Capítulo 07

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Maratona 2/5

(...)

H

eyoon colocou o sorriso mais bonito que tinha em seu rosto, falso, porém ninguém saberia. Sina pedira que sorrisse para disfarçar, então ela o faria.

O caminho até a cela de Sina pareceu eterno e ela fez como a maior pediu: Deixou muitas detentas verem ela entrando no local. Sabina ergueu a cabeça e se levantou ao ver Heyoon ali.

-- Vou procurar a Joalin. Fechem o lençol que eu deixo o aviso ali fora e chamo alguma idiota para avisar se vem alguém. -- Sabina disse antes de se retirar. Sina pulou da cama de cima e puxou o lençol, tampando a visão delas para o lado de fora e Heyoon engoliu em seco.

-- Ela, huh, é sua companheira de cela? -- Heyoon perguntou e Sina negou.

-- Não divido a cela com ninguém. Sabina divide a cela com alguma idiota por aí. -- Ela disse e Heyoon suspirou, vendo que seu pé começava a tremer de ansiedade.

-- O que eu vim fazer aqui? -- Heyoon perguntou e Sina lhe olhou, encostando as costas no beliche antes de cruzar os braços e sorrir, erguendo uma sobrancelha.

-- Não é óbvio? -- Heyoon a fitou sem dar resposta alguma por um momento, até se lembrar que precisava falar.

-- Huh, na verdade não. -- Sina assentiu e apontou para a cama de baixo.

-- Pode ficar nela por enquanto e tenho alguns livros embaixo do beliche. Pode ler algum se quiser, vamos ficar aqui por algum tempo para acreditarem que estamos transando.

Heyoon se sentiu aliviada internamente, mas centenas de dúvidas rodeavam sua mente.

-- Por que está fazendo isso? -- Heyoon perguntou cuidadosamente.

-- Me chamo Sina. -- A outra disse aleatoriamente.

-- Não perguntei seu nome. -- Heyoon contestou e só então se lembrou com quem falava.

Ela tinha que perder essa mania de falar tudo o que realmente queria, já não era mais a chefe milionária, agora era apenas uma novata, estúpida o suficiente para ter respondido malcriadamente a pessoa mais temida de toda a prisão.

-- Eu sei exatamente o que me perguntou, não sou surda. -- Sina disse secamente. -- Acontece que não quero responder.

-- Desculpe. -- Heyoon pediu, se abaixando para procurar um livro para ler. -- Céus, eu adoro este livro. -- Heyoon disse com os olhos brilhando ao ver um livro de romance policial entre a pilha de livros. -- Eu me lembro de ter lido ele uma cinco vezes.

-- Estamos quites. -- Sina falou, se encostando na parede para ter uma visão melhor de Heyoon.

-- Eu esqueci de pedir livros para minha irmã me trazer, então não tenho nada para ler. -- Heyoon disse, lendo capa por capa.

-- Pode levar qualquer um que quiser. -- Sina disse e Heyoon ergueu a cabeça, fitando a garota.

-- Obrigada. -- Heyoon falou sinceramente. -- Eu sei que não quer falar o porquê de estar fazendo isso, mas significa muito para mim. -- Sina assentiu e Heyoon voltou a fitar os livros.

-- Estou lendo este. -- Sina disse ao ver Heyoon passar pelo livro de poemas de uma autora que conhecia.

-- Você gosta de poemas? Estou surpresa. -- Heyoon disse sorrindo e pôde ver o início de um sorriso querer dar as caras na feição de Sina.

-- Leio de tudo, não me restrinjo aos gêneros. Se a sinopse chamar a minha atenção você terá a minha leitura ou se eu já conhecer o autor e tiver gostado de algo dele, apostarei minhas fichas em seus livros. -- Ela respondeu e Heyoon assentiu.

-- Já o li, mas adoro. Pode continuar lendo, só que em voz alta? -- Heyoon perguntou e Sina pareceu pensativa.

-- Podemos revezar nisso? -- Ela perguntou e Heyoon assentiu, um pouco surpresa por isso, se deitando na cama de baixo e vendo Sina subir para a de cima com o livro. -- Não se acostume com isso.

-- Entendido. -- Heyoon disse rindo.

-- Só estou fazendo porque amo ler e não porque me pediu. -- Sina disse friamente.

-- Eu sei. -- O silêncio predominou por alguns segundos, até a voz rouca preencher o ambiente.

-- E no amor encontrei-me instável, e no amor encontrei-me segura, o amor já foi minha desgraça, entretanto, também já foi a minha cura. -- Heyoon sorriu ao ouvir a voz sempre rude soar doce e cheia de vida ao recitar o poema.

-- Ao amor me dei, por amor chorei, mas apesar de tantas controversas, jamais esqueci a quem com a alma amei. -- Heyoon disse junto com Sina, afinal amava aquele poema.

O silêncio se instalou no ambiente após aquilo. Sina queria continuar lendo, mas sem entender o porquê, estava receosa. Ter ouvido Heyoon dizer algo com tanta paixão a fez sentir-se estranha.

Levava a vida toda solitária para permitir se encantar por uma desconhecida.

Enfrentaria uma prisão inteira de detentas, mas fugiria de um sorriso doce da menor.

-- Que tal se formos ao pátio? -- Sina disse após alguns minutos. -- Já ficamos alguns bons minutos aqui. Pelo menos uma rapidinha dava para ter dado, pensarão que foi isso.

-- Huh, tudo bem. -- Heypon disse, saindo da cela apenas para ver a policial Loukamaa sorrindo para Veronica. Ela achou estranho, mas cada um com sua vida, pensou.

Sentiu seus batimentos se desalinharem quando entre seus dedos os dedos de Sina se enroscaram, puxando-a para o pátio.

Heyoon, pela primeira vez, vira aquele caminho pela visão de Sina: Conforme iam passando, todas as detentas abaixavam as cabeças ou desviavam os olhares.

-- Por que elas têm tanto medo de você? -- Heyoon perguntou em um sussurro e se surpreendeu ao ouvir uma risada baixa e rouca vinda da maior.

-- Você pergunta demais. -- Sina disse, subindo na mini-arquibancada de madeira e puxando Heyoon para seu colo assim que se sentou.

-- Vou precisar andar, huh, com você sempre agora? -- Heyoon perguntou envergonhada.

-- Só nesses primeiros dias para deixarmos todas cientes de que não devem tocar em você. -- Deinert disse e Heyoon assentiu, passando um braço por seu pescoço, temerosa, apenas para ficar mais confortável na posição. -- Depois você poderá voltar para as suas amigas e ir em minha cela só de vez em quando para não levantarmos suspeitas.

-- Eu gostaria de saber um dia por que você está fazendo isso por mim. Me dirá? -- Heyoon perguntou e Sina suspirou, assentindo.

-- Um dia, Jeong. -- Sina disse, olhando em volta apenas para ver três líderes de cada grupo juntas, se aproximando delas com Beatrice.

-- O que foi? -- Heyoon perguntou confusa ao ver a maior apertar Heyoon contra seu corpo.

-- Não ouse sair de perto de mim em hipótese alguma. Entendido? -- Sina perguntou solenemente e Heyoon assentiu, preocupada. Sina respirou fundo e colocou a expressão mais inflexível em seu rosto.

As líderes nunca se juntavam, algo de bom não viria dali.

「 𝖯𝗋𝖾𝗌𝖺 𝖯𝗈𝗋 𝖠𝖼𝖺𝗌𝗈 」- 𝖲𝗂𝗒𝗈𝗈𝗇 Onde histórias criam vida. Descubra agora