Capítulo 3: Saindo Em Uma Aventura

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Bilbo se movimentava de forma devagar e ainda um tanto aéreo, depois de acordar após seu desmaio repentino e por razões obvias, ele então notou as figuras esbeltas que eram as duas elfas dentro de sua casa e se sentiria muito ofendido se elas achassem sua hospitalidade precária. Por isso quando conseguiu mover os pés andou pela dispensa a procura de algo para que elas pudessem comer, mas não havia sobrado nada.

Havia farelos de comida por todo o chão, as prateleiras estavam vazias e havia somente os fantasmas da fartura que possuiu ali horas atrás. Mas então, o pequeno hobbit avistou algo no fundo da dispensa, uma bacia de barro com algumas frutas. Pareciam até brilhar para chamar a atenção, as uvas verdes estavam mais brilhosas, de longe pareciam suculentas, as maçãs vermelhas de encher a boca d'água, assim como o mamão que se encontrava no meio delas.

Era pouco, principalmente para elfas como elas. Pelo que ouviu dos cochichos dos anões, elas eram de uma classe de elfos mais elevadas, por assim dizer. Bilbo nunca viu um elfo na vida, mas sempre procurou por eles. Então queria fazer bonito.

Pegou a bacia de barro e saiu da dispensa tentando fazer a melhor cara possível, o que era algo difícil, sendo que ainda estava um pouco pálido e sua cabeça ainda pensava na fornalha com asas.

Se aproximou calmamente da mesa de jantar onde Nyë e sua tia se encontravam agora, já que os anões se espalharam pela casa, ficando mais próximo da sala onde a lareira estava acesa.

- Foi tudo o que restou – ele disse, humildemente – Se tivessem chegado mais cedo eu teria um banquete para oferecer, mas... bom... – não soube o que dizer.

E não era preciso, as duas sabiam que provavelmente os anões haviam devorado tudo e Nyë sabia perfeitamente bem como era a fome de um anão. Já havia presenciado a cena e sentiu até pena do pequeno.

- Agradecemos pelas frutas, senhor Bolseiro – Nyë falou gentilmente – Nós elfos não comemos muito, então isso será mais do que suficiente. Obrigada – agradeceu.

Bilbo sorriu e depois se afastou, Gandalf se aproximou após ele se afastar da sala de jantar improvisada.

- Acho que eu preciso me sentar – comentou o hobbit – Preciso ficar quieto só um pouco – falou, ao caminhar em direção a sala e se sentar em sua poltrona predileta e confortável.

O que irritou um pouco o mago cinzento, que logo começou a pestanejar com o hobbit o fato de que ele está parado há anos demais.

Enquanto isso, Nyë saboreava as uvas verdes que estavam mais deliciosas do que aparentavam. Herea mordia uma maçã, mas seu olhar estava pregado nos anões que estavam no corredor ali próximo, olhando para elas com desconfiança.

- Pare de encará-las – brigou Gloin com Ori – Antes que se irritem e façam alguma coisa – emendou.

Não gostava de elfos, mas sabia que mexer com um elfo elementar era pedir por problemas. Ainda mais que nenhum deles sabia que tipo de magia cada uma possuía. No entanto, um deles não parecia amedrontado ou desconfiado, Dori passou pelos demais carregando uma bandeja pequena e seguiu em direção as moças. Deixando os outros incrédulos.

- Gostariam de um chá de camomila, senhoritas? É ótimo para relaxar, principalmente antes de viajar – ofereceu amigavelmente.

A bandeja era redonda e pequena, contendo um bule de porcelana e duas xícaras pequenas. E no mesmo tom amigável, Dori começou a conversar com elas e a falar dos outros benefícios do chá e ervas, alegando que era um especialista e que cuidaria do preparo da comida durante a viajem.

- Dori, o que está fazendo confraternizando com o inimigo? – Ori se aproximou bravo e inflando o peito, mas o anão nada tinha de amedrontador, não era como Dwalin ou Thorin – Elas são elfos – alegou, parando ao lado do irmão.

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