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Perdoem os erros e não desistam de mim ♥️ 

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  Um tremor incontrolável tomou conta de mim, quando abri a porta do banquer e enxerguei seu corpo pálido em meio a uma poça de sangue. Em sua mão uma faca, como fui inútil e burro, como eu pude deixar que ela carregasse aquela faca.

  A sensação de dor e desespero tomavam conta do meu ser, era insuportável ver seu corpo ali jogado, os soldados gritavam ao telefone com um dos médicos da máfia, para que pudesse socorrer Josephine, olhei cada centímetro do seu belo rosto agora sem vida, sem cor e me desesperei como nunca houvera feito antes, os lábios pálidos me trouxeram a realidade, os lábios que eu tanto reprimi o desejo incontrolável de beijar, agora estavam diante de mim sem sua coloração natural.

  Sai do transe e corri em direção ao seu corpo, abracei com tanta força como se aquilo fosse capaz de trazer de volta aqueles olhos escuros me observando atentamente.

– Jô por favor não vá – Sussurrei embriagado em minha dor – Eu tenho tanta coisa pra te falar– Supliquei em desespero.

– Chefe... precisamos levá-la ao hospital– Um dos soldados chamou minha atenção dizendo.

  Posicionei meus dedos em seu pescoço afim de sentir sua pulsação, estava muito fraca, quase imperceptível, segurei em meus braços o corpo frio de Josephine e a levei até o carro, os outros soldados já estavam a postos para sair, dei ordens para que fossem em direção ao meu hospital, mantenho a instituição para os cuidados reservados e nos manter longe da mídia.

  Acariciava lentamente o seu cabelo enquanto observava um torniquete improvisado estancando levemente o sangramento em seus pulsos, o seu corpo cada vez mais frio e minha alma parecia acompanhar o ritmo da temperatura, em meus braços como uma pequena criança indefesa eu carregava a única mulher que me fez sentir medo, me fez reconhecer o quanto precisava de alguém que nunca acreditei que me faria falta.

  Chegamos rapidamente ao hospital, uma equipe preparada já aguardava nossa chegada com tudo esquematizado para um atendimento impecável, eu queria muito sentir esperança de que ela ficaria bem mas meus olhos já não enxergavam com clareza, uma explosão de sentimentos tomava conta do meu coração, eu sentia que ela estava me deixando e como se não bastasse a dor aquilo me causava desespero, não saberia viver sem Josephine e isso era uma realidade cruel de mais para alguém que estava entregando algo tão precioso assim nas mãos de outras pessoas.

– Senhor Anthony, precisamos saber se autoriza a transfusão sanguínea, ela perdeu muito sangue e estamos lutando contra o tempo para que não entre em choque. – Ouço a voz do Doutor Russo.

– Tudo que for necessário, não quero que meça nenhum esforço para salvar minha esposa.

– Vejo que está nervoso – Ele suspira e diz em seguida – Acalme-se, em breve volto com notícias. – Ele diz e então me deixa sozinho, perdido em meus pensamentos.

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A noite passou lentamente, Josephine ainda não havia acordado, estava em um quarto de UTI uma enfermeira checava seus sinais a todo momento, eu estava em um sofá apenas aguardando o momento em que veria seus olhos escuros mais uma vez, Segundo doutora Russo ela demoraria para acordar e dado aos traumas poderia estar desnorteada e muito nervosa quando ocorresse, minhas mãos estava sobre a dela, queria que soubesse que embora outrora esteve sozinha hoje não mais, senti sua mão se mover e meu coração acelerou.

  Seus olhos se abriram lentamente e pude ver lágrimas correrem por sua face instantâneamente, procurei olhar fixamente em seu rosto ainda descorado, ela nada dizia apenas chorava.

– Porque não me deixou motrer? – Ela indagou com dificuldade entre soluços de choro.

– Eu...eu não poderia te deixar ir... Eu não sei explicar.

  Com muita dificuldade ela iniciou movimentos para tentar retirar o soro e se levantar, mas, quando percebeu que não conseguia vi em seu rosto que se frustou por estar graça para tal ato, então seu fruto agido de dor quebrou o silêncio do quarto e lágrimas dessa vez mais grosseiras tomaram conta do seu rosto, sem pensar retirei meu paletó me sentei na maca e tomei seu pequeno corpo em meus braços, deitei ao seu lado envolvendo ainda mais seu corpo junto ao meu, a mantive ali, segura em mim.

  Conversei com Doutor Russo e decidi que levaria Josephine para casa, talvez assim ela pudesse se sentir melhor, ânsia já estava preparada para receber aquela que roubou algo de dentro de mim, algo que eu mal sabia que existia.

  Expliquei a ela que iríamos embora mas deixei claro sua situação, ela pouco falava, mas quando falava algo apenas me.pergubtava porque a trouxe de volta pra um mundo sujo onde ela estava sozinha. Eu queria dizer pra ela que estava ao seu lado, que não poderia viver sem ela, mas as palavras não saiam com clareza, ainda me sentia muito confuso, dessa vez não em relação ao sentimentos eu sabia que a amava, mas por não saber como dizer a ela que os meus dias jamais seriam os mesmos sem poder olhar em seus olhos. 

  Tudo ainda era tão novo e diferente, mas em nenhum momento a deixei só, eu estava lá nessas duas noites que ela ficou internada, velei por seu sono e estive ao seu lado, acolhendo e tentando de todas as formas minimizar seu sofrimento, embora soubesse, era algo que beirava o impossível.

– Tudo bem se formos agora? – Perguntei olhando em seus olhos em busca de  resquício de outro sentimento que não fosse tristeza e escuridão.

  Nada se ouviu no quarto apenas sua cabeça movimentou-se em sinal de sim, ainda guardava seus pertences que haviam vindo, preparados por nossa governanta. Organizei tudo e entreguei as malas aos meus soldados, segue seu corpo em meus braços e a levei até o carro.

  Como eu não sabia, mas que ela iria saber que não estava sozinha, disso eu tinha plena convicção, eu a amo, e isso ela precisa saber antes qualquer coisa que possa acontecer.

O Medo Bate a Porta (Concluido)Where stories live. Discover now