei no apontador de mesa e com a ponta, rasguei o cartaz; eu tinha a perfeita visão da mesa onde estava o cadáver, que já havia sido removido, um pouco mais a frente, a diretora conversava com um detetive enquanto outros oficiais da polícia científica coletavam amostras e procuravam pistas, então o detetive e a diretora se aproximaram, até ficarem na minha frente, e pude escutá-los:

Meio Sangue, Guerra ao Olimpo! ☑︎Onde histórias criam vida. Descubra agora