Estava com tanta saudade de você

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Após terminar de montar os sanduíches e fazer a vitamina, a herdeira organizou tudo sobre uma bandeja. Como estava concentrada, não percebeu a presença de Euzébia que a observava.



— Que susto! - a loira falou colocando a mão sobre o peito na hora em que se virou. — Desde que horas a senhora está aí?



— Há alguns minutos. - a governanta descansou os braços sobre o balcão. — Estou muito feliz de ver que as coisas estão voltando para os eixos, nesta casa.



— Ah... - Lili sorriu. — Eu também, dona Euzébia.



— Como o doutor está?



— Está melhorando. Depois que começou a tomar os antibióticos que o doutor Ricardo passou, não teve mais febre. - caminhou até a geladeira e retirou uma vasilha que continha frutas cortadas em cubinhos. — Vou levar esse lanche para ele.



— Precisa de ajuda?



— Não, minha querida. - sorriu colocando a vasilha sobre a bandeja. — Muito obrigada! - pegou o objeto e retornou para o quarto.



— Você demorou. - Germano falou manhoso ao ver a esposa adentrar o cômodo.



— Estava preparando o lanchinho para o meu bebê. - brincou enquanto colocava a bandeja sobre a cama.



— Desse jeito eu não vou querer ficar bom nunca. - sorriu observando ela sentar ao seu lado. — Vitamina de banana. - seus olhos brilharam.



— Sabia que você ia ficar feliz. - pegou o controle da tv e deu play no filme.



— É a minha vitamina favorita. - pegou o copo e tomou um gole da bebida. — Patê de frango? - apontou para o sanduíche e ela assentiu. — Tão bom sentir o gosto da comida. - comentou após morder um pedaço do pão.



— Que bom que você está melhorando, meu amor. - beijou o pescoço dele. — Deixa eu ver se isso tá bom. - pegou um sanduíche para ela e começou a comer.



Enquanto se alimentavam, Lili se encostou no peito do marido e assim eles voltaram a atenção para o filme.



— Lili... - Germano chamou a atenção da esposa. — Se eu tivesse Alzheimer, você narraria a nossa história todos os dias para mim? - questionou fazendo uma alusão ao filme que eles assistiam, 'Diário de uma paixão'.



— Acredito que sim. - o olhou. — Por que está me perguntando isso?



— A nossa história é muito bonita e só de pensar que quase a entregamos para o fracasso, chego a me sentir mal. - suspirou. — Mas imagina ter que contar a mesma história todos os dias, para ter um vestígio de lembrança da pessoa amada....



— Eu amo a nossa história e sei que cada coisa que aconteceu contribuiu para que nos tornássemos melhores. - acarinhou a barba dele. — Sem dúvidas, eu teria prazer em te contar ela todos os dias só para ter a sensação de você lembrando do nosso amor. - sorriu. — Mas você não vai ter Alzheimer.



— Ah... nunca se sabe, né?



— No máximo você vai ser um velho ranzinza que passa o dia perturbando os empregados. - gargalhou. — E eu estarei lá, te suportando todos os dias. - o agarrou pela nuca.



— Não acho que eu vou ser ranzinza. - fez bico.



— Você não vai ser, você já é. - falou sapeca enchendo o rosto dele de beijos. — O meu ranzinza favorito.



Te quero de voltaWhere stories live. Discover now