A grande conversa.

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Abri os olhos com dificuldade.

Demorou um tempo até eu conseguir entender aonde eu estava.

Assim que consegui acordar por completo, olhei diretamente para o teto. Com certeza eu estava na sala de Hongjoong, mas aonde? Tentei me mover, mas percebi que estava acima do chão, em cima de uma superfície dura, o que me preocupou.

Olhei para baixo e só assim percebi que eu estava deitado de costas na mesa de centro da sala. Subi o olhar para o sofá ao meu lado e pude ver Yunho quase caindo do mesmo, babando na almofada.

- Droga... – Falei, tentando me sentar na mesa.

Parecia que eu havia sido espancado na noite anterior. Os meus músculos estavam todos travados e a cada movimento que eu fazia, um osso estalava. Percebi um som atrás de mim. Com muito esforço me levantei e olhei para aonde estava vindo o barulho.

- Bom dia. – Hongjoong estava jogando algumas latinhas de cerveja dentro de um saco de lixo preto. – Pode me ajudar?

- O que aconteceu com a gente? – Perguntei, cambaleando até algumas latinhas perto da estante de livros.

- Bom, até onde eu me lembro... nós bebemos a noite toda.

Peguei as latinhas e joguei no saco de lixo.

- Eu simplesmente apaguei. – Coloquei a mão na testa. – Minha cabeça está latejando...

- Tem remédio no balcão. – Hongjoong estava mancando. – Tive que tomar também.

- O que houve com sua perna?

Ele sorriu, fazendo uma expressão de dor.

- Eu tenho quase certeza que eu cai da mesa de jantar enquanto dançava ontem. – Encostava na perna machucada. – Não lembro direito, só tenho alguns flashes indo e vindo na minha mente.

Eu ri, mas me preocupei. Se até mesmo Hongjoong havia perdido a linha, imagina o resto dos garotos? Imagina... eu. Na verdade, não, eu queria evitar pensar no que eu talvez tivesse feito. O que aconteceu naquela noite, ficaria naquela noite.

- Preciso ir ao banheiro. – Falei, indo até as escadas.

- Ei. – Hongjoong chamou minha atenção. – Cuidado, você pode ter uma surpresa quando chegar lá.

Franzi o cenho.

- Ok...

Subi as escadas lentamente por conta da dor de cabeça. Eu estava lerdo e queria fazer o mínimo de esforço possível. Apenas caminhei calmamente até o banheiro que estava com a porta encostada.

Estava com medo de encontrar um banheiro totalmente destruído ou totalmente sujo, mas eu me surpreendi. O lugar estava normal, como se não tivesse sido usado milhares de vezes por dezenas de pessoas na noite anterior.

Fui até o vaso e abri o zíper da bermuda. Respirei aliviado, pelo jeito eu estava com vontade de ir ao banheiro a muito tempo, pois fiquei uns bons segundos em pé esperando acabar completamente.

Enquanto estava em pé, esperando, olhei para a banheira ao lado do vaso. Por que diabos a cortina estava fechada? E por que eu me sentia observado? De alguma forma eu me sentia estranho.

Assim que terminei, lavei as mãos, ainda encarando a banheira com a cortina fechada. Caminhei na direção da mesma e decidi verificar, nunca se sabe, poderia ter alguém morto ali.

Abri a cortina e dei de cara com uma pessoa jogada na banheira.

- Puta merda! – Gritei.

Realmente tinha uma pessoa ali, mas não morta... ou talvez sim.

O garoto da casa ao lado.Where stories live. Discover now