O diário dos contos

Aquele sorriso

Era sincero e doce como chocolate
De verdade, um paraíso a parte
Seus lábios rosados com delicadeza
Se abriam na mais bela curva com destreza

Seus dentes brancos e alinhados traziam um encanto sobrenatural
É pena, eu descobri que a sinceridade nele não era real
Quanta magoa se escondia ali?
Céus como ninguém pode a impediu de partir?

Mas é que ninguém jamais pensaria nisso
Como alguém pode pedir ajuda com um sorriso?
Os lábios rosados não vão mais fazer sua curva
E a covinha em suas bochechas agora fazem apenas parte da minha memória turva

Será que a culpa foi minha? 
Foi eu quem não soube ler as entrelinhas?
Ou talvez não a tenha escutado
E ela abriu a boca tantas vezes, mas eu disse “Estou ocupado”

Ela não insistia, apenas sorria
E uma última vez sua boca se abria
Mas foi a última vez
E com uma bala, tudo se desfez

Hoje não posso mais ver aquele sorriso
Aquele sorriso que me levava ao paraíso
Aquele sorriso com sabor de chocolate
Porque hoje o seu coração não mais bate.