Eu nem sei por qual caminho começar pra dizer onde erramos tanto. Não sei se meu acerto foi te encontrar ou te deixar ir. Eu só tinha 18, Kelerman. Eu só estava procurando a saída pra todos os meus problemas mudando de cidade, e você com teus 23 de pura cretinice, cruzou meu caminho naquele maldito bar. E foi ali, naquele calor que teus olhos me intensificaram, que eu pude entender que você ia foder com a minha vida, mas quem disse que eu não iria pagar pra ver? Você escondia algo e espreitava por dentro. A agonia do teu medo me trazia pra perto numa intenção de tirar isso de você e tentar me dar lugar a isto. Mas já estava escrito, você era do tipo que empurrava com a barriga e depois vinha com tudo outra vez. O que você quis de mim, Kelerman? Porque nunca me contou o que lhe afligia tanto?