Pecado Sangrento

01 - A vítima

Na madrugada de uma segunda feira chuvosa, Chris é acordado, devido a forte tempestade lá fora.

E após olhar as horas em seu relógio ao lado da cama, ele decide se levantar, indo então até a cozinha para tomar um pouco de água, mas antes que ele chegue até o seu objetivo, ecoa pela casa vazia, um bater alto na porta, o assustando de imediato.

Afinal, quem em sã consciência sairia em um temporal como esse?

Novamente se pode ouvir, três batidas em sua porta, e andando vagarosamente até a mesma, Chris destrava devagar, sem abri-la totalmente, apenas para ver de quem estava do outro lado.

Havia uma garota à sua frente, totalmente encharcada, e roupas ensanguentadas. E rapidamente ele lhe dá passagem para que entrasse.

— Sente-se aqui, irei trazer uma toalha para você.

Ainda sem dizer uma palavra, a garota se senta e permanece imóvel, sem dizer nada.

Depois de pegar a toalha, ele volta ao encontro da garota, entregando-a.

— Como veio parar aqui? — Sua pergunta parecia tola, mas não era.

Chris morava em uma pequena cabana no meio da floresta, não era um lugar frequentado, ele só via alguém quando ia até a cidade. Então uma garota vir parar aqui, nessas circunstâncias, não significava uma coisa boa.

Ainda silenciosa, Chris a observa de cima a baixo, notando que ela estava descalça, e com um vestido fino de cor branca, ou pelo menos devia ser, se não fosse pelo sangue.

— Como se chama? — Mais uma vez, ele tenta falar com a garota, que estava aparentemente em choque, no mesmo lugar.

— Liz...

Sua voz sai extremamente baixa e trêmula, mas não o suficiente para que ele não entendesse.

— O que fazia lá fora? Se perdeu?

— Eu... Eu estava fugindo... — Seus olhos eram fixos no chão, e sua voz trêmula indicava o quão nervosa ela estava.

— Fugindo? Como assim? — Ainda confuso, Chris se aproxima dela.

— Eu fui sequestrada... Eu e... Eu e minhas amigas... Elas... — A garota falava com dificuldades, devido ao choro que tomava conta de si.

— Ei... Calma, está tudo bem agora, você está segura. — Em uma tentativa falha de lhe trazer um pouco de conforto, Chris toca em seu braço, fazendo com que Liz se afastasse de imediato.

— E se ele me encontrar... E se tiver me seguido... — Ela dizia, enquanto chorava sem parar.

— Liz... Precisa se acalmar, eu preciso entender o que aconteceu exatamente.

Seus apelos eram em vão. Liz estava muito abalada pelo que lhe aconteceu, e não seria nada fácil acalmá-la nessa situação.

— Eu já volto.

Indo às pressas até o seu quarto, Chris caminha em direção ao banheiro, afim de pegar o seu kit de primeiros socorros, e assim que o tem em mãos, volta rapidamente até a garota sentada na sala.

— Eu posso ver o seu corte?

Um pouco mais calma, Liz, olha em direção a sua perna, onde havia um enorme corte que ainda sangrava. E com um aceno de cabeça, ela permite que ele cuidasse disso.

— Isso está muito feio. — Diz ele, agachado em sua frente. — Vai doer um pouco.

Dito isso, Chris passa álcool em cima do corte, causando um estridente grito de dor em Liz. Durante todo o processo, ele não deixava de pensar no que aquela garota havia passado, e quem havia sequestrado ela e suas amigas.

Seria essa a pessoa a quem ele procurava? O culpado pela morte de seus pais?