Prólogo

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Olá!

Venho apresentar o meu segundo livro.

Trata-se da história do Mateus, personagem que apareceu como amigo do Diego, no meu primeiro livro, que encontra-se postado aqui no WattPad na íntegra: No embalo do destino.

Os dois livros não são necessariamente sequenciais, são independentes.

Nessa história, vocês irão conhecer mais o Mateus e serão apresentados a detetive Mariane. Os dois buscam a justiça de alguma forma.

Espero que gostem e se apaixonem por esse romance policial.

Tenho um grupo no facebook, onde posto quotes dos próximos capítulos, fotos, ideias. Quem quiser participar, basta buscar por: Romances - Juliana Policarpo.

Beijos, JuPSouza

*~~*

- Ao meu sinal, vamos entrar. Mantenham suas armas em punho, mas com as travas acionadas. Lembrem-se, que tudo indica a existência de menores aprisionados.

 

A voz que emitira essas instruções, era firme, decidida. Todos os que estavam sob esse comando, assentiam silenciosamente e confiavam.  O sinal foi dado com um firme gesto da mão direita.

A operação estava acontecendo numa dita boate, mas que mais parecia um pardieiro. Pela planta que fora objeto de estudo, aquele local consistia numa espécie de galpão dividido por imitações de paredes feitas de compensado. Havia um espaço maior aberto, onde segundo as denuncias, menores eram expostos feito mercadorias em uma banca, para que fossem escolhidos. A situação assemelhava-se à venda de escravos antigamente. As crianças eram submetidas a vários tipos de testes, humilhações, degradações. Os clientes eram pessoas de todos os tipos, desde aqueles abastados àqueles nem tanto, mas que possuíam contatos que lhes permitiam estar ali. As funções que as crianças teriam também eram diversificadas, umas seriam exploradas no trabalho infantil em várias frontes, outras virariam escravas sexuais na mão de alguns seres doentes, outras seriam vendidas para fins de adoção ilegal e o leque de opções era extenso.

Tal caso poderia ser um relato baseado num filme, livro, seriado de televisão, mas, infelizmente, essa triste situação acontecia mais perto do que qualquer ser humano de bem poderia esperar.

A operação desta noite, acontecia numa área localizada em uma das partes mais obscuras da cidade do Rio de Janeiro. As ruas eram escuras, sujas e desertas. Só pessoas mal intencionadas ou sem nenhuma noção do risco que corriam, se atreviam a perambular por elas, no caso dessas últimas nem sempre elas tinham sorte de sair delas com vida.

Muito se fala sobre a polícia nacional, fala-se sobre serem mal pagos, não terem estrutura para trabalharem, a falta de profissionais qualificados, os abusos de poder, falta de honradez, além de abordarem a questão de corrupção no meio. Por mais que todas essas situações tenham alguns fundamentos verdadeiros, bem como várias outras profissões, existem suas exceções. E nelas que as atenções devem estar voltadas, para que a chama da esperança não deixe de existir.

Depois de dado o sinal, tudo se desenrolou fria e calculadamente, homens e mulheres fardados, protegidos por coletes a prova de balas e empunhando suas armas, entraram pelas entradas que lhe foram indicadas, horas antes, durante a preparação da operação.

Por mais situações tenebrosas que aqueles profissionais já tivessem passado, sempre poderiam ser surpreendidos por novas que os marcariam, machucariam e por muito tempo os fariam perder o sono. As cenas que encontraram naquele purgatório entrariam para esse rol.

Não, eles não conseguiram chegar a tempo de pegar toda a ação ocorrendo. Pelo visto, houve vazamento de informações sobre a batida policial, uma vez que, os bandidos conseguiram fugir antes do flagrante. Todavia, não haviam conseguido limpar todo o local.

Ainda com armas em punho, os policiais se dividiram e rodaram todo o galpão. Ambulâncias, profissionais do conselho tutelar, já haviam sido acionados, junto deles sempre estavam os profissionais da mídia, então, logo todos saberiam várias versões do que teria ocorrido ali, uma tentando dourar a pílula mais que o outro, em busca de alcançar mais vendas ou visualizações de seus materiais.

Havia uma espécie de palco estreito, que mais se parecia uma tábua extensa, mas com uma largura inferior a quarenta centímetros. Sobre ela havia uma barra de ferro com tiras de cordas, onde os menores eram amarrados para a exposição. A pressa para a fuga fora tanta que algumas crianças foram deixadas para trás, algumas choravam, outras gritavam, haviam aquelas que pareciam em estado de choque e ainda as que pareciam estar sob o efeito de algum tipo de droga. Viam-se, ainda, algumas que estavam mortas, mas que permaneciam penduradas.

Em diversos pontos do galpão, marcas de sangue eram vistos e, principalmente, sentidos. Por se tratar de um ambiente fechado, o odor marcante e forte de sangue, juntamente com o cheiro fétido de sujeira, bem como de cigarros e charutos, impregnavam o lugar.

Algumas crianças estavam sendo retiradas de espécies de alçapões, gaiolas e coleiras com grossas correntes. Bebidas de diversos tipos e de alta qualidade eram vistas em todos os cantos.

Observando atentamente tudo o que acontecia, estava a pessoa responsável por aquela operação. Uma pessoa que assim que havia recebido detalhes da denúncia anônima, preparara em menos de uma hora tudo que era necessário para invadir aquele local. Sabia que havia feito tudo certo até aquele momento, mas sua insatisfação pelo desfecho e a saída impune dos responsáveis por aquela situação bárbara, era visível em sua expressão, de olhos cerrados, testa enrugada e dentes trincando.

Havia sido aprovada no teste para detetive e condecorada a menos de seis meses. Seus esforços, dedicação, habilidade, sagacidade e determinação eram elementos sempre observados por seus superiores, mas em momentos como o que vivia agora isso não tinha o menor valor. A detetive Mariane Lopes não queria adulações, queria fazer a diferença com o seu trabalho. Ela se tornava pior do que mosca varejeira e cachorro farejador, para desvendar um crime. Naquele momento, enquanto distribuía uma ordem e outra, se fazia uma promessa.

- Dessa vez, vocês conseguiram escapar, mas não contem com a mesma sorte da próxima vez. Eu vou pegar vocês!

           

  

 

Em defesa dos inocentes (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora