Capítulo 2 Segunda Chance

42 1 0
                                    


Os batimentos cardíacos deveriam desacelerar lentamente..., mas o surto o fez pular como que lhe fosse dado adrenalina. Sentado na cama a respiração em desordem. Segura o peito enquanto ofegava, a visão escurece e parece que é engolido em um breu sedento que faz os ossos do corpo gelarem. Agitado procura uma luz, uma saída para se agarrar e sair desse sufocamento que não sabia dizer o que era, sente algo enrolar firmemente em si mesmo e o desejo de se livrar disso se torna mais forte. Chang You luta com essa força, mas some e no segundo seguinte a luz enche o lugar.

Olhando ao redor, os monitores e lençóis brancos são substituídos pelo cinza da cama e dos travesseiros, a mobília diferente da sua mansão. Esse é seu quarto do tempo da faculdade! Mas como? A sensação de ser pego por algo tenebroso e frio desaparece e fica intrigado com o que estava vendo.

Os lençóis ensopados de suor, os travesseiros no chão, a sensação amarga lembrava do sentimento de ter tido pesadelos. Tiros ensurdecedor lembrava da sua morte e provocava um certo tremor. A ilusão dos pesadelos encobre o anterior.

Chang You levanta confuso e ao perceber que está em pé entra em estado de choque, o que aconteceu? Como poderia se mover? Era para ser impossível! Tocando o tórax, estava completamente bem. Correndo para o banheiro arranca a camisa, o corpo completamente branco sem nenhum resquício de ferimento e muito menos sinal de uma facada. A pele translúcida que pouco via o sol, típico de um estudante dedicado que passava seus dias no quarto estudando. Chang You sorri e se apoia na pia, apesar de trabalhar ainda mantinha a pele branca como a neve e os músculos apenas delineados. Com o dinheiro que seus pais deixaram e as ações era o suficiente para se manter e cuidar de sua irmã que estudava no estrangeiro, tinha que garantir que estaria tendo o suficiente para estar confortável.

Além de tudo estava no seu apartamento como chegou ali? Como é possível? Estava morto? Mas tudo parecia tão real. A aparência mais jovem no espelho o fez mais incrédulo.

Algumas peças permaneciam no mesmo lugar, outras que não deveriam mais estar ali decoravam o ambiente. A estranha sensação o lembrou do tempo em que ainda fazia a faculdade de medicina e o provável ano em que estaria cursando. Possivelmente seria o fim dos seis anos e agora poderia escolher uma profissionalização específica, que grande oportunidade.

A primeira reação foi procurar pelo celular para ver que dia era, o suor escorria pela testa com a ideia louca, se estivesse certo, nada do que o prejudicou deveria ter acontecido ainda, poderia ter uma oportunidade. Só que a ideia era muito louca, quem poderia dizer que voltou ao passado? Uma máquina do tempo? Existe tal coisa? Poder? Haha, está brincando?

A paralisia poderia ter sido curada com um novo método que ainda estavam desenvolvendo e como ele morreria... usaram ele como experimento. Mas por que o usariam? Não fazia sentido. Além disso ele estava morrendo, não daria tempo. O coração dele tinha sido perfurado! A menos que tivessem um coração, uma sala cirúrgica por perto e uma equipe de cirurgiões preparados, não tinha como ele ter sobrevivido. E se fosse assim ele deveria acordar em um laboratório de observação.

Os pensamentos se dissiparam. Com a mão trêmula empalideceu.

Algo estava muito errado, muito errado mesmo! A data era de 7 anos atrás. Chang You não conseguia acreditar, a mão trêmula pegou o controle e ligou a televisão para as notícias atuais.

Chang You paralisou embasbacado, havia voltado no tempo? Ganhou outra chance? Para sua felicidade ou não, podia concertar o que quebrara e talvez agora teria seu desejo cumprido. Mesmo que esse não fosse o caso dedicaria cada minuto ao que se arrependia de não ter feito na vida passada, começando pelos seus pais. Hahahahaha, Chang You riu alto e se acalmou aos poucos encarando o porta retratos virado na mesinha, com movimentos lentos o ergue.

Promise of a thousand deathsWhere stories live. Discover now