Part IV - FIM

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A caixa com as velas enfeitadas que Molly obrigara Draco a carregar até a sala fora jogada abruptamente no sofá. Luna rapidamente certificou-se de que nenhuma havia quebrado e o loiro gemeu pela segunda vez no intervalo curto de trinta segundos.

— Não seja dramático — Harry advertiu.

— Ele não pode evitar — Gina alfinetou.

Harry concordou internamente.

Pacientemente, o moreno sentou na extremidade do sofá próximo ao namorado.

— Só são uns quarenta minutos — Draco abriu a boca para protestar novamente, mas Harry continuou. — Você conhece todo mundo aqui, pare com isso.

— É, conheço. — Malfoy desdenhou. — Já falei mal de cada um deles.

— Isso é passado.

— Eu falei da DiLua hoje de manhã e da Granger há dez minutos atrás.

— Você vem, Harry? — Jorge perguntou aparecendo na porta da entrada da Toca.

Draco gemeu novamente.

quarenta minutos. — Harry reafirmou antes de despedir-se do namorado com um selinho estalado.

E lá se foi Harry Potter em busca do pinheiro maldito, deixando Draco a própria sorte.

O loiro olhou bem ao redor, Gina estava distraída com algum falatório aleatório de Luna e Hermione tinha sumido com o namorado a um bom tempo, por um segundo pensou no que eles estariam fazendo e desejou arrancar os próprios olhos. Harry o levara para um lugar estranho, com pessoas estranhas, e o abandonara. Quão bom namorado Potter conseguia ser.

Entediado e irritado, dedicou total atenção ao relógio que agora indicava o senhor Weasley e Jorge fora de casa.
Passos ressonaram pelo chão e o loiro olhou curioso. Molly estava parada na porta com a feição apreensiva, direcionada exatamente para ele. Draco tinha uma vaga lembrança de ter visto Narcisa com aquele olhar maternal preocupado uma oi duas vezes. Ele arqueou as sobrancelhas em uma pergunta muda. A senhora Weasley indicou a cozinha com a cabeça.

— Venha aqui, querido.

Naturalmente ele a seguiu.

Duas xícaras e um bule ocupavam a mesa. Draco se sentou e ela os serviu.

— Veja bem, não quero ser intrometida...

Malfoy bebericou o chá, queimando a língua propositalmente. Ela estava prestes a ser.

—...Mas Harry me contou sobre seus pais.

— Tudo bem — ele tranquilizou-a friamente. — Eu não me importo.

— Não diga isso — Molly balançou a cabeça em negação, parecendo sentir as palavras de Draco acertando-a internamente. — É muito difícil perder um filho.

Então ele entendeu, não era sobre os pais estarem o ignorando. Era sobre ele ignorando a mãe.

— Perder um filho vivo por erros passados não torna as coisas mais fáceis.

Ela puxou a mão dele, alisando de forma compassiva.

— Pode não conseguir entender ou falar com sua mãe agora, mas, talvez seja o único tempo que tem, apenas tente.

Draco notou algo muito pessoal naquele frase, mais sobre ela do que sobre ele. Sensibilizado com Molly e a perda dela, ainda que guardasse rancor de Narcisa, ele assentiu, confirmando que tentaria. Era mentira, claro, não tinha plano algum de falar com a mãe.

— Você sempre será bem vindo aqui, tente lembrar disso também, certo?

— Eu vou.

Mais tarde Draco retornou a sala, juntou-se a Gina, Hermione e Luna em um jogo de xadrez de bruxo. Foi complicado de início, ele nunca tinha dado atenção para jogos ou qualquer coisa que incluísse diversão em toda sua vida, esteve muito ocupado fazendo as escolhas erradas. Já Hermione não podia dizer o mesmo, passou a infância assistindo Harry e Ron jogarem e ainda assim era péssima jogadora. Draco não perdeu a oportunidade de irritá-la com isso.

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