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VIOLET
Desde pequenina eu sempre amei festas de final de ano. Amava decorar a casa com enfeites, e a minha parte favorita era colocar a estrela no topo da árvore de natal. A casa ficava linda e totalmente enfeitada com pisca-pisca. E eu mantive essa tradição, digo, parte dela.
No ano passado, eu tive o melhor natal da minha vida. E eu tinha tudo para fazer desse, um ótimo natal também. Eu estava gerando uma vida, com meu apartamento próprio, com minha mãe, com Jodie e tudo de incrível que eu poderia ter. Mas dias antes do natal, eu literalmente desanimei. Eu não sei se era porque eu estava ficando realmente nervosa com o meu parto que estava próximo, ou se tudo que aconteceu dos seis meses de gestação para cá, estivesse me afetando somente agora. Mas eu simplesmente não tinha pique para nada.
Uma sensação horrível de tristeza me dominou e eu não conseguia disfarçar minha cara, todos perguntavam o que havia acontecido, perguntavam o motivo de eu estar tão calada e eu ficava estressada por não ter um motivo. Eu só estava mal e não queria papo com ninguém, tudo estava me irritando.
Além de lidar com todas essas merdas que resolveram me atormentar, tinha que lidar com a incrível mudança que meu corpo sofreu. Eu acho que nunca me senti tão inchada e nunca estive tão inchada dessa forma, minhas bochechas estavam tão grandes e ao comer, eu as mordia internamente sem querer. Minhas pernas não aguentavam cinco minutos em pé sem que inchassem igual um balão, e eu até já desisti de tentar colocar um chinelo, ele simplesmente não entrava.
A doutora Brinnigan disse que ocorreria as últimas mudanças durante essa semana, mas não sabia que seriam tantas. A reta final finalmente chegou e o meu corpo estava se adaptando para o que ocorreria daqui há algumas semanas.
Observo da sacada do meu quarto, todos no andar inferior, sequer notando minha presença. Anne e Addie estavam com suas taças de vinho, onde Anne viciou minha mãe e a transformou em uma bela degustadora de vinho. Gemma estava agarrada em seu noivo, Mitchal, que era um amor de pessoa. Tory estava com sua nova família, assim como os Sally e August também estavam aqui. Jodie estava linda e brincava com o boné de seu pai. Harry estava com Camille, com o braço atravessado em sua cintura, observando o céu estrelado. Ashley estava com Mike, que falavam algo com o rosto próximo do outro, provavelmente marcando a próxima transa.
E eu, bom, eu estava com Max e a bebê no meu quarto, que provavelmente estava irritada com minhas consecutivas tentativas de fazê-la chutar. Eu acariciava a orelha de Max, sabendo que daqui há um minuto, ele se assustaria com os fogos. Eu preferi ficar sozinha, não estava no clima de festas e por mim, passaria essa noite de pijama e dormindo.
Aquela roupa agasalhada me irritava, meu cabelo solto me irritava, tudo estava me irritando. O barulho dos fogos me irritavam, assim como ver todos se abraçando e comemorando o dia do natal também. Entre eles, Harry e Camille se beijando como se não houvesse o amanhã. E pude ver que, enquanto Harry estava de costas para mim e encerrava o seu beijo de feliz natal, Camille o abraçou e elevou seu olhar para mim, me lançando uma piscadela maldosa. Para não abaixar a cabeça, elevo meu copo com suco natural para a loira, acaricio minha barriga e devolvo a piscadela, percebendo que aquele ato havia a irritado profundamente, pois sabia que eu tinha Harry tanto quanto ela o tinha, na verdade, eu e minha bebê tínhamos o Harry.
