*Capítulo 25*

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Maratona 5/5

Chase me levou até seu carro e logo deu partida.

- Coloca o cinto ta? - Ele fala e eu obedeco. - Eu te levaria para comer antes já que está bem na hora do almoço, mas tive uma ideia melhor.

Ele parecia mais calmo, ou pelo menos
estava demonstrando isso pra mim.

Enquanto passávamos pela Ponte
Rio-Niterói eu observava Chase. Ele era tão intrigante. Sei la... é que ele na maioria das vezes demonstrava uma alegria, demonstrava ser forte e Durão, o cara que pega geral e não ta nem ai pra nada, mas agora, conhecendo esse outro dele... sinto que ele não é só mais um cara que só se diverte e tem tudo na vida. Ele não é o idiota que demonstra ser a cada palavra mal proferida. Ele é um cara que passa por problemas como todo mundo e, na verdade, no momento eu olho pra ele e vejo uma bomba que pode explodir a qualquer momento, uma bomba que precisa de alguém para evitar que o botão seja apertado, qual quer pessoa disposta a ajudar, e se fosse preciso, eu estaria ali para isso.

Eu ainda estava o encarando, até que ele
notou e olhou pra mim.

- O que foi? - Ele me encara.

- Ah ... nada. - Sorrio sem jeito e olho para o mar que dava para ver perfeitamente.

Pelo resto do caminho eu permaneci
olhando pela janela, Niterói era tão
movimentado quanto o Rio, mas eu achei que tinham mais carros.

Chase virou algumas ruas e depois
parou o carro em uma rua que o final dela subia para o que me parecia ser uma favela/comunidade.

Ele saiu do carro e logo depois deu volta
abrindo a porta para mim.

- Não precisava. - Falo assim que saio e
olho a rua. Calçadas com rachaduras, lixos no chão, paredes pixadas ou grafitadas, e uns apartamentos bem humildes.

- Ela mora aqui. - Ele aponta para o
apartamento que era um branco meio
amarelado e com as janelas com grades.
Abaixo do apartamento havia uma padaria, que estávamos em frente.

Chase seguiu para uma porta ao lado da padaria que provavelmente daria para os
quartos la em cima, mas antes olhou na
padaria.

- Fala Celso! - Chase acena para o
homem que estava atendendo no balcao e o mesmo sorri.

- Quanto tempo em moleque! Ta
estudando né? -Chase assente
sorrindo. - Isso ai! Sempre vi futuro em
você.

O homem sorriu gentilmente para mim e
eu devolvi o sorriso.

Chase abriu a porta que era de ferro
e demos de cara com uma escada. A
mesma era cercada por paredes verdes
descascadas e haviam duas lâmpadas
para iluminar.

- Espero que não se importe, isso aqui
nem se compara ao luxo da República. -
Chase ri enquanto sabíamos.

-Eu não ligo pra isso. Minha casa em
São Paulo também nem se compara
a República. - Sorrio pra ele e ele para
em frente a uma porta bege que tinha o
número 88.

Chase tocou a campainha umas duas
vezes e logo um menino com um cabelo
extremamente liso ( igual de índio ) abre a porta e abre um enorme sorriso ao olha-lo.

- HUDSON!!! - O menino grita e pula no colo no Chase que o abraça sorrindo.

-Oi Lipe! - Chase fala enquanto o
abraça.

Os dois se abraçaram por um tempo e
logo depois Chase o colocou no chão. O
menino o olhou com os olhos brilhando e depois olhou pra mim.

- Essa é sua namorada? - Ele sorri pra
mim.

- Ah... Não. - Chase sorri enquanto coça
a cabeça. - Essa é a Charli, uma amiga
minha.

- Amiga... sei. - O menino pisca pra ele e eu acabo rindo disso. - Muito prazer Charli. -Ele sorri pra mim estendendo a mão.

-O prazer é todo meu. - Aperto a mão dele. - Mas pode me chamar de Char. - Sorrio.

- Ela é muito bonita. Se você não fosse tão devagar ela já seria sua namorada. - Ele fala para Chase.

- Que isso moleque? Perdeu o juízo? -
Chase dá um tapa de leve na cabeça
dele o fazendo rir. - Cadê a mãe?

- Ela ta na cozinha. - O garotinho entra na
casa e Chase o segue.

Entrei na casa sentindo um cheiro gostoso de desinfetante e vejo que a casa era bem arrumadinha. Não que eu estivesse reparando kk mas era inevitável não notar que era tudo limpinho.

- Fica a vontade ta? Pode se sentar. Eu
vou ver a minha mãe. - Chase fala e eu
assinto.

Ele foi até um cômodo e eu me sentei
no sofá observando uns quadros que
tinham ma parede. Acabei me levantando novamente para olha-los de perto e vi o Chase em várias delas.

Haviam fotos dele pequeno, na
adolescência e em sua formatura. Também notei uma foto dele com uma
garota loira, pareciam um casal.

- E quem é essa moça bonita que
você trouxe, meu filho? - Ouço uma
voz feminina e olho para trás vendo Chase, Lipe e uma moça de cabelos
extremamente claros e pele branca. Ela
era muito bonita.

- Essa é a Char. Ela veio comigo para me
impedir caso eu acabasse fazendo alguma merda. - Chase fala rindo e eu vou até eles.

- Muito prazer. - A comprimento sorrindo e ela faz o mesmo.

- O prazer é todo meu querida. Devo
admitir que é uma honra conhecer a
garota que consegue acalmar o Hudson. - Ela ri. - Nem a Cynthia conseguia.

- Cynthia? - A olho confusa.

- Não... não precisamos falar disso né
mãe? - Chase fala e ela sorri fraco pra
ele.

Eles não pareciam ser como eu imaginava. Pelo que o Chase me contava e pelo áudio que o Lipe mandou, eu esperava encontra-los tristes ou algo assim... mas eles pareciam felizes.

Bem... essa felicidade acabou quando
alguém entrou arrombando a porta e eu
pude ver toda aquela cena em câmera
lenta. O sorriso da mãe do Chase
desapareceu, o Lipe já não tinha mais
brilho nos olhos e sim medo, Chase
que antes estava feliz por visita-los agora transbordava ódio em seus olhos.

- QUI CONFYUSAU É ESSA AQUE? - Olho
assustada para a porta vendo um homem completamente bêbado.

***
Continua......

~• 𝙀𝙐 𝙉𝘼𝙊 𝙏𝙀 𝘼𝙈𝙊, 𝖼𝗁𝖺𝖼𝗁𝖺Where stories live. Discover now