Capítulo 1

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JOALIN

23h 59min

Copacabana, Rio de Janeiro. Brasil.

— Nove... Oito... Sete... Seis... Cinco... Quatro... Três... Dois... Um... – Abracei Joshua, e logo fomos agarrados por Heyoon e Sina. Corremos os quatro para a beira da praia, calçados nas mãos, pés na água. Os quatro de mãos dadas numa corrente humana. Os olhos vidrados na magia que se propagava no céu. Literalmente fascinados e hipnotizados por aproximadamente vinte minutos. Os fogos explodindo... Eram tantas luzes misturadas, colorindo o céu e aquecendo os nossos corações com a esperança de dias melhores.

Joshua ergueu as mãos para o alto. Esse gesto foi repetido por nós três.

— Feliz Ano Novo! – Gritou Sina que logo tomou Heyoon nos braços, suspendendo-a da água e beijando-a com paixão.

— Vem cá, Josh! – Puxei meu irmão Joshua para um abraço. Aproximei-me de seu ouvido – Paz, cara! Muita paz! – Disse cheia de esperança no coração e lágrima nos olhos. Sempre me emociono no Réveillon, embora todos os anos façamos a mesma coisa. Sempre passamos a virada do ano na praia, mais precisamente, assistindo ao espetáculo oferecido por Copacabana e é sempre como se fosse a primeira vez, a emoção é sempre a mesma.

— Paz Jo! – Disse Josh também emocionado – Felicidade, mana! – Gritou no meu ouvido. Acho que ele queria me deixar surda, mas isso não importa, nét6? Não no Réveillon.

— Batismo! Batismo! Batismo! – Gritava Sina enquanto nos empurrava para água.

Isso era tradição, sabe? Todos os anos mergulhávamos no mar depois da meia noite, chamávamos carinhosamente de "batismo". Desde meus dez anos de idade, jogávamos uns aos outros no mar, foi uma brincadeira de Josh. Eu explico melhor: meu irmão havia ido ao batizado de um tio nosso que se convertera na religião evangélica. Não sei bem como funciona, mas Josh chegou em casa fascinado, dizendo que haviam "mergulhado nosso tio numa imensa piscina de vidro", palavras que o mesmo usou na época. Desde então, ele sugeriu que nós fizéssemos isso na praia quando fosse Réveillon e seria como nascer novamente todos os anos. Não sei se dava sorte, mas a intenção era que desse.

Saímos da água ainda brincando um com o outro. Sina e Heyoon ainda de mãos dadas. Era tão bom ver aquelas duas, eram um casal tão feliz, apaixonadas, cúmplices... Inegavelmente almas gêmeas. Eu to dizendo isso, mas será que existe mesmo esse negócio de almas gêmeas? Encontrava-me distraída pensando no amor daquelas duas quando Josh veio correndo e empurrou-me. Não estava preparada, acabei caindo e rolando na areia. Nossa! Grudou areia na minha roupa molhada, nos meus cabelos... Não fiquei irritada se vocês querem saber, tudo era festa! E as brincadeiras do meu irmão do meio faziam parte da festa. Só pra vocês entenderem melhor: eu era mais nova com vinte três anos, Josh tinha vinte cinco e Sina, vinte sete.

Viram?

De dois em dois anos meus pais faziam filhos.

— Vai ter volta, Josh! – Afirmei enquanto voltava para o mar, teria que mergulhar novamente para retirar a areia do corpo. Eu ainda estava sorrindo da brincadeira de Joshua quando vi uma menina cair de joelhos na beira do mar. Será que ela estava passando mal? Sai correndo para ver o que estava acontecendo e segurei seu braço.

— Você está bem? – Disse já ajoelhada ao lado dela.

— Tudo bem... Sim... – Falou agora me olhando de frente, nitidamente estarrecida com a minha preocupação e principalmente com a minha abordagem. Acho que a assustei, na verdade, não acho... Tenho certeza!

— Pensei... Pensei que você estivesse passando mal. – Disse e logo a olhei nos olhos. – Nossa! São tão castanhos de um tom tão diferente do comum. Lindos! – Pensei.

— Estava só fazendo um pedido. – Dizendo isto, levantou-se devagar e limpou a areia dos joelhos.

Que mulher linda! – Pensei sem notar que eu ainda estava de joelhos, na verdade, se vocês tivessem visto diriam que eu estava ajoelhada aos pés dela, e sabe? Não seria nada ruim, a mulher era uma morena maravilhosa. Meu deus! Marquinha de biquíni a mostra, os cabelos castanhos lisos na altura da cintura e com algumas mechas em um castanho mais claro. Trajava um vestidinho branco sem alças, deixando o colo nu, o tecido era leve e deixava bem visível as formas perfeitas do seu corpo. Aqueles lábios brilhantes bem delineados, aqueles olhos castanhos... Será que essa mulher é real?

— Levanta menina! – Mandou. Levantei-me de sobressalto, comecei a bater a areia que estava grudada na camiseta e no meu shorts. – Você caiu? – Continuou ela referindo-se a areia que estava grudada em mim.

— Meu irmão... Ele me jogou na água e depois na areia. – Sorri sem graça.

— Tem certeza que é seu irmão? Não seria seu inimigo? – Falou sarcástica.

— Joalin Loukamaa.- Estendi minha mão.

— Sabina. – Disse e apertou minha mão estendida.

— Jooooooooooooo! – Gritou Josh de longe – Show da Ivete, vem logo!

— Acho que seu irmão está impaciente, já pensou se agora ele resolve te afogar? – Disse e sorriu. Um sorriso, diga-se de passagem... Perfeito! Sorri também, não sorri do comentário dela, mas sim daquele jeitinho que ela tinha de menina levada, daquele sorriso ingênuo que despontou dos seus lábios, daqueles olhos misteriosos que me fascinaram logo de cara.

— Quer vir com a gente assistir ao show?

— Não, obrigada. – Fitou o céu, depois voltou a olhar para mim – Ainda trabalho hoje.

— Você está bem mesmo?

— Jooooooooooalin! – Continuou Josh gritando. Quase o mandei a merda! Tinha que ficar gritando daquele jeito?!

— Estou bem sim, não se preocupe. – Disse e foi caminhando em direção à orla. Fui atrás dela.

— Te vejo de novo? – Puxei seu braço impedindo-a que desse novos passos – Onde eu te encontro Sabina? – Pronto! "Apertei o automático", bom... Vocês ainda vão ouvir muito essa expressão, pois sempre que ajo sem pensar; por impulso, sabe? Digo isso: apertei o automático.

Sabina olhou para minha mão aprisionando o braço dela. Soltei-a imediatamente, vai que a garota pensa que eu sou doida, né?

— Pode me encontrar sim... – deu uma pausa – ...nos classificados. – Disse e sorriu com ironia, logo voltou a caminhar na areia – Tchau Joalin Loukamaa. Bom show! – Afastou-se de mim e acenou.

— Tchau, Sabina. – Fiquei olhando-a ir. Eu estava imóvel, em transe. Só voltei a mim depois que Josh me abraçou por trás e fez cócegas na minha barriga. Ninguém merece cócegas na barriga, né?

— Quem é ela? – Disse curioso.

— Sabina! – Apertei o automático – Acabei de conhecer.

— E aí? Rola ou não rola?

— Acho que não rola... Nem peguei o número de telefone dela. – Falei frustrada.

— Que vacilo, Bochechinha! – Apertou minhas bochechas igual a uma tia irritante – Gata ela! Muito gata! – Disse empolgado.

— Nem me deu ideia – Aproveitei a distração de Josh para empurrá-lo na areia. Empurrei e corri. Meu irmão levantou-se depressa e começou a correr atrás de mim – Mais rápido Josh! – Gritei olhando para trás – Quero ver as pernas da Ivete de perto! – Concluí feliz da vida; que pernas essa mulher tem!

***
NOTAS FINAIS:

Então! O que acharam desse primeiro capítulo de PPM, hein?
Eu admito que estava com saudade de escrever e como não sei levar uma história pra frente, resolvi adaptar kkkkk
Se quiserem falar comigo sobre a fic, sobre outras histórias que seriam boas adaptações, sobre qualquer coisa na vdd... chama no twitter o @ é "syllascou" (o mesmo daqui, mas sem o underline no final).
Não esqueçam de curtir, de comentar, de compartilhar e de arrastar pra cima, porque o próximo capítulo logo, logo sai!

- Vrum, vrum.
HB20.

𝑃𝑟𝑜𝑖𝑏𝑖𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑎 𝑀𝑖𝑚 - JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora