LucyWitoria

Karma.
          	O vento soprava frio
          	Com gotas finas de chuva
          	As luzes do fumódromo balançavam-se 
          	E minha pele de ficava fria entre os tecidos finos da camisola.
          	
          	Talvez eu tenha medo de ser vulnerável 
          	Afiei as garras hoje para fincar nos olhos e pele de quem me tocasse
          	E por mais que eu adore os trajes de prostituta
          	Do mesmo jeito carrego entre as línguas uma navalha.
          	
          	Onde está o que considero humano?
          	Onde existe a empatia sem egoísmo?
          	Se até a compaixão é feita para agradar ao ego.
          	
          	Minhas unhas brilham como minhas jóias 
          	Prata.
          	Metal dos traidores.
          	
          	Mas seremos sinceros aqui
          	Prefiro matar do que trair alguém,
          	Não na maneira convencional 
          	Mas da minha maneira
          	Pisando até no último resquício de alma
          	E fazendo o psicológico de pulga entre minhas unhas.
          	
          	Assim como as sombras se escondem da luz
          	Os malfeitores se escondem do karma
          	E eu apareço como A Fortuna.
          	[…]
          	L. W. S. C.

LucyWitoria

Karma.
          O vento soprava frio
          Com gotas finas de chuva
          As luzes do fumódromo balançavam-se 
          E minha pele de ficava fria entre os tecidos finos da camisola.
          
          Talvez eu tenha medo de ser vulnerável 
          Afiei as garras hoje para fincar nos olhos e pele de quem me tocasse
          E por mais que eu adore os trajes de prostituta
          Do mesmo jeito carrego entre as línguas uma navalha.
          
          Onde está o que considero humano?
          Onde existe a empatia sem egoísmo?
          Se até a compaixão é feita para agradar ao ego.
          
          Minhas unhas brilham como minhas jóias 
          Prata.
          Metal dos traidores.
          
          Mas seremos sinceros aqui
          Prefiro matar do que trair alguém,
          Não na maneira convencional 
          Mas da minha maneira
          Pisando até no último resquício de alma
          E fazendo o psicológico de pulga entre minhas unhas.
          
          Assim como as sombras se escondem da luz
          Os malfeitores se escondem do karma
          E eu apareço como A Fortuna.
          […]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Liberté.
          
          Jurei a mim a liberdade
          Fiz dos meus ossos quebrados instrumentos perfurantes
          Convoquei aos meus inimigos, aliados e bastardos
          Avisando que iria fugir para a montanha
          E só voltaria como übermensh.
          [...]
          L. W. S. C.
          
          Übermensh é o "além do homem" de Nietzsche, um humano com a capacidade de ir além da espectativa humana rompendo tanto os valores tradicionais quanto as normas morais. 
          
          "Liberté" expressão usada na revolução francesa.

LucyWitoria

Beijo de judas.
          
          Ele virou a minha face,
          E com a dor que não parava meu pescoço 
          Com os arranhões e o zíper roçando em minha ferida
          Ele me beijou.
          
          Um beijo furioso
          Que logo o beijei em seguida
          Ele se virou para sair do quarto
          E vi os arranhões em seu pescoço 
          A fúria de momentos atrás 
          Nos transformou em monstros
          E qual será a próxima jogada?
          […]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Pena.
          
          Não espere por pena
          Camufle cada sentimento fraco
          Estimule o monstro que você é.
          
          Não cale seus demônios
          Faça amizade com eles 
          Uma congregação de filhos da puta.
          
          E quando você estiver de novo
          Precisando de carinho
          Faça grana
          Faça compras
          E preencha a porra desse vazio.
          
          Se não for o suficiente escreva
          Mas nunca abaixe sua postura
          Nunca sinta pena de si mesmo
          Nunca permita que vejam você como realmente é:
          Esse monstro egoísta.
          [...]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Uma flor.
          
          Semente cuspida na terra
          Cheia de vômito e ossos espalhados
          Banhada a sangue e trevas.
          
          Todos os dias uma sombra a visitava
          E perguntava “Como está meu pequeno broto?”
          E ainda broto só olhava pra cima.
          
          Todos os dias aconteciam batalhas
          E mesmo as folhas crescendo
          Eram pisoteadas por homens.
          
          Ainda assim, ela crescia.
          
          Seus galhos espinhentos a protegiam das mal amadas
          E toda torta, o broto antes minúsculo 
          Estava grande.
          
          A morte carregava um crânio com sangue
          E derramava em suas raizes bem fincadas na terra.
          Cobria a pobre plantinha com a pele dos guerreiros da batalha.
          
          Até nascer
          Sob a luz do luar
          Uma rosa tão vermelha quanto sangue 
          Solitária e vazia
          Algo bonito plantado em um lugar de morte.
          
          A solidão a deixava mais cativante 
          Mais acesa e destacada.
          Frágil mas letal.
          Uma rosa.
          […]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Abismo.
          
          Olho pro céu escuro
          Com nenhuma estrela e sem lua
          Em súplicas
          – Pai, afasta de mim esse cálice. De vinho tinto de sangue!
          
          O fedor do mundo e sua insanidade
          Com meu desprezo e agonia
          Fazem dar brecha para as luxúrias da minha obsessão.
          
          Minha obsessão de ficar sozinha
          De ser sozinha e gritar para o espelho
          Pegar um bisturi e arrancar 
          Tudo o que em mim há de humano.
          
          O silêncio da minha postura
          E ao mesmo tempo o fruto dos meus passos
          O fruto maldito do meu trabalho
          Que me acorrenta 
          Me calando.
          
          Não sou eu mesma
          Eu me isolo
          E deixo o personagem seguir seu papel.
          
          Num mundo sujo
          Sou apenas um fantoche
          Uma mesquita de mim mesma
          Onde a adoração sou eu.
          
          Minha obsessão por mim mesma
          Por enjaular meu monstro
          Por colocar uma focinheira na minha boca.
          [...]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Aos meus pés
          
          A noite caia sobre a cidade
          E a lua iluminava o meu rosto
          Naquele escuro a única luz que tinha era a ponta do meu cigarro.
          
          Enquanto fumava devagar 
          Encarava o escuro
          E ele não me encarou de volta.
          
          Ele temia a mim
          Mais do que temia as trevas e ao diabo.
          
          Encarei o céu 
          E o tempo começou a se fechar 
          Talvez nem deus queira que olhe seu campo de concentração e temor.
          
          Mas a lua continuava a iluminar meu rosto
          Mesmo eu sentindo nada
          Ergui mais um cigarro
          Iluminando a minha volta
          E vendo os demônios que roubei do inferno tremendo.
          
          Eles não estavam ali por temerem a deus ou o diabo
          Eles estavam aos meus pés.
          […]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Armadura dourada.
          
          As vezes eu queria ser amada
          Sentir o amor de um abraço
          O conforto de um beijo
          O calor de um colo.
          
          Mas entendo que mesmo querendo
          Preciso ser auto suficiente
          O bastante para trancar meus pensamentos românticos
          O bastante para calar um "eu te amo" bobo
          Ou desfazer um sorriso tímido.
          
          Mas quero me sentir amada
          E fraca no aconchego do outro
          Quero ser eu mesma sem essa armadura dourada.
          
          Mas meu amor
          Se eu falar que sei cantarolar os primeiros cânticos de Dante Alighieri
          Antes de se submeter a encontrar a Beatriz com o Virgílio
          Tu tiras de sátira a minha afirmação
          E não presta atenção ao som da minha voz.
          [...]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Desejo ardente, entende?
          
          Gosto de pensar 
          Que você me tem como um doce
          Onde todas as vezes que me cozinho no banho
          Me confeito nos óleos e roupas marcantes 
          Você me deseja.
          
          E esse desejo é ardente
          Uma fome por chupar minha buceta
          Uma sede dos meus sucos que se reproduzem 
          Enquanto te olho
          Com meus olhos perdidos
          Entregues a sátira.
          
          Teus dedos passeiam como um padeiro
          Que conhece a massa que toca 
          Com delicadeza no umbigo
          E força na cintura.
          
          Tua saliva já está nas minhas entranhas
          Teu suor mistura com meu paladar
          E nosso beijo é doce e salgado.
          
          E você não quer apenas preparar a massa
          Quer recheara-me por dentro
          Deixar seu sonho vermelho e pingando 
          Por todos os buracos.
          
          Coloca com força 
          Tapando minha boca com sussurros de saliência 
          Falando que eu sou só sua
          Que minha buceta assim como meu ser é seu
          E em um gesto de agonia por quase molhar o quarto todo
          Concordo.
          
          Concordo por já saber o lugar de cadela que tenho
          O lugar de doce
          E um sonho recheado se forma.
          
          Até eu preparar novamente a massa
          E você me colocar de joelhos.
          
          Aquele maldito desejo ardente.
          Entende?
          […]
          L. W. S. C.

LucyWitoria

Talvez eu precise
          Ficar acordada de madrugada
          E dormir pelo dia.
          
          Porque quando durmo sob o véu da noite
          E seu espectro frio
          Sinto que os demônios querem me tomar
          Sinto que querem me amordaçar e matar
          Eles esperam que eu durma antes das 3.
          [...]
          L. W. S. C.