Quando o universo te arruma problemas

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[Ponto de vista: Jimin]

De onde eu venho, nós acreditamos que o universo tem tudo planejado desde o dia em que nascemos e que tudo acontece por uma razão. Consequentemente, também acreditamos em almas gêmeas. Casais escritos nas estrelas apenas esperando o momento certo para se encontrarem. Clichê, eu sei, mas muitas pessoas dedicam a vida à isso. E então vocês se perguntam, como elas sabem que encontraram o tão sonhado companheiro de vida? Com anéis. Anéis especiais que todos ganham de presente quando completam doze anos. Eu gostaria muito de explicar como eles funcionam, mas a verdade é que eu não faço ideia do que acontece com eles quando o grande momento acontece. Nunca encontrei minha alma gêmea.

Durante muito tempo eu acreditei firmemente nisso. Procurei muitas e muitas vezes, mas aparentemente o universo não sabe que eu existo. Uso o meu anel a seis anos e nada nunca, nunquinha, aconteceu. Lógico que várias pessoas já tiveram a incrível experiência com eles, como SeokJin, meu irmão mais velho. Jin encontrou o NamJoon, meu professor de literatura, no dia em que o levei para participar um dia do clube de leitura da escola. Todos que estavam naquela sala viram que os dois ficaram vermelhos de vergonha quando os anéis se juntaram. Nem preciso dizer que zoei muito com eles naquele dia e que Jin nunca mais voltou lá, mas no final tudo deu certo e agora o NamJoon praticamente mora lá em casa. São casos como esse que, lá no fundo, ainda me fazem acreditar. Mas sinceramente, eu desisti de tentar encontrar alguém. Já fiquei com muitas pessoas e acabei me decepcionando com todas elas. Existem mais de sete bilhões de habitantes no mundo, e eu definitivamente não estou disposto a tentar com todos eles.

E eu estava novamente lembrando do meu passado e da minha solidão enquanto esperava TaeHyung, meu melhor amigo, voltar da cantina com alguma coisa para a gente comer. Minha turma se encontrava no intervalo e eu estava morrendo de fome.

— Hambúrguer? — TaeHyung apareceu com dois hambúrgueres na mão, me oferecendo um, que eu prontamente aceitei.

— Obrigado, Tae! — agradeci, já mordendo o lanche.

— Que horror, parece que você não come nada a uns três meses. — comentou e eu assenti.

— Três horas! É muita coisa. — o corrigi, ainda comendo e fazendo ele rir.

— Jimin, você se importa se o meu namorado vier pro clube de leitura? Eu tentei convencer ele que o clube de artes é muito mais legal, eu juro. — me provocou e eu o olhei com os olhos semi cerrados. — Mas ele adora essas coisas de livros e ficou doido pra conhecer quando eu disse que você frequentava um clube de leitura aqui na escola.

— Pessoas com bom gosto são sempre muito bem-vindas. — o respondi com um sorriso no rosto, ganhando uma gargalhada em resposta.

— Ai, Jiminie! Então, você se importa de ficar com ele e mostrar como o clube funciona?

— Não, vai ser divertido. Não é sempre que pessoas novas aparecem por lá, diferente do clube artístico que é cheio de turistas. — o provoquei e ele riu, revirando os olhos.

Desde que conheci TaeHyung, nós temos um tipo de rivalidade saudável na maioria das coisas que fazemos. É muito legal quando nos provocamos tanto ao ponto de ficarmos brigados um com o outro e voltarmos a conversar dez minutos depois como se nada tivesse acontecido. Não que eu queira me gabar, porque eu sei que ele não sobreviveria sem mim, mas também não quero enganar ninguém. Quem mais precisa do outro entre nós dois, sem dúvida sou eu.

— Então eu busco ele na hora do almoço, ok?

— E me deixa aqui sozinho. Tudo bem. — fingi estar magoado, o que não era mentira.

Hey Soulmate! | JiHopeDonde viven las historias. Descúbrelo ahora