03 | corações acelerados.

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FLASHBACK
JEON JUNGKOOK

ㅡ Então, Jeongguk, por que me trouxe aqui?

Nervoso, eu o observei mexer os pés inquieto, dentro da piscina funda. Minhas mãos soavam e meu coração batia forte, mesmo por uma coisa tão boba.

Balancei a caixinha de veludo cinza assim que a tirei de dentro do bolso único do meu moletom surrado, e sorri ao ver seus olhinhos brilharem, curioso.

ㅡ O que é isso? ㅡ indagou, e com um suspiro eu me ajeitei, tirando os pés de dentro da piscina e dobrando as pernas em índio.

Olhando para ele, eu pude sentir meu coração bater forte quase saltando do peito, e então, eu abri a caixinha.

ㅡ Uau! Jungkook. São lindas. ㅡ Ele tomou a caixa de minhas mãos e passou seus dedos pelos braceletes.

ㅡ Eu ganhei eles de minha mãe, que me falou que quando eu sentisse que tinha achado alguém que eu amaria para o resto da minha vida, eu tinha que entregar, porque mesmo que um dia, caso nos separassemos, nos encontraríamos por ela. ㅡ Sequei minhas mãos trêmulas no pano fino da bermuda que eu vestia, encarando-o sorrir.

ㅡ E... você achou essa pessoa?

Assenti.

ㅡ Sim, Ji. Você. ㅡ Eu peguei a caixa de suas mãos, desconectei o ímã das pulseiras, e com cuidado, coloquei-a em seu braço direito.

Com um sorriso bobo nos lábios, ele pegou a outra pulseira, e colocou em meu braço esquerdo, então, nós aproximamos os braços, até os braceletes se conectarem.

ㅡ Eu te amo, Jeon Jungkook. Nunca se esqueça disso.

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ㅡ Como se sente? Está nervoso para seu primeiro dia? ㅡ Me encaro no espelho, podendo ver apenas meu rosto já que a criaturinha que deu-me a luz arrumava minha gravata.

ㅡ Está tudo sob controle, mãe. A senhora se esqueceu de que já substituí um professor na universidade? ㅡ Abaixo minha cabeça para poder olhá-la.

ㅡ Não. Mas ainda sinto um tom nervoso na sua voz, Jeon. Mas quero que saiba que não precisa ficar nervoso, você vai arrasar. ㅡ Então, a mulher de cabelos escuros apertou minha gravata e fez um dancinha, considerada, ridícula por mim, minutos depois.

ㅡ Se a senhora diz... ㅡ Lhe deixei um beijo estalado na bochecha macia e peguei minha bolsa, me despedindo da mesma.

Hoje seria meu primeiro dia oficial como professor de bioquímica da universidade de medicina, e como minha mãe disse, me sinto nervoso, mesmo que eu já tenha sido o professor substituto.

Arregaço as mangas da camisa social branca até os cotovelos, me preparando para pegar o cartão do ônibus assim que o vejo se aproximar. Passo os olhos por todo o ônibus, poucos lugares vagos, mas algo me falava para me sentar ao lado do garoto de cabeça baixa, coberto por um moletom e fones de ouvido.

Direcionei minha bolsa para meu colo, guardando o cartão dentro da pequena bolsa de couro que apelidamos como carteira. Encarei a paisagem de fora pelo vidro, estava meio aberto.

Observei o garoto ao meu lado encostar a cabeça no vidro, de início achei que estivesse dormindo mas pela sua ação me enganei. Eu tinha uma mania esquisita de conversar com qualquer pessoa, mas aquele garoto não parecia muito amigável, ou era apenas o horário, afinal, ainda eram sete da manhã e eu sequer havia visto seu rosto, então, simplesmente deixei de lado a minha curiosidade de saber que música ele estaria ouvindo.

Ainda que eu estivesse nervoso pelo meu primeiro dia como professor, sentiria que tudo daria certo, e seria bom se realmente desse.

Encarei mais uma vez o homem, quer dizer, o capuz preto que cobria todo seu rosto, o All Star preto em seus pés diziam muito sobre ele, assim como a calça jeans colada em suas coxas fartas. Desviei o olhar, eu tinha que parar de ser tão observador, um pouco.

De repente, lembrei-me dele. Park Jimin. O garoto no qual eu me apaixonei há dois anos atrás. Era difícil eu me esquecer dele, já que sempre que encarava o bracelete de prata em meu pulso, eu lembrava de seu sorriso assim que aceitou usar a jóia, do beijo apaixonado que demos naquela noite, e ao mesmo tempo, do desespero que ocorreu-me quando a coordenadora me disse que Park Jimin havia sido levado embora do acampamento. Eu não queria acreditar, sentia raiva, sentia medo de perder a pessoa que recentemente descobri amar, mas como minha mãe disse, eu o encontraria de novo. Então, acariciei o bracelete, e no mesmo momento o homem ao meu lado se remexeu, elevando o braço, e estranhamente meu braço ficou preso ao seu.

Franzi as sobrancelhas, realmente não sei o que houve porque seu moletom ainda cobre seu pulso.

Me virei em sua direção, e meu olhos quase pularam para fora assim que eu vi o bracelete prata conectado com o mesmo bracelete. Ergui minha visão, finalmente vendo o rosto daquele homem. Era ele!

𝗙𝗟𝗔𝗦𝗛𝗕𝗔𝗖𝗞

ㅡ Coordenadora Chae, por favor, fale-me logo o que houve...

Observei a mulher se sentar ao meu lado, segurando minhas mãos em seu colo.

ㅡ Me desculpe, Jungkook. Mas seu pai o levou. Sinto muito. ㅡ Ela sussurrou, com as lágrimas grossas escorrendo por suas bochechas.

Eu imediatamente me levantei, correndo daquele refeitório até nosso quarto.

A cama estava arrumada, só havia minha bolsa no chão perto da cama, em cima dela havia o moletom vermelho dele, aquele que eu simplesmente amo. Eu pego a peça, sentido a textura gostosa em minhas mãos, e em seguida fungo o cheiro dela, o seu perfume permanecia intacto ali. E imediatamente as lágrimas começaram a escorrer. Quentes e salgadas.

Minhas pernas de repente perdem a força e vou direto ao chão, agarrado aquele moletom, inspirando o perfume dele, que eu tanto amo. Eu vejo um papel, amassado e com uma letra incrivelmente horrível mas eu leio.

"Não desista de mim, Gguk. Eu amo você e quero que nunca se esqueça disso. Jimin ♡︎"

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terceira pessoa.

Algumas horas se passaram desde que os dois jovens se reencontraram no ônibus. Os corações acelerados, mãos suadas e nervosos. Caminharam lado a lado assim que deu o intervalo da aula.

Logo descobriram que iriam frequentar o mesmo lugar todos os dias e que também, Jimin teria Jungkook como professor, então, se sentaram em um lugar reservado do Campus, onde poucas pessoas estavam, e se encararam por alguns minutos.

Nenhum deles esperavam por aquele reencontro, e nem tinham ideia do que falar. Mas no momento em que Jimin abraçou fortemente Jungkook, nada precisava ser dito.

O amor exalava em volta deles, a saudade, o carinho e principalmente, paciência, eles se reencontraram depois de anos separamos, mas ainda sim, sentiam o amor um do amor, e eles, fariam de tudo para que aquilo desse certo para o resto de suas vidas.

O amor exalava em volta deles, a saudade, o carinho e principalmente, paciência, eles se reencontraram depois de anos separamos, mas ainda sim, sentiam o amor um do amor, e eles, fariam de tudo para que aquilo desse certo para o resto de suas vidas

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FIM.

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