Parte 2 - 2018.

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                                                                        Los Angeles, California

                                                                                           2018

Eram exatamente nove horas da manhã e Dinah já estava bêbada pela segunda vez naquela semana. Saiu do apartamento alugado para o período de gravações e reuniões sobre o futuro do grupo e entrou numa das vans da empresa de segurança que sempre a acompanhava, junto com as outras garotas. Dentro do carro, Dinah falou um simples "bom dia" para o motorista e olhou para a estrada, do lado de fora. Ela não podia acreditar que as garotas realmente queriam dar um tempo do grupo. A loira se sentia traída e humilhada. Tinha passado anos ao lado daquelas mulheres e agora elas queriam simplesmente seguir carreiras solo? Novamente, Dinah se viu perdendo sua família, tal como tinha perdido quando decidiu realmente seguir aquela vida de artista.

Ao entrar no edifício de sempre, Dinah se apressou ao entrar no elevador e carregar no botão que marcava o número do andar para onde queria se dirigir. Checou o celular mais uma vez, vendo os números de Normani, Ally e Lauren demarcarem a tela. Estava atrasada. Mais uma vez. Assim que o elevador se abriu, ela se apressou e bateu na porta da sala de reuniões antes de entrar apressada. Ela se sentou em uma das poltronas e ajeitou os óculos escuros no rosto, que escondiam as suas olheiras. Não abriu a boca durante o tempo todo. Lauren e Normani conversavam energicamente e nem tinham se dado conta da entrada de Dinah na sala. Ally, por outro lado, conversava com a advogada que tinham contratado para reler os contratos. Ao contrário delas, a polinésia estava recostada sobre a sua poltrona e se esforçava para não demonstrar o quão mal estava. Tinha se aprontado toda para a reunião;  estava bem vestida, com uma blusa de mangas compridas e colada ao corpo num tom azul e com calças de ganga pretas, com saltos da mesma cor. O seu cabelo loiro estava completamente liso e os óculos escuros e modernos escondiam o seu cansaço. Apesar de estar destruída, a pele de Dinah estava brilhante e saudável e os seus lábios estavam hidratados com um lip-balm de baunilha.

A loira se segurou na borda da mesa e passou as mãos pelos cabelos, rindo baixinho sozinha. Elas nem notavam mais a sua presença. Já estavam todas absortas nos seus próprios mundos, pensando nos seus futuros sozinhas, e isso machucava Dinah. O pensamento de perder a amizade que tinham, de perder a amizade que tinham, de perder a proximidade com aquelas garotas. Ela tinha abdicado de tudo; até da própria família e dos momentos preciosos com os seus irmãos para ir em todas as tours. Tinha dado tudo de si para fazer aquele grupo funcionar. Mesmo com todos os altos e baixos, Dinah sempre tinha sido a primeira a se focar no grupo e a se preocupar em passar o futuro com as suas garotas. Ela as amava. Mas o que mais a machucava era Normani. Pensar que a perderia. Não poderia mais dormir no ombro dela durante os longos voos e as viagens de carro intermináveis. Não voltaria a compartilhar um quarto de hotel com a negra. Nunca mais estariam juntas no palco, cantando, dedicando músicas uma para a outra, se olhando com amor, se provocando. Não fariam mais entrevistas juntas. Dinah não seguraria mais a sua mão. Nunca mais se beijariam com amor e nem teriam mais noites quentes. Não seria mais o mesmo e com certeza a perderia. Por isso, no dia anterior, tinha a chamado para conversarem no carro e lhe falar que não tinha como seguir com um relacionamento escondido e irreal a quem olhava de fora. Ambas seguiriam as suas vidas em estados diferentes e Dinah não queria que Normani a esperasse. Ela tinha uma vida toda pela frente e Dinah sabia que ela seria muito bem sucedida, independente de qual carreira ou área escolhesse. E a loira sabia que era impossível manter um relacionamento à distância. Como fariam quando ambas estivessem fazendo tours, em lados opostos do mundo? Era impossível. Não funcionaria. Ambas teriam agendas corridas e raramente poderiam ficar juntas. E para Dinah, Normani merecia mais do que um relacionamento de passagem com apenas um encontro por mês.

1501 - Norminah (Short Fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora