A maior pegadinha de todos os tempos || Fred Weasley || Parte I

Onze

— Dá pra acreditar? — pergunto, enquanto prendo o cabelo na frente do espelho — Ainda parece um sonho.

— Não é como se fosse uma surpresa para mim você ser nomeada capitã, Theresa. — Fred senta na sua cama.

Encaro meu melhor amigo, ainda completamente desacreditada do que estava acontecendo. Vim me arrumar no seu quarto para que pudéssemos ir juntos para o treino, e também para roubar roupas dele.

Assim que termino de ajeitar o cabelo, sento à sua frente na cama. É quase palpável a tensão que se instala entre nós. Talvez por saber o que está por vir.

O céu começava a ficar laranja do lado de fora, indicando que a noite estava prestes a cair.

Laranja como os cabelos do garoto que tinha os olhos fixos em mim desde que me sentei, há alguns minutos.

— Fred? — finalmente o encaro — O que estamos fazendo?

— No momento? Acho que nada. — ele dá uma risadinha típica. Eu esperava isso, uma piadinha para fugir do assunto. 

— Vamos, Weasley, você sabe do que estou falando. — empurro bem de leve seu ombro, revirando os olhos, para enfatizar — Não me obrigue a explicar.

— Não, não sei, Black. — o sorriso travesso nos seus lábios faz meu estômago se revirar um pouco, mas de uma forma boa.

— Sobre o beijo, Frederick. — digo, tensa.

— Os beijos. — seu olhar parece cada vez mais malicioso.

— Sim, os beijos. — demonstro que ele está me irritando, o que apenas o faz dar outra risada — E então? Fale alguma coisa!

— Tessa, eu... não sei. — sua mão bagunça um pouco os fios ruivos ao passar por lá — Só fiz o que me deu vontade.

Ah, que ótimo. Bela eplicação, Weasley. Contribuiu bastante na conversa.

— Sentiu vontade de me beijar? — mordo discretamente o canto dos lábios.

— Sim. — ele bufa — E não é como se fosse de agora. Além do mais, não fui o único a tomar uma iniciativa.

— Para ser bem sincera, eu nem notei o que estava fazendo. — digo, nervosa. Eu sabia que ele faria questão de tocar neste ponto — Era como se fosse algo...

— Natural. — Fred completa minha frase, com a exata palavra que estava na minha cabeça.

— É. — murmuro — Parecia certo na hora, eu não sei...

— Parece certo.

O silêncio se instala entre nós por alguns segundos. Não sei dizer se por não sabermos o que falar, ou estarmos pensando. Eu, particularmente, só tenho na cabeça os momentos que acabamos de discutir, e penso em como sinto vontade de repetir. O que não sei se deveríamos.

Isto não é certo, é? Somos melhores amigos. Somos quase como irmãos. Mas não é como se fosse proibido, afinal, todos pensam que estamos juntos.

— No que está pensando, Tess? — Fred, finalmente, quebra o silêncio.

— Você é meu melhor amigo. — parece que a frase o afeta negativamente, então percebo que ele entendeu errado — Não é como se eu não gostasse, — tento me explicar — mas... e se não formos mais depois disto?

— Está com medo de se afastar de mim? — ele ri. Mas por que esse garoto está rindo das minhas aflições? Eu sou uma piada, por acaso?

— Estou com medo de te perder. — admito, completamente séria, o que o faz mudar a expressão brincalhona também.