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Olhou, com atenção, a costura que havia terminado. Havia ficado até mais tarde no trabalho apenas para concluir a montagem da roupa que seria utilizada por Chloé Bourgeois, uma das modelos da empresa em um desfile. Segurou um bocejo e olhou em seu relógio de pulso, descobrindo que já eram seis e quarenta da tarde.

— Merda. — sussurrou, olhando para a roupa no manequim, sabendo que estava um pouco torto e precisaria costurar, novamente, o que havia concluído.

Era quinta-feira e ela tinha que ir até a casa de seus pais, em um jantar que haviam combinado de fazer e prometeu que estaria lá antes das sete da noite. Levou a franja para trás e respirou profundamente, mentalizando um pedido de desculpas para seus pais, mas ela tinha que concluir aquela roupa.

— Ei, Marinette. O que está fazendo aqui? — ouviu atrás de si, a fazendo dar um leve pulo de susto. Olhou para trás por cima do ombro, encontrando o rapaz alto com o casaco já no corpo e o cachecol em suas mãos.

— Ah, estou terminando de costurar uma roupa. — respondeu, forçando a gentileza que havia se obrigado a ter com seu amigo-secreto. — Eu preciso terminar de montar. Chloé irá experimentar amanhã e preciso que esteja pronto.

Então, o loiro tirou o casaco pesado e o colocou em cima de uma das mesas e se aproximou dela, olhando para o manequim com atenção. Marinette não havia ouvido seus passos e, simplesmente, havia achado que ele havia ido embora sem se despedir, estando totalmente acostumada com a grosseria dele. Assim, ela deu uns passos para trás, para que pudesse ver, de longe, o vestido e ter a certeza de que era a costura que estava torta.

— Não acredito que a costura está torta. — suspirou, pesadamente e deu mais um passo para trás; assim, seu corpo encostou no de Adrien, a fazendo se assustar mais uma vez.

— Você se assusta muito fácil, Srta. Dupain-Cheng. — ele observou, entre risos.

— O que você ainda está fazendo aqui? — perguntou, o olhando com raiva. — Pode ir, Sr. Agreste. Eu consigo fechar sozinha.

— Não é por esse motivo que irei ficar. — ele a olhou de uma maneira diferente, a fazendo sentir o sangue borbulhar de raiva, já que não compreendia os seus reais motivos. Ao ver as bochechas de Marinette ganharem um tom rosado, o loiro acabou achando que ela estava com vergonha, o obrigando à completar a ideia. — Desculpe! Não é isso que está pensando, eu só não gosto da ideia de você ficar sozinha aqui. Ainda mais, eu posso te ajudar.

— Você não sabe costurar. — ela observou, voltando a retirar o vestido que estava costurando do manequim, impedindo Adrien de a ver revirar os olhos. Depois de colocar a peça na mesa, ela levou a mão até a frente dos lábios, escondendo um bocejo. — Além disso, você acaba me distraindo com toda essa falação.

— Certo. — ele disse, segurando o riso. — O que acha de um café para acordar? Eu posso fazer para você.

Marinette não respondeu, pois não havia prestado atenção no que ele havia dito, já que estava atenta com os movimentos que fazia com a tesoura. Adrien sorriu e foi até a cozinha, preparando o café que havia prometido para a mais baixa que iria fazer.

Quando voltou, com sua caneca preta nas mãos, encontrou a garota na máquina de costura, prestando atenção no que fazia e com a feição cansada. Pousou sua caneca ao lado dela, a fazendo parar de costurar e olhar para cima.

— É café. Beba. — disse, indicando a caneca preta mais uma vez.

— Você ainda está aqui? — ela perguntou, com ironia, voltando a costurar a roupa, ignorando a bebida que o loiro havia lhe trazido.

— Disse que não te deixaria sozinha. Beba o café para acordar. — pediu com gentileza, colocando as mãos nos bolsos da frente e a olhando com atenção.

secret friend | adrinetteWo Geschichten leben. Entdecke jetzt