Descrever-me agora parece a tarefa mais complexa de todo o planeta. As palavras fogem a minha mente, como se estivessem com medo de serem usadas.
Eu não acho que conseguirei me descrever com perfeição, e, mesmo se pudesse, o espaço que tenho aqui não é grande o suficiente para que eu possa o preencher com todos os fatos interessantes e desinteressantes sobre mim.
Eu conseguiria descrever qualquer pessoa, mas, descrever a mim mesma já é uma tarefa um pouco complicada.
Ter de olhar para mim mesma, analisando minhas características marcantes e até as mais invisíveis, para escrever todas elas aqui, bom, isto para mim é um pouco complexo.
As palavras fogem de mim, ao mesmo tempo em que se deixam ser capturadas por mim.
Eu deveria estar me descrevendo, para que vocês pudessem ter uma ideia de como eu sou.
Eu sou confusa e tenho uma forte tendência a bagunçar as coisas, mas, parando para analisar, todas as pessoas são uma bagunça, e todas elas entram em corridas para se arrumar, se assemelhando a uma biblioteca, com prateleiras repletas de livros contendo informações importantes e até as mais banais.
Eu sou uma biblioteca gigante.
Eu sou uma gigante bagunça tentando me arrumar.
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