CAPÍTULO 6: UM VIAJANTE GENTE BOA

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CAPÍTULO 6: UM VIAJANTE GENTE BOA

Eu e Giovanna estávamos no nosso caminho para Governador Valadares para encontrar a minha família. Assim, saímos de Muriaé e partimos em direção a Caratinga, uma cidade próxima, onde passaríamos direto para ir até Gov. Valadares. Assim, estando na estrada, Giovanna me perguntou:

— (Giovanna) Ei Marcos! O que você vai fazer depois que achar a sua família?

— (Marcos) Eu vou confirmar se o local é seguro, se for, eu vou voltar para o Rio de Janeiro para buscar uma colega minha, pois eu prometi que iria voltar para buscar ela. E você, o que quer fazer?

— (Giovanna) Eu queria só não ficar sozinha novamente, já que eu passei a maior parte da minha vida em uma cama de hospital.

— (Marcos) Então você pode entrar para a minha família, já que eu estou indo encontrar eles. Você pode ficar com a gente, já que não tem para aonde ir.

— (Giovanna) Você tem certeza? Eu não quero incomodar ninguém, e nem dar trabalho pra você.

— (Marcos) Tenho sim, você salvou a minha vida, e cuidou de mim quando eu precisei, então o mínimo que eu posso fazer é isso.

— (Giovanna) Sério?! Muito obrigada! Disse ela com uma cara sorridente.

E enquanto continuamos a conversar, eu avistei um viajante vindo ao longe da estrada e, imediatamente puxei a faca e dei a glock para a Giovanna em caso de emergência, pois não sabíamos se aquele homem podia ser um bandido. Então, a medida que fomos nos aproximando, a tensão aumentava, porque tudo podia acontecer naquele momento. Foi aí que ficamos a uns 40 metros de distância dele, foi aí que ele nos percebeu e eu disse:

— (Marcos) Meu camarada, de onde você está vindo?! Eu exclamei com a mão na bainha do facão.

— (????) Opa meu chefe, eu venho lá da Bahia, calma que eu não quero fazer mal, só estou de passagem. Disse ele com uma cara descontraída.

— (Marcos) Difícil acreditar hein! Eu e minha amiga fomos atacados por bandidos a uma semana atrás, então qualquer pessoa é suspeita, inclusive você!

— (????) Eu entendo amigo, depois que esse vírus tomou conta do País a 3 semanas, várias pessoas formaram quadrilhas de gangues e começaram a assaltar casas e a render pessoas que saem para procurar comida. Mas eu posso te garantir que eu sou inofensivo.

— (Marcos) Sei... E para onde você está indo?

— (????) Amigo, eu tô querendo ir para São Paulo ou para a região sul.

— (Marcos) Mas qual o motivo disso?

— (????) É que ouvi falar que o governo montou uma base segura no interior de São Paulo, um mês antes dessa confusão, e eu tô planejando ir pra lá.

— (Marcos) E se isso for mentira?

— (????) Aí eu vou pro sul, lá o clima é favorável no combate contra os infectados, já que eles são ficam mais lentos e ficam menos tempo ativos no frio.

— (Marcos) Sério?! Pera, mas como você sabe disso tudo?

— (????) Bom, eu era um cientista da ReVo Corporation de Salvador, e muito antes de tudo isso eu estudava o efeito do Star Vírus no corpo de ratos e macacos. E descobrimos que eles são menos ativos às temperaturas abaixo de 10 graus célsius. Quando descobri que o vírus era volátil e muito perigoso no corpo de seres humanos, eu reportei isso aos superiores e pedi que cancelassem os testes em humanos, porém eu fui ignorado, e 3 dias depois eu fui demitido.

— (Marcos) Entendo, e você sabe o que acontece com as pessoas que são infectadas? Perguntei com curiosidade.

— (????) Bom, pelo que pesquisei no laboratório, e em dados recolhidos, basicamente quem entra em contato com o vírus por meio das mucosas, tem 80% de chance de se tornar um infectado e perder a sanidade.

— (Marcos) E se a pessoa não se tornar um infectado?

— (Guilherme) Bom, se ela não perder a sanidade.....

E nesse exato momento, ouvimos o som do motor de um veículo que vinha logo adiante, e imediatamente corremos para dentro da mata para nos escondermos do mesmo. No momento que ele passou, pude perceber que eles estavam fortemente armados. E passados esses segundos de silêncio e tensão, finalmente nos aliviamos pela situação ter passado. Porém, como a noite estava chegando, resolvemos acampar por ali até o raiar do dia. Então acendemos uma fogueira e cozinhamos um pouco de feijão que eu tinha na mochila. E foi aí que eu perguntei ao Viajante:

— (Marcos) Senhor, qual o seu nome?

— (Guilherme) É Guilherme Santiago, e não me chame de senhor, eu só tenho 28 anos.

— (Marcos) Tudo bem, Guilherme... aceita um feijão cozido?

— (Guilherme) Ah sim! Muito obrigado!

— (Marcos) Continuando nossa conversa de mais cedo, você disse que 80% das pessoas que são infectadas perdem a sanidade não é?

— (Guilherme) Sim, está correto.

— (Marcos) Então, o que acontece com os outros 20%?

— (Guilherme) Bom, pra falar a verdade, sinceramente eu não tenho certeza, porque esse vírus tem uma taxa de mutação muito alta, então tudo pode acontecer. Mas pelo que eu sei, é que ele ataca o DNA da pessoa e o cérebro diretamente, então de uma coisa eu tenho certeza: esses 20% não continuam sendo pessoas normais.

Após ouvir isso, surgiu um calafrio em meu corpo, pois eu sabia que tinha sido infectado, e mesmo que nada tivesse ocorrido, algo parecia estranho comigo e eu tinha medo que algo acontecesse. Então eu olhei para a Giovanna e ela também parecia assustada com a informação, segurava a minha camisa e tremia de medo. Foi aí que eu disse a ela:

— (Marcos) Calma, vai tudo ficar bem, não importa que situação apareça eu vou cuidar de você, aconteça o que acontecer.

Após essas palavras, ela se acalmou. Logo depois disso Guilherme disse:

— (Guilherme) Vocês dois formam uma boa dupla juntos hein.

— (Marcos) Muito obrigado, ela é incrível né, olha esses olhos púrpura que fofos, parecem um céu no anoitecer.

— (Guilherme) Caramba! Agora que você disse parece mesmo.

— (Giovanna) Parem de me encarar, Meu Deus do céu! Disse ela bastante envergonhada.

Então, após terminar a refeição, Guilherme colocou o prato em cima de uma pedra, pegou um mapa de sua mochila e disse:

— (Guilherme) Eu tenho uma informação útil para vocês. Eu ouvi falar de um lugar na Bahia que conseguiu se livrar dos infectados e agora vivem relativamente bem.

— (Marcos) Sério? E onde seria esse lugar?

— (Guilherme) O nome do lugar é Tapiramutá, uma cidade no interior da Bahia, parece que eles conseguiram limpar a cidade dos infectados com algum método misterioso.

— (Marcos) Se lá é seguro então por que você não foi pra lá?

— (Guilherme) Moço, eu confio mais no governo, além de que eu ouvi que essas pessoas são bem excêntricas e não gostam de gente de fora, então eu não me daria bem lá. E tem o fator clima, os infectados são mais agressivos e voláteis em temperaturas mais altas, então é suicídio ir para o norte. Mas se você for para lá algum dia, procure por Mikael, ele é um velho amigo meu e ele pode te ajudar.

— (Marcos) Ok, eu vou pensar no assunto.

Ao raiar do dia, nós arrumamos nossas coisas e partimos assim que o sol saiu. Chegando na pista, eu me despedi de Guilherme dizendo:

— (Guilherme) Boa sorte na sua jornada, espero que encontre essa base do governo.

— (Marcos) Obrigado amigo, também espero que encontre sua família, e pense no que eu te falei.

— (Guilherme) Ok, Adeus. Espero que nos vejamos de novo algum dia.

— (Marcos) Eu também parceiro.

E assim, após um aperto de mãos, nos despedimos e seguimos na nossa jornada pela estrada.

PV - POWER VIRUSWhere stories live. Discover now