Em um mundo que a morte dominava, ter a oportunidade de mais um dia para viver era privilégio de poucos.
Dominique Lewis era uma pessoa com um passado ruim, quando mais nova perdeu a mãe biológica, mas ganhou a oportunidade de poder amar novos pais...
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Faziam três dias que estávamos naquela casa, eu estava abrindo a última lata de sopa que serviria como jantar. Desde que a prisão caiu e matei aquele homem minha mente estava confusa, meu corpo parecia estar anestesiado. Não sabia como agir ou o que fazer, se permanecia naquela casa ou tentava procurar por minha família.
Esquentei a comida numa pequena fogueira improvisada e coloquei em duas tigelas. Equilibrei-as no braço esquerdo e peguei a mamadeira com a mão direita. Me dirigi até a sala e coloquei os recipientes na mesinha de centro. Raylee estava sentada no sofá brincando com Judith.
- Coma enquanto ainda está quente. - Falei para a Joplin enquanto pegava a bebê e sentava numa poltrona.
Ajeitei Judith no colo e levei a mamadeira até sua boca e a mesma sugou o leite com gosto. A menina estava alheia a toda a situação e tensão presente desde que estávamos na estrada. Porém tinha vezes que Judith resmungava e ficava olhando para os lados, procurando por seu pai e irmão, estranhando a falta de todos.
Já Raylee ficou mais quieta e tinha receio de começar algum assunto comigo. Eu não poderia culpá-la, me ver cheia de sangue e com um corpo desfigurado ao lado assustou-a muito.
Depois de minutos sentadas na sala sua voz soou, não mais que um sussurro.
- O que vamos fazer? - Perguntou olhando para as mãos juntas no colo.
- Como? - Não tinha entendido direito. Vi ela encolher os ombros e apertar as mãos. Suspirei tristonha achando que ela estava com medo de mim.
- O que vamos fazer agora? Quero dizer, a comida acabou e a fórmula da Judith não vai durar muito. - Finalmente olhando em meus olhos.
- Amanhã vou sair e procurar nas outras casas, quem sabe caçar para termos carne. - Disse levantando e começando a ninar Judith.
- Vamos ficar para sempre aqui? - Retornou a perguntar. Eu finji não escutar, caminhando pela sala e evitando olhá-la. - Domy, se nós conseguimos eles também podem estar vivos. Michonne, Maggie, Rick e Carl. Daryl. - A voz de Ray saiu suplicante, tentando me convencer. - Temos que procurar por eles. Não foi você que disse sermos uma família? Nós não podemos abandonar a família.
