Capítulo 6

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— Não! — Jacob tirou o celular da mão da moça, e antes que ela pudesse protestar continuou. — De todos os homens do planeta, ele não!

— O quê? Me devolve o telefone, Jacob!

— Cloe eu aceito qualquer um, mas ele não!

— Você é tão confuso — ela de ombros e virou as costas para ele a fim de continuar o processo dos biscoitos.

— Não vai dizer nada? — ele perguntou.

— Sobre?

— Qual é, eu tenho uma reunião importantíssima e graças a você, eu estou coberto por essa gosma.

— O engraçado é que você nunca disse nada e cobra de mim — a loira se enfureceu.

— O quê?

— Quantas vezes eu passei a noite em claro graças as suas pegadinhas medonhas? E quantas dessas vezes você fez algo além de rir?

— Cloe, eu…

— Não, agora você vai ouvir! Quantas vezes eu deixei de voltar para casa por medo de encontrar algo que poderia me machucar se eu não vesse? Você não tem direito de exigir algo, te garanto que vai conseguir dormir a noite!

— Eu não sabia que era tão assustador assim. E você nunca deixou barato, você raspou minha sombrancelha!

— Eu não dormi aquele fim de semana inteiro! — ela gritou.

— Mas aquilo foi sangue de mentira.

— E eu tinha acabado de presenciar um assalto a mão armada! — pela primeira vez ela contou o fato.

Jacob correu e tirou o paletó lambuzado para que pudesse a abraçar, já que a loira começou a chorar.

— Eu sinto muito, baixinha. Me desculpe!

— Por que está agindo como se se importasse?

— Porque eu me importo!

— Não pareceu, e eu tenho uma vida de ações que provam isso — ela se afastou e secou as lágrimas. — Pode devolver meu celular, eu preciso ligar para o Tyler.

— Não, Cloe! Eu já aguentei demais! Ele não! — a voz dele se alterou. — Todos menos ele!

— Qual o seu problema com o Tyler, Jacob? — Ela perguntou irritada e confusa.

— Tem dez anos, dez longos anos que tenho que lidar com o fantasma do Tyler. Chega!

— O quê?

— Já não bastava ele te seguindo por todo o ensino médio como uma ave de rapina, ter te levado para o baile, e ainda continuar tendo contato… Pelo menos eu Nova York eu tenho que ter a chance de respirar sem ele no seu pé!

— O Tyler é meu amigo, Jacob.

— Claro. Um amigo que da sua flor preferida e ainda pede permissão do seu pai para te levar no baile. Se ele se ajoelhasse e tivesse uma caixinha de veludo o casamento estava marcado! — esbravejou o advogado.

— O Tyler é meu amigo sim, ele fez isso para provar para mim e para meu pai que poderíamos confiar nele, já que a pessoa que eu queria que me levasse ao baile não ligou para mim! — respondeu ela no mesmo tom. — Ele só quis me animar!

— Espera, o que? Ele te levou como consolação?

— Argh! — ela se enfureceu. — Obrigada, Jacob, por estragar o resto de dignidade que eu tinha do meu último baile!

— Mas… — o rapaz estava num universo paralelo. — Mas… mas, ele disse que só faltava um detalhe para que ele te pedisse.

A voz pausada do rapaz chamou a atenção da loira.

— O quê?

— No dia que liberou os convites para o baile, eu fui até o banheiro masculino. Lá os caras do time estava conversando, e o Tyler disse que só faltava detalhe para que ele pudesse te chamar. Por isso, eu saí de lá e convidei a Diana.

— Por isso? — Cloe o olhava atentamente.

— Eu queria te convidar, poxa! O ensino médio estava sendo um martírio com o nosso afastamento…

— Você iria me convidar? — Cloe o cortou emocionada.

— Óbvio! Mas, ele sempre estava com você, então achei que quisesse ir com ele.

— O Tyler sabia que eu queria ir com você, e ele torcia para você me chamar, contudo como éramos amigos, ele preferiu não chamar ninguém até que minha situação estivesse resolvida, para que eu não ficasse na mão.

— Você queria ir comigo?

— Jacob, onde você estava enquanto eu dava tanta indireta?

— Bom… — ele coçou a cabeça timidamente. — Fiquei com medo de estar interpretando errado. Você tinha se afastado, nem apelidos me dava mais, e olha que eu tentei muito chamar sua atenção.

— Uma maneira incrível devo dizer — ela zombou.

— Tudo bem, eu assumo, foi uma maneira idiota. — ele então pôde contemplar um sorriso dela.

— Sobre os apelidos… eu não dei mais depois daquele dia...

— Ah! Me perdoa por aquilo, eu queria ter me desculpado, mas achei que você precisava de um tempo e depois você foi se afastando e eu não sabia o que fazer.

— Eu também preciso pedir perdão, não fui inocente nisso tudo.

— Então estamos de boas, Tinker bell?

— Tinker bell? — Cloe tentou segurar o riso.

— Baixinha, loira e fofinha! — ele deu de ombros, enquanto ela ria, inevitavelmente Jacob sorriu.

— Amigos! — ela estendeu a mão quando conseguiu conter a risada.

— Que amigos, o quê. Melhores amigos! Ninguém me conhece como você — ele a puxou para um abraço. — Senti sua falta.

— Também senti, poste!

 Agora eles conversaram o que não fizeram na vida inteira

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Agora eles conversaram o que não fizeram na vida inteira. Um diálogo de mais de 800 palavras não é para qualquer um. Kakakak.

Hater de Natal - Conto ✔️Where stories live. Discover now